O registro de uma moto no Brasil através do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) não é uma garantia absoluta de que o modelo será vendido por aqui. Mas, no caso da Honda CB 750 Hornet, que foi lançada lá fora em outubro último, essa chance é bastante boa.
A Honda fez o registro essa semana e, com isso, apimentou o debate sobre a futura chegada da moto ao país. Lembramos, inclusive, que isso aconteceu também, e mais recentemente, com a recém-lançada CB 300F, que aqui ganhou o sobrenome de Twister não só porque entrou no lugar da CB 250F Twister, mas também para pegar carona no nome bem-sucedido.
Mas acreditamos que o registro indica mesmo que a CB 750F Hornet deverá ser vendida por aqui. Há inúmeras razões para isso. A principal delas é que o nome Hornet ainda é muito forte no Brasil: a antiga CB 600F Hornet se mantém muito cobiçada - e, não por acaso, é a moto mais procurada no estoque Webmotors.
É que a CB 600F Hornet evoca lembranças de alta adrenalina, já que tinha desempenho nervosíssimo com o motor de quatro cilindros em linha gritando alto. Chegava a 102 cv de potência a 12.000 rpm com torque de 6,5 kgf.m a 10.500 rpm.
Vá lá que a nova CB 750F Hornet é mais mansa - mas não muito. Apesar do motor ser bicilíndrico, tem capacidade cúbica maior - são 755 cm³ - e entrega 92 cv de potência a 9.500 rpm e 7,6 kgfm de torque a 7.250 rpm. São 10 cv a menos, mas que chegam antes, e 1 kgf.m a mais, que também aparece bem mais cedo.
Isso tudo em um motor que gira mais rapidamente, já que tem menos peças móveis, e certamente mais leves, dada a distância entre os dois projetos e a evolução da indústria nesse tempo. O peso das duas é quase igual - 190 quilos na nova e 188 quilos na antiga (seco). Segundo a Honda, a velocidade máxima da moto é de 205 km/h por hora. Bom, né?
Outro motivo que nos leva a acreditar na vinda do modelo é que compartilha muitos componentes com a também novata Africa Twin 750. A trail média-grande tem enormes chances de ser vendida no Brasil, já que pertence a um segmento de enorme sucesso por aqui e ocuparia o espaço vazio que existe abaixo da big trail CRF 1100L Africa Twin.
Por fim, a nova Hornet tem vários quitutes que atualmente são atraentes para o consumidor e nem em sonho equipavam a antecessora, como painel de TFT de cinco polegadas conectável a smartphone e quatro modos de pilotagem - standard, sport, rain e user -, que ajustam entrega de potência do motor e interferências do freio motor e dos controle de tração e anti-empinadas.
Embreagem assistida e deslizante, garfos dianteiros Showa SFF-BP invertidos e com funções separadas (óleo de um lado, mola do outro), suspa traseira monochoque com 15 cm de curso e ABS nas duas rodas de liga leve com aros de 17 polegadas também são itens de série.
Enfim, a nova Hornet tem lugar aqui - mas só se vier com preço competitivo, claro. Na Inglaterra, a moto foi posicionada um pouco abaixo da CB 650R, com diferença de preço pouco menor que 10%. Como a CB 650 R custa R$ 53.790 no Brasil, hoje, se repetirmos essa lógica a nova Hornet ficaria na casa dos R$ 48.500.
Pouca coisa acima das duas principais rivais bicilíndricas e menos potentes - Kawasaki Z650, de R$ 46.530, e Yamaha MT-07, de R$ 45.990. Porém abaixo da Suzuki GSX-750A, que é quatro cilindros, bem mais potente e custa R$ 54.950.