GWM inicia operações e apresenta o SUV Haval H6

Modelo híbrido plug-in tem 393 cv de potência, promete 170 quilômetros de alcance no modo 100% elétrico e chega em 2023

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Roberto Dutra
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A Great Wall Motors (GWM) iniciou suas operações no Brasil oficialmente. E isso aconteceu com a apresentação do modelo de negócios que a marca pretende ter no país e, também, com a exibição do primeiro modelo que pretende vender por aqui - o utilitário-esportivo Haval H6.

Explicamos: dedicada a SUVs, a Haval é apenas uma das três marcas de veículos da GWM. As outras duas são a Poer, de picapes, e a Tank, também de utilitários, mas com uma pegada fora-de-estrada um pouco mais forte. Essas outras duas marcas também serão comercializadas no Brasil, no futuro.

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O H6 é o primeiro modelo da Haval a chegar ao Brasil. As vendas começam em 2023
Crédito: Divulgação
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O tamanho da Great Wall Motors (GWM)

A GWM pode ser desconhecida no mercado brasileiro, mas lá fora tem um tamanho de respeito. A marca está presente em mais de 60 países, tem centros de pesquisa e desenvolvimento em oito países, produz veículos em 19 fábricas espalhadas pelo mundo, foi considerada a 7ª marca de veículos mais valiosa do mundo em 2021 e, no mesmo ano, vendeu 1,2 milhão de veículos globalmente.

Quer mais? A marca também foi responsável pelo desenvolvimento da primeira bateria sem cobalto para carros elétricos, é líder na venda de SUVs no mercado chinês - o maior do mundo -, o Haval H6 é um dos SUVs mais vendidos do mundo e, como se isso tudo não bastasse, a GWM pretende ser a fornecedora de 25% das baterias para carros elétricos no mundo já em 2025. Sim, estamos falando de um quarto de todos os elétricos feitos no planeta!

Salvo alguns detalhes, o H6  é inegavelmente bonito e exuberante
Crédito: Divulgação
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Como serão as operações no Brasil

No Brasil, a estratégia é comercializar apenas veículos elétricos HEV e PHEV, todos com conexão à internet e todos semiautônomos em nível dois ou acima. A marca prevê lançar 10 modelos no prazo de três anos - o Haval H6 é o primeiro, que chega importado e depois será feito no país - e quer produzir veículos no Brasil a partir do primeiro semestre de 2024. Para isso, comprou a antiga fábrica da Mercedes-Benz de Iracemápolis (SP), que já está em processo de adaptação para a nova empreitada.

Para isso, fechou parcerias com 25 grupos empresarias que já têm experiência no ramo, e que juntas vão investir cerca de R$ 1 bilhão até 2025. Com esses grupos, a GWM diz que vai abrir 30 concessionárias em uma primeira fase - que, promete, se tornarão 50 ainda no primeiro semestre de 2023 e 133 até o segundo semestre de 2024.

O Haval H6 te lembra alguns modelos de uma certa marca inglesa? As formas são bem semelhantes...
Crédito: Divulgação
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Essa rede vai cobrir 35 "áreas operacionais". Isso quer dizer que as revendas terão que atender cidades onde não haverá uma concessionária, não só entregando um carro zero-quilômetro comprado online, como também no pós-venda e assistência técnica. É um plano bem ambicioso.

O velho recurso estético de uma lente horizontal para conectar as lanternas voltou à moda
Crédito: Divulgação
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As principais especificações técnicas do Haval H6

O Haval H6 apresentado à impressões, e que tivemos a oportunidade de dirigir por um curto período, é o primeiro modelo da GWM a ser vendido no Brasil. Chegará importado até o fim deste ano e, mais adiante, será produzido no país.

A GWM diz que o modelo vai brigar com as versões mais caras do Jeep Compass (que têm motor diesel), com as mais baratas do Jeep Commander (que são a gasolina) e com o novo Volkswagen Tiguan, que ainda vai chegar ao país.

Mas o Haval é um híbrido plug-in. Ou seja, seu conjunto motriz é composto por um motor a gasolina (que no futuro será flex) 1.5 turbinado que trabalha junto com dois motores elétricos, instalados nos dois eixos do carro. A potência combinada é de 393 cv e o torque não foi revelado pela marca.

Os motores elétricos tracionam o carro a maior parte do tempo, e o motor a combustão entra em ação apenas eventualmente - em determinadas situações. No fim das contas esse conjunto tem seis "modos" de funcionamento combinado e automático, mas resumidamente o motor térmico assume o protagonismo a partir dos 140 km/h ou de 50% de pressão no pedal do acelerador.

O H6 é um híbrido plug-in. Portanto, deve ser recarregado por via externa - o que pode demorar de 29 minutos a 10 horas
Crédito: Divulgação
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Detalhadamente, são esses os modos de funcionamento do conjunto motriz:

. 100% elétrico - até 140 km/h

. Serial - função gerador até 60 km/h

. Paralelo low speed - combustão traciona entre 60 e 70 km/h

. Paralelo high speed - combustão traciona acima de 70 km/h

. Paralelo full power - combustão + elétrico, para alto desempenho

. Regenerativo - frenagem, declives e one pedal

O carro tem uma transmissão automática quase "normal": o modelo DHT-130 tem apenas duas marchas, uma para baixas velocidades e outra para altas. Mas quando está em baixas e médias velocidades e é tracionado pelos motores elétricos, o câmbio não atua - só entra em ação quando o motor a combustão é acionado. A tração é sempre integral.

O conjunto motriz do H6 une um motor ea combustão 1.5 turbo com dois motores elétricos: 393 cv e potência
Crédito: Roberto Dutra
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Autonomia e tempos de recarga

A GWM promete uma autonomia de 170 quilômetros no modo 100% elétrico - alcance que, segundo a arca, cobre 80% do uso cotidiano de um veículo de passeio. Depois disso, é preciso recarregar a bateria de 34 kWh. Mas isso não significa que o usuário ficará pelo meio do caminho: o carro continua andando normalmente, movido pelo motor a combustão.

Com o uso combinado dos motores elétricos e a combustão - que, como citamos, funcionam conjuntamente o tempo todo-, a promessa é de uma autonomia superior a mil quilômetros. E a GWM já adiantou que, no futuro, o alcance básico no modo 100% elétrico será de 200 quilômetros.

As bonitas rodas diamantadas são exclusivas para o mercado brasileiro. Na China, têm acabamento escurecido
Crédito: Divulgação
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Em corrente rápida DC, a recarga de 10% a 80% ocorre em até 29 minutos. Em wallbox, aquele carregador que se instala em casa, demanda 5 horas. Já em corrente lenta AC (tomada comum), exige 10 horas. O carro terá garantia de cinco anos, mas para a bateria a garantia será de oito anos.

A GWM não mencionou o consumo do Haval H6 e preferiu comparar o custo do quilômetro rodado do modelo com o de alguns utilitários já vendidos no país. Segundo a marca, em seu SUV o custo por quilômetro rodado é de R$ 17,40, enquanto modelos como Jeep Compass, Volkswagen Taos e Toyota Corolla Cross passam dos R$ 30. O único modelo que se aproximado Haval H6 é o Caoa Chery Tiggo 8 Pro, com R$ 18,66.

A cabine do H6 exala sofisticação e elegância sem apelar para acabamentos delirantes ou botões demais
Crédito: Divulgação
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Como é acelerar o Haval H6

Nosso test-drive com o Haval H6 foi curto, mas intenso. No primeiro contato, ainda do lado de fora, o carro impressiona pelo tamanho e pelo design bonito e harmonioso - exceto pela "placa" aplicada na grade dianteira, com moldura cromada e a inscrição "Haval" em letras cromadas sobre um fundo meio verde, meio azul, que não tem nada a ver com o resto do carro.

Na tampa traseira, a marca também aparece, mas de forma bem mais elegante: as letras são aplicadas diretamente sobre a tampa do porta-malas. De resto, tudo bacana. A frente, por exemplo, é bonita e não segue a "moda" exótica de lente fininha rente ao capô e faróis principais no para-choque. Os faróis, no H6, são afilados, mas estão onde deve estar, ali em cima, logo abaixo do capô.

O painel de instrumentos é uma tela de TFT com 10,2 polegadas. È rica em informações e discreta
Crédito: Divulgação
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De perfil o H6 exala imponência e lá atrás, aí sim, o carro entra na "modinha" das lanternas conectadas por uma lente que vai de um lado a outro do capô. Claro que há quem goste, mas não é o meu caso: eu já achava esse recurso estético feio lá nos anos 90, quando chegaram ao Brasil os primeiros carros importados depois da reabertura das importações, e continuo achando feio agora. Mas ok: a beleza está nos olhos de quem vê.

Vale destacar que as bonitas rodas diamantadas aro 19 que recebem pneus 235/55, o acabamento black piano nas molduras das janelas e o interior na cor predominante preta são características exclusivas do carro que será vendido no Brasil. Na China, os padrões são outros. Alguns detalhes ainda podem sofrer mudanças até o início das vendas do carro.

A multimídia do H6 é exibida em uma tela widescreen de 12,3 polegadas
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O interior do carro recebe o motorista com muito espaço e conforto, e uma boa dose de sofisticação. O banco é ótimo, tem ajustes elétricos, e volante é bem leve. O painel de instrumentos é uma bonita tela de TFT de 10,25 polegadas e compõe um cenário até futurista com segunda tela, de multimídia, que fica no meio do console. A tela é widescreen, tem 12,3 polegadas, aceita comando por voz em português e tem Apple Car Play e Android Auto sem fio.

A cabine ainda impressiona com seus muitos recursos eletrônicos, de ar-condicionado automático e eletrônico às cinco tomadinhas USB, passando por itens como o carregador de celular por indução de 15 Watts - na maioria dos carros é de 10 ou 12 Watts - e o teto-solar panorâmico.

Manobro para sair com o H6 e a impressão imediata é de estar em um carro muito mais leve que suas duas toneladas. Ruído zero e logo estamos na pista expressa do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. É expressa, mas nem tanto: além dos radares, essa pista tem curvas inclinadas para fora e um asfalto ruim, fruto de um recapeamento mal feito há um par e anos.

O banco do motorista tem ajuste de altura e oferece altíssimo nível de conforto
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As acelerações do H6 são impressionantes e divertidas e a dirigibilidade do carro é extremamente agradável, mas é justamente nas curvas percebemos que ainda falta um ajuste fino de enrijecimento na suspensão. Com calibragem um tantinho mais dura, o H6 não inclinará tanto nas curvas e sua carroceria não vai "rebolar" nas mudanças súbitas de trajetória, como aconteceu conosco.

Vale ressaltar que a própria GWM já havia dito que faria esse ajuste, assim como alguns outros - inclusive estéticos - para chegar à versão final de venda. Então, isso não chega a ser um problema, inclusive porque "nosso" carro era um protótipo (na verdade um pré-série disfarçado).

De resto, tudo azul no carro que experimentamos: vimos frenagens seguras, níveis mínimos ou inexistentes de ruídos e vibrações, bom funcionamento dos assistentes à condução - como o alerta de ponto cego no espelho direito e a correção de mudança involuntária de faixa.

O carro ainda tem piloto automático adaptativo, frenagem automática de emergência inclusive para pedestres e ciclistas, monitoramento de pontos cegos, alertas de perigo de abertura de portas, de colisão traseira e de tráfego cruzado traseiro, assistentes de permanência em faixa, de curvas e de estacionamento, e desvio inteligente de obstáculos.

A segunda fileira e bancos do H6 é um latifúndio: espaço e sobra para duas pessoas e sem apertos para três
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Achou pouco? Ali à minha frente ainda apareceu um head-up display. Configurável em posição e cor, exibe imagem de nove polegadas e além das informações de praxe (velocidade e afins) avisa sobre ligações, mostra informações de navegação e até "lê" placas. Um luxo!

O Haval H6 será vendido nas cores preta, cinza, azul, branca, vermelha e marrom, e deverá ter opções de cores internas cinza ou marrom, além da preta. O preço do carro, claro, ainda é um mistério. Se todos os modelos da Great Wall Motores (GWM) tiverem esse nível de sofisticação, realmente teremos um interessantíssimo novo player no segmento de utilitários e picapes "premium" no país.

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