Pela terceira vez a Gazoo Racing, a divisão esportiva da Toyota, desenvolveu um projeto baseado na Hilux. Com 224 cv, o modelo passou a ser a picape média turbodiesel mais potente do mercado. Em contrapartida, também passou a ser a configuração mais cara da categoria, tabelada em R$ 348.790.
A Hilux GR-S tem o mesmo nível de equipamentos da versão SRX, então topo de linha, mas é R$ 20 mil mais cara. Para justificar o investimento extra, a novidade tem diversos apetrechos estéticos e otimizações dinâmicas.
O motor 2.8 teve implemento de 20 cv de potência, agora entrega 224 cv e abriu distância em relação às rivais, que oscilam na casa de 190 cv a 200 cv. Já o torque teve ganho de 4 kgf.m, com 55 kgf.m no total.
Para estar adequado ao ganho de desempenho do motor, a transmissão automática de seis velocidades foi remapeada. Pela primeira vez, pode ser gerenciada por meio de aletas.
Uma pena que não foi possível brincar com tal recurso em teste-drive realizado pela Toyota no Autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu (SP). As atividades ficaram limitadas à uma pequena pista off-road.
Realmente as otimizações implementadas pela grife de automobilismo da montadora são mais adequadas a cenários fora de estrada, em detrimento do asfalto. Os amortecedores monotubo, por exemplo, receberam aumento de 30% no diâmetro para suportares terrenos mais parrudos.
Já a suspensão conta com barras estabilizadoras assinadas pela Gazoo Racing.
Mas as otimizações dinâmicas param por aqui. Os demais diferenciais da Hilux GR-S ficam restritas ao visual. Por fora, a grade preta tem acabamentos mais volumosos, assim como uma barra horizontal com textura que remete à fibra de carbono. O item serve de base para o nome da montadora por extenso. O badge da GR é outra novidade da grade.
A moldura dos faróis de neblina é outra novidade. Já os projetores principais foram mantidos, com sistema Full LED.
A picape tem ainda diversos elementos em preto brilhante, que decoram capô, maçanetas e retrovisores. Os para-lamas com detalhes em vermelho são alargados e abrigam rodas de 17 polegadas com desenho único e pneus de uso misto.
Os adesivos escrachados das edições anteriores da Hilux GR-S dão lugar a figuras menos chamativas. A tampa da caçamba está mais limpa e tem como diferenciais apenas logos escurecidos. A versão ostenta ainda santantônio e capota marítima.
Por dentro, os componentes mais agradáveis são os bancos que mesclam couro e material aveludado perfurado. Há diversos elementos em vermelho nas costuras dos bancos, volante e freio de estacionamento. A mesma cor decora um friso que preenche o painel de ponta a ponta. Ele fica abaixo de um plástico que remete à fibra de carbono, que está presente ainda nas portas.
Também é chamativa a quantidade de logos GR. Estão nos bancos, botão de partida, chave presencial, tapetes e no painel de instrumentos, que tem grafismo exclusivo. Já a central multimídia continua de 8 polegadas. Este é um item que já pede atualização faz tempo, bem como o reloginho digital do painel que não deixaria saudades.
Outros itens de destaque da versão são 7 airbags, ar-condicionado digital de duas zonas, piloto automático adaptativo, câmera 360°, sensores de estacionamento frontais e traseiros e sistema de frenagem de emergência.
A lista recheada de equipamentos e os diferenciais performáticos tornam a Toyota Hilux GR-S uma oferta única no segmento. A versão vai além de adesivos e realmente entrega mais poder de fogo no segmento.
Praticamente todas as picapes médias têm versões com pegada esportiva ou aventureira. Exemplos recentes são Ford Ranger FX4 e Nissan Frontier Pro4X. Mas nenhuma delas oferece alterações relevantes em desempenho.
Curiosamente, o único modelo que não tem opções diferenciadas na categoria é a Volkswagen Amarok. Em contrapartida, a picape da marca alemã continua sendo a mais potente, com motor 3.0 V6 a gasolina de 258 cv.