Indy 500 e os pace cars nas vitórias brasileiras

SUV, esportivos, conversíveis... Conheça cada um dos carros de segurança dos 8 triunfos brasileiros da tradicional prova

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Rafael Ligeiro
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Neste domingo (29/5) será realizada a 106ª edição de uma das corridas mais importantes do mundo: as 500 Milhas de Indianápolis. E o Brasil buscará sua nona vitória na prova com Tony Kanaan, quinto colocado no grid, e Hélio Castroneves, 27º.

Para comemorar essa rica história do país na Indy 500, o WM1 lembra os triunfos brasileiros de uma maneira um pouco diferente: vamos relembrar os pace cars de cada uma dessas corridas.

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Pace cars das vitórias brasileiras nas 500 Milhas

São eles:

  • Pontiac Trans Am 20th Anniversary (1989)
  • Chevrolet Camaro Z28 (1993)
  • Oldsmobile Bravada (2001)
  • Chevrolet Corvette C5 50th Anniversary (2002)
  • Chevrolet SSR (2003)
  • Chevrolet Camaro SS (2009)
  • Chevrolet C7 Corvette Stingray (2013)
  • Chevrolet Corvette Convertible (2021)
  • Pontiac Trans Am 20th Anniversary (1989)

    A primeira vitória do Brasil nas 500 Milhas de Indianápolis também foi a mais dramática. Nas últimas 40 voltas, Emerson Fittipaldi e Al Unser Jr. travaram um duelo pela primeira posição, até que, a duas voltas do fim, ambos colidiram. Melhor para o brasileiro, que viu o adversário abandonar após bater seu Lola-Chevrolet no muro. Foi a primeira vitória de um “não americano” na corrida desde o triunfo do escocês Jim Clark, em 1965.

    <em>Trans Am foi o pace car da primeira vitória do país na Indy 500</em>
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    Nessa prova, o pace car escolhido foi o Pontiac Trans Am. E, convenhamos, seu condutor Don Bailey teve muito trabalho naquele dia. Foram nada menos 43 voltas em sete ocasiões sob bandeira amarela, inclusive nas duas voltas finais, por conta do acidente de Emerson e Al Junior.

    Em comemoração aos 20 anos de produção do veículo, a Pontiac produziu 1.555 modelos como o ponycar utilizado na Indy 500. Equipado por um motor 3.8L Buick turbo V6, com potência máxima de 253 cv, contava com um câmbio automático de quatro velocidades.

    O Trans Am deixou de ser produzido pela Pontiac em 2002, mas até hoje é possível encontrar modelos como o das 500 Milhas à venda em sites automotivos dos Estados Unidos.

    Chevrolet Camaro Z28 (1993)

    Em 1993, Raul Boesel deu um show, mas foi Emerson Fittipaldi quem, de fato, faturou a Indy 500. Nono no grid, Emerson fez uma corrida consistente e assumiu a liderança a apenas 15 voltas da bandeirada, com ultrapassagem sobre o inglês Nigel Mansell.

    Camaro Z28 foi o pace car da prova em 1993, vencida por Émerson Fittipaldi
    Crédito: Wikimedia Commons/Morio
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    A vitória não só rendeu US$ 1,15 milhão e algumas bebericadas no suco de laranja em vez do tradicional leite ao bicampeão de Fórmula 1. Fittipaldi também levou para casa uma edição especial do Chevrolet Camaro Z28 usado como pace car na prova.

    Produzido no Canadá a partir de 1993, o Z28 marcou a quarta geração do Camaro (1982 a 1992).

    A versão Pace Car contou com 645 unidades produzidas, e se diferenciava do modelo “standard”, entre alguns aspectos, como as ponteiras do escapamento duplas retangulares e a pintura preta e branca, semelhante ao estilo “saia e blusa”. O motor era o 5.7 OHV LT1 V8, com potência máxima na casa dos 278 cv.

    A produção do Camaro de quarta geração se estendeu até 2002, e a quinta geração só foi iniciada em 2010.

    Oldsmobile Bravada (2001)

    Em 2001, o universo da Indy estava dividido em duas categorias, resultado de uma cisão ocorrida cinco anos antes. Nela, a IRL ficou com a Indy 500, enquanto a CART, embora sem a principal prova no calendário, manteve gigantes como Penske, Chip Ganassi e Newman-Haas no grid. E as 500 Milhas de 2001 representou um turning point nessa relação, com o retorno da Penske à prova.

    <em>Bravada foi o primeiro SUV a ser pace car na Indy 500</em>
    Crédito: Wikimedia Commons/IFCAR
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    Aliás, coube à equipe uma dobradinha, com Hélio Castroneves e Gil de Ferran, nas primeira e segunda colocações.

    Mas as “novidades” não pararam por aí. Neste ano, a prova teve um SUV como pace car pela primeira vez em sua história: o Oldsmobile Bravada.

    O Bravada é um carro de peso histórico nos Estados Unidos. Afinal, em 1990, se tornou o primeiro light truck de uma marca do grupo GM (com exceção a Chevrolet e GMC) produzido após o término da Segunda Guerra Mundial.

    Na Indy 500 de 2001, o Bravada escolhido foi um modelo da terceira geração, lançado três meses antes da corrida. Além de um visual reformulado e agressivo, principalmente na dianteira, o SUV contava com motor 4.2 Vortec com seis cilindros em linha, com potência máxima de 240 cv.

    O Bravada parou de ser produzido em 2004.

    50th Anniversary Chevrolet Corvette C5 (2002)

    Em 2002, mais uma vez o Brasil mandou muito em Indianápolis: Hélio Castroneves faturou sua segunda vitória e Felipe Giaffone terminou na terceira colocação. E essa edição contou com o carro recordista de participações como pace car na Indy 500, o Corvette C5.

    Pace car de 2002 na 500 milhas de Indianápolis celebrou 50 anos do Corvette
    Crédito: Wikimedia Commons/Doctor Indy
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    O pace car era uma edição comemorativa da Chevrolet ao 50º ano de produção do modelo, de quinta geração. No total, foram feitas 10 mil unidades.

    Equipado com um poderoso motor 5.7 LS6 V8, o pace car contava com potência máxima na casa dos 350 cv a 5.600 rpm, além de transmissão automática de quatro marchas.

    Vale destacar que o C5 também mostrou vocação às pistas muito além do posto de pace car. Sua versão de corridas, o C5-R, teve enorme sucesso em provas de endurance, entre 1999 e 2004. Foram nada menos que 31 vitórias em 55 corridas, inclusive com o tricampeonato nas 24 Horas de Le Mans (2001, 2002 e 2004), na categoria GTS.

    Chevrolet SSR (2003)

    As 500 Milhas de Indianápolis de 2003 foi memorável ao Brasil, com uma trinca! Gil de Ferran conquistou sua primeira vitória na prova, seguido pelo companheiro de Penske, Hélio Castroneves, e por Tony Kanaan, da Andretti Green.

    <em>A exótica picape Chevrolet SSR foi pace car da Indy 500 de 2003</em>
    Crédito: Wikimedia Commons/Joost Baker
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    E, como na corrida de 2001, um modelo diferente dos tradicionais esportivos deu as caras como pace car: a picape conversível Chevrolet Super Sport Roadster (SSR).

    Lançada naquele ano, a SSR contava com um design retrô, desenvolvido pela Karmann (sim, ela mesmo!), que remetia a caminhonetes dos anos 1940 e 1950 da Chevrolet, como a Advanced Design. Sob o capô, contava com uma versão do motorzão da Silverado: o 5.3 V8 OHV, de 16 válvulas, com potência máxima na casa dos 295 cv a 5.200 rpm – e velocidade máxima de 201 km/h.

    Infelizmente a SSR não caiu no gosto do público e deixou de ser produzida já em 2006, com pouco mais de 24 mil unidades vendidas.

    Chevrolet Camaro SS (2009)

    Em 2009, o Camaro voltou a figurar como pace car da Indy 500 após 16 anos de ausência – a aparição anterior fora na prova de 1993, vencida por Emerson Fittipaldi. E nesse retorno, mais uma vitória brasileira: a terceira de Hélio Castroneves!

    Uso do Camaro Super Sport na 500 Milhas de 2009 marcou volta do modelo como pace car após 16 anos
    Crédito: Wikimedia Commons/Morio
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    Com produção iniciada dois meses antes das 500 Milhas, em março, o Camaro Super Sport (SS) foi o ponto de partida da quinta geração do famoso modelo da Chevrolet. Dotado de um motor de 6.2 litros LS3 V8, com potência máxima de 432 cv a 5.900 rpm, o carro contava com transmissão Tremec TR-6060 manual, de seis velocidades - algo que acentuava a esportividade do carro.

    Diferente de alguns modelos, o Camaro Pace Car não virou parte de uma linha, era basicamente o modelo SS com luzes estroboscópicas e customizadas, além de uma pintura especial em prata e vermelho.

    A quinta geração do Camaro foi produzida até 2015, quando a Chevrolet iniciou uma nova linha do modelo – fabricada até hoje.

    Chevrolet C7 Corvette Stingray (2013)

    Em 2013, chegou a vez de Tony Kanaan! Após 12 participações – e ficar perto da vitória nas provas de 2003 e 2004, Tony enfim conquistou seu primeiro triunfo nas 500 Milhas de Indianápolis, a bordo de um Dallara-Chevrolet da KV Racing, equipe que tentava se firmar como grande na Indy.

    Além de um prêmio de US$ 2,35 milhões, a vitória também rendeu ao brasileiro um C7 Corvette Stingray, carro utilizado como pace car na prova. Apresentado em janeiro daquele ano no North American International Auto Show, o Corvette de sétima geração teria sua produção iniciada pouco mais de três meses após a corrida.

    Além de um design mais angular e agressivo que o Corvette C6, o esportivo contou com um motorzão 6.2 LT1 V8, com potência máxima na casa dos 500 cv.

    No vídeo abaixo, o próprio Tony Kanaan nos apresenta o brinquedo.

    Chevrolet Corvette Convertible (2021)

    A vitória de Hélio Castroneves foi, simplesmente, a mais improvável entre suas quatro na Indy 500!  O brasileiro simplesmente ignorou o fato de contar com um carro de equipe ainda apenas ascendente, a Meyer Shank, além de não disputar uma temporada inteira da IndyCar desde 2017, para conquistar seu quarto título na prova.

    <em>Conversível da Chevrolet foi o pace car em 2021 </em>
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    Nessa edição, o pace car escolhido foi uma versão conversível do Chevrolet Corvette Stingray C8. Com um motorzão de 6.2 litros, de 502 cv, capaz de alcançar 290 km/h, o C8 contava com transmissão automática de oito velocidades, de dupla embreagem.

    Além de adequações para se tornar um pace car, como luzes de emergência e adesivos em alusão à corrida, o carro ganhou um pacote de performance Z51, que trouxe um terceiro radiador, para resfriamento de óleo do motor e do lubrificante de transmissão, aspirando o ar pela abertura do painel traseiro.

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