A GAC (leia “Gi-Ei-Ci”) deixou claro: quer ser a primeira marca chinesa a ter, no Brasil, uma linha de produção completa de carros a combustão, híbridos e elétricos — além de um centro de pesquisa e desenvolvimento.
A montadora chinesa dará início às suas operações no Brasil no começo de 2025 apostando em tecnologia e em parcerias estratégicas com instituições de ensino superior no país.
Com investimento de R$ 120 milhões para pesquisa e desenvolvimento, a empresa, sediada em Guangzhou, no centro econômico do sul da China, anunciou, nesta quinta (5/11), acordos de cooperação técnica com as universidades federais de Santa Catarina (UFSC), Santa Maria (UFSM) e Estadual de Campinas (Unicamp).
O presidente da GAC Internacional, Wei Haigang, apontou os rumos da empresa no país. A GAC Brasil quer fazer motores híbridos e pesquisas de tecnologias inteligentes, que prometem revolucionar a indústria automotiva brasileira.
"O Brasil é prioridade para a GAC", afirmou o CEO da GAC Brasil, Alex Zhou. A empresa ainda anunciou que investirá no país, durante os próximos cinco anos, R$ 5,8 bilhões.
Os memorandos de entendimento com as três universidades, referências em engenharia elétrica, mecânica e automotiva, são o primeiro sinal dos planos da GAC. A ideia não é apenas produzir carros no Brasil, mas "ajudar a definir os rumos da indústria nacional daqui para a frente".
Plano ousado, não?
A GAC pretende ser a primeira fabricante chinesa a ter uma linha de produção completa e um centro de pesquisa e desenvolvimento no país, com carros a combustão, híbridos e elétricos — assim como faz na China.
As universidades vão coordenar projetos de ensino, pesquisa e extensão com incentivos técnicos e financeiros da GAC. As parcerias também incluem a promoção de estágios para estudantes e profissionais entre China e Brasil, além de programas de capacitação conjunta.
UFSC, UFSM e Unicamp atuarão nas áreas de veículos, motores, autopeças, componentes e materiais. O principal objetivo é a produção de motores flex e híbridos-flex para os carros que a marca passará a vender e produzir no Brasil a partir de 2025, a fim de atender aos padrões de eficiência energética e de sustentabilidade ambiental exigidos pelo mercado brasileiro.
A duração dos acordos será de cinco anos, com possibilidade de renovação.
O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da GAC na China é o instituto de pesquisa automotiva mais abrangente daquele país. É fruto de mais de 30 bilhões de yuans investidos — o equivalente a R$ 25 bilhões — e tem mais de 5 mil especialistas, em 15 países e regiões.
A empresa, vale dizer, tem parceiros estratégicos no mercado asiático, com veículos de suas três linhas de automóveis, além de produzir carros para Toyota e Honda.
"Nossas parcerias com as instituições brasileiras fortalecerão nossa rede internacional de pesquisa e desenvolvimento, que inclui mais de 32 países no Ocidente. Somos líderes globais em novos sistemas de energia e tecnologias inteligentes, e estamos entre as três maiores marcas de eletricidade inteligente", destacou o presidente da GAC Internacional.
Alex Zhou também destacou que um dos objetivos da GAC é alcançar a marca de um milhão de veículos de nova energia vendidos no mundo.
Os planos da montadora incluem ainda o desenvolvimento de biocombustíveis, combustíveis de baixo carbono e formas alternativas de propulsão, além do uso de sistemas de produção mais eficientes, com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono e a reciclagem.