Qual será o terceiro carro produzido pela Hyundai na fábrica do Grupo Caoa em Anápolis (GO)? Essa foi a pergunta que não teve uma resposta na última quarta-feira (6), durante um evento em São Paulo (SP) no qual a marca sul-coreana anunciou as chegadas do Palisade e do Ioniq 5 para o segundo semestre, e garantiu que o novo Santa Fé ou novo Kona também será vendido por aqui, ainda neste ano.
Com capacidade para 150 mil veículos por ano, a planta de Anápolis produz atualmente o caminhãozinho HR e o Tucson. O veículo comercial continuará sendo feito por lá, e a nova geração do SUV também – apesar de que, no início das vendas no Brasil, as primeiras unidades talvez sejam importadas. Sobra, então, espaço para mais um veículo.
E o modelo que nos vem à cabeça é o Elantra! Mas nos permita explicar as razões de o sedã médio ser uma boa opção, dentro da nossa análise.
Na fábrica de Piracicaba (SP), a Hyundai produz atualmente a família HB20 (hatch e sedã) e o Creta, dois modelos de muito volume e que já ocupam a capacidade máxima de 200 mil veículos por ano da planta.
Em Piracicaba, portanto, nada de novo deve pintar.
O Grupo Caoa vende hoje as atuais gerações do Kona (elétrico e híbrido) e do Ioniq (híbrido), além do Tucson, feito no Brasil.
E marca já confirmou as chegadas do Palisade e do Ioniq 5, além da nova geração do Kona ou da nova geração do Santa Fé.
A Hyundai do Brasil está presente no segmento dos hatches de entrada, com o HB20, um dos carros mais vendidos do Brasil. Também está nos sedãs de entrada com o HB20S.
Entre os SUVs, a Hyundai parece estar em todas as categorias. Começa com o velho Creta, que continua sendo fabricado, e a atual geração do SUV compacto. Aliás, o Creta atual é o carro mais vendido do Brasil no varejo, e o SUV mais vendido do país na classificação geral. Tem ainda o Tucson e o Kona, e terá o Palisade.
O novo Santa Fé e a nova geração do Kona também podem aparecer, como já mencionamos. E não podemos esquecer do hatch médio Ioniq 5, confirmado também.
O hatch i20 não seria uma boa, pois competiria com o HB20. Já o i30, que tem um bom histórico no Brasil e desfruta de uma excelente geração em outros mercados, chegaria em um segmento que está praticamente morto e enterrado no Brasil - o dos hatches médios.
Sobram os sedãs...
Entre os compactos, a Hyundai já está com o HB20S, que não é um best-seller, mas cumpre seu papel competindo com Fiat Cronos, Volkswagen Virtus, Chevrolet Onix Plus (sedã mais vendido do Brasil na atualidade) e Nissan Versa.
E então chegamos aos sedãs médios e, consequentemente, ao Elantra. Atualmente, este segmento é dominado pelo Toyota Corolla, o que aconteceu depois que o Honda Civic subiu de categoria, tornando-se híbrido, maior, importado da Tailândia e (obviamente) mais caro.
Em 2023, o Corolla teve 42.923 unidades emplacadas, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), sendo responsável por 77,99% das vendas entre os sedãs médios. Por mês, o Toyota teve uma média 3.577 emplacamentos.
Na segunda posição ficou o Nissan Sentra, importado do México, com 4.146 unidades comercializadas. O Volkswagen Jetta, vendido apenas na opção esportiva topo de linha GLi, também importada do México, foi o terceiro sedã médio mais vendido, com 2.230 emplacamentos. O Civic, por sua vez, foi somente o nono colocado, com 475 carros vendidos.
Portanto, neste cenário, o Elantra aparece como excelente opção para produção local, em Anápolis. Roubar a liderança de vendas do Corolla é algo extremamente complicado, mas incomodar um pouquinho e dar mais trabalho que Sentra e Jetta seria perfeitamente viável.
Uma unidade do Hyundai Elantra N, a versão de alta performance do sedã médio, foi fotografada no Brasil, de acordo com as imagens publicadas e cedidas amigavelmente pelo perfil @brandao272ls no Instagram.
A unidade teria sido apresentada em um evento para concessionários, um dia antes do anúncio oficial para a imprensa dos novos planos da marca, semana passada.
A presença do Elantra N pode significar também que a Hyundai, agora com o comando das importações, poderá trazer em breve o esportivo, justamente para brigar com o Jetta GLi.
Esqueça o “simpático” Hyundai Elantra que foi vendido no Brasil no passado. A atual geração é muito mais ousada, tanto nas questões estéticas quanto de tecnologia e performance.
O design está muito mais arrojado e esportivo. A dianteira tem uma “cara invocada”, com para-choque vincado, grande inferior ampla e faróis bem afilados. A lateral sem frisos também apresenta vincos marcantes, e a traseira apresenta uma leve queda coupé da coluna “C” e apresenta um conjunto de lanternas ligadas por um friso luminoso.
O interior tem acabamento com materiais de aparente qualidade. As telas do painel de instrumentos e da central multimídia saltam aos olhos, assim como o design dos bancos e o volante multifuncional.
Em dimensões, o Elantra tem 4,71 m de comprimento, sendo 2,72 m de distância entre os eixos. A altura é de 1,41 m e a largura é de 1,82 m. Para comparar, o Corolla vendido no Brasil tem 4,63 m de comprimento, 2,70m de entre-eixos, 1,54 m de altura e 1,78 de largura.
Já na mecânica, o Elantra tem uma gama relativamente ampla de opções, levando em consideração o modelo comercializado nos Estados Unidos. A opção de entrada tem motor 2.0 aspirado de quatro cilindros e apenas 147 cv de potência máxima e 18,2 kgf.m de torque.
Há também uma opção com propulsor 1.6 de quatro cilindros e turbo, que chega aos 201 cv de potência e 26,9 kgf.m de torque. Em alguns mercados também está disponível uma opção híbrida, com motor 1.6 aspirado e um segundo elétrico, que juntos entregam 139 cv.
A versão N é equipada com motor 2.0 turbo de 280 cv e torque de 39,7 kgf.m - além, é claro, de inúmeras mudanças mecânicas e estéticas com foco na esportividade. A aceleração de zero a 100 km/h acontece em apenas 5,3 segundos.