Lançado nesta quinta-feira (26), o Commander chega às concessionárias no dia 7 de outubro para ocupar a lacuna que existia entre as versões mais caras do Compass e do norte-americano Grand Cherokee. Disponível nas versões Limited e Overland, ambas oferecidas com motorizações turbo flex e a diesel, o novato preenche uma faixa de preços que vai de R$ 199.990 a R$ 279.990.
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Com o Commander, a Jeep também pretende atrair potenciais compradores do Mitsubishi Outlander (vendido entre R$ 208.990 e R$ 283.990) e do Volkswagen Tiguan R-Line (parte de R$ 236.090), vistos como os principais concorrentes do Commander no segmento de SUVs médios de sete lugares.
Preços de todas as versões do Jeep Commander:
Jeep Commander Limited Turbo Flex AT6: R$ 199.990 Jeep Commander Overland Turbo Flex AT6: R$ 219.990 Jeep Commander Limited Turbo Diesel 4x4 AT9: R$ 259.990 Jeep Commander Overland Turbo Diesel 4x4 AT9: R$ 279.990Compass esticado? Não é bem assim
Apesar de guardar alguma semelhança visual e utilizar a mesma plataforma Small Wide Body do Compass, o Commander possui elementos estruturais exclusivos. Segundo a Jeep, uma nova arquitetura foi desenvolvida para abrigar o entre-eixos 16 centímetros mais longo e as bitolas mais largas (distância entre as rodas de cada eixo) da carroceria mais espaçosa.
Com isso, o Commander mede 4,77 metros de comprimento, 1,68 m de altura, 1,86 m de largura e 2,79 m de entre-eixos. O porta-malas acomoda 661 litros de bagagem ou 233 litros com a terceira fileira de bancos em uso. Já o peso em ordem de marcha varia entre 1.685 kg e 1.908 kg, de acordo com a versão.
Para efeito de comparação, o Compass tem 4,40 m de comprimento, 1,63 m de altura, 1,81 m de largura e 2,63 m de distância entre-eixos. O porta-malas possui 410 litros de capacidade. O peso não passa dos 1.790 kg na versão Trailhawk diesel, a mais equipada da gama.
Motor turbodiesel fica mais forte
Para mover o Commander, a Jeep apostou nas mesmas motorizações turbinadas do Compass. Focada num público mais urbano, a 1.3 turbo flex com injeção direta entrega 180 cv de potência com gasolina ou 185 cv quando abastecida com etanol. O torque máximo de 27,5 kgf.m a 1.750 rpm é atingido com qualquer um dos combustíveis.Esse propulsor é ofertado somente com transmissão automática Aisin de seis velocidades e tração dianteira.
Já a motorização 2.0 turbodiesel passou por melhorias para lidar com o maior peso do Commander. Foram incorporados novos volante do motor, conversor de torque e turbina, enquanto o mapa de injeção e a calibração do acelerador foram revistos. Para atender às novas normas de emissões, o propulsor passa a utilizar o aditivo químico Arla 32, que transforma os gases expelidos pelo escapamento em substâncias menos nocivas ao meio ambiente.
O propulsor movido a óleo manteve os 170 cv de potência, mas o torque foi elevado de 35,7 kgf.m para 38,7 kg.fm a 1.750 rpm. A exemplo do Compass, esse motor é sempre combinado à caixa automática ZF de nove marchas e ao sistema de tração 4x4.
Primeiras impressões
Visualmente, o Commander mostra que está voltado a um público mais focado em sofisticação e tecnologia do que na proposta aventureira dos outros modelos da Jeep. O desenho externo é elegante e harmônico apesar de a carroceria ser consideravelmente mais comprida que a do Compass.Os detalhes, como grade frontal e frisos, que geralmente são cromados, no Commander recebem acabamento acetinado. Já os faróis e lanternas de LED contam com setas dinâmicas, semelhantes às de carros de marcas premium.
Todas as versões possuem teto pintado de preto. As principais diferenças estéticas entre as diferentes configurações são as rodas de liga leve, de 18” na Limited e aro 19” na Overland. Na primeira, os para-choques são apenas parcialmente pintados na cor da carroceria.
Por dentro, o SUV é praticamente idêntico ao irmão menor Compass, mas o acabamento da cabine é mais caprichado. O painel recebeu uma cobertura de material macio ao toque que imita couro e uma faixa central de camurça com costuras contrastantes.
Essa combinação de couro e camurça também foi aplicada nos bancos. Na versão Overland há a opção de um bonito revestimento marrom, além das tradicionais tonalidades cinza claro e preto.
O Commander é um carro espaçoso para cinco ocupantes, com direito a saída do ar-condicionado digital de duas zonas, portas USB e tomada de 127 volts para os passageiros do banco traseiro. Já a terceira fileira é mais indicada para o transporte de crianças, uma vez que o limitado espaço para as pernas obriga os ocupantes a viajar com os joelhos em posição elevada, o que compromete o conforto em trajetos mais longos.
O acesso é feito pelas portas traseiras, que se abrem em até 80 graus. Uma alavanca reclina o encosto da segunda fileira e permite deslizar o banco 14 cm para frente.
O toque tecnológico está no painel com tela digital de 10,25 polegadas e na central multimídia de 10,1” com espelhamento sem fio para smartphones por meio dos sistemas Android Auto e Apple Car Play. O carregador por indução também dispensa a necessidade de cabos na hora de recarregar o celular (caso o aparelho seja compatível com essa tecnologia). Na versão Overland, o sistema de som é da grife Harman Kardon com 10 alto-falantes e subwoofer no porta-malas.
A configuração mais completa ainda traz teto solar panorâmico, banco do passageiro com ajustes elétricos e a plataforma de serviços digitais Adventure Intelligence combinada à Alexa. A tecnologia permite usar todas as funções da assistente virtual da Amazon a bordo do SUV, com comandos que vão desde abrir ou fechar os vidros, ligar os faróis ou dar a partida no motor até abrir o portão da garagem, verificar a condição do tempo e procurar estabelecimentos comerciais no trajeto.
O nosso primeiro contato com o Commander foi num teste-drive noturno realizado pela Jeep no Circuito dos Cristais. em Curvelo (MG). Embora não fosse o ambiente mais propício para testar um SUV, algumas voltas no autódromo serviram para observar o bom trabalho que a engenharia fez nas suspensões do modelo.
Por se tratar de um modelo maior que o Compass, o Commander recebeu um conjunto com peças exclusivas (somente algumas travessas foram aproveitadas do modelo menor). Braços, batentes, pontos de fixação, entre outros componentes, são totalmente novos.
O Commander tem dirigibilidade bastante parecida com a do Compass e se mostrou um carro estável e seguro mesmo nos trechos mais travados do circuito, graças ao ajuste firme das suspensões e à eletrônica, que aciona os controles de estabilidade e tração quando detecta a menor ameaça de saídas de frente ou de traseira do SUV durante uma tocada mais arrojada.
O desempenho do motor 1.3 turbo flex foi outro ponto positivo dessa etapa do teste. Obviamente que não dá para esperar a performance de um carro esportivo em um SUV de aproximadamente 1.700 kg, mas as respostas do propulsor se mostraram satisfatórias se considerarmos um uso majoritariamente urbano.
De acordo com a Jeep, o Commander turbo flex acelera de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos e atinge a velocidade máxima de 202 km/h quando abastecido com etanol. Com gasolina no tanque, são 10,4 segundos e 200 km/h, respectivamente.
Já a avaliação do modelo movido a diesel foi em um percurso off-road, que combinava uma trilha leve e alguns obstáculos mais severos. Mesmo com as rodas de 19 polegadas da versão Overland, o SUV entrega um bom nível de conforto no piso irregular.
Graças aos quase 39 kgf.m de torque do motor turbodiesel e aos 22,5 cm de distância do solo, o Commander tirou de letra na hora de “escalar” uma escadaria de concreto e passar pela sequência de buracos conhecida como caixa de ovos. A tração 4x4 dotada de recursos eletrônicos, como modos de condução em diferentes terrenos e controle de velocidade em descida, faz o trabalho praticamente sozinha, enquanto o motorista tem apenas a tarefa de controlar a direção do veículo.
Assim como os Jeep Renegade e Compass, além da picape Fiat Toro, a primeira marcha do câmbio de nove velocidades do Commander funciona como uma reduzida para transpor situações mais adversas.
O desempenho do Commander diesel é um pouco inferior ao do flex, com aceleração de 0 a 100 km/h em 11,6 segundos e velocidade final de 197 km/h.
A vantagem do propulsor a diesel, no entanto, é a autonomia de até 787 quilômetros do tanque de 61 litros, ao considerarmos o consumo rodoviário informado de 12,9 km/l. Na cidade o SUV faz 10,3 km/l (dados do Inmetro).
A melhor marca do Commander flex é de 11,8 km/l com gasolina na estrada, que confere autonomia de 720 km.
Apesar da disponibilidade de recursos para rodar em condições no fora-de-estrada, o Commander é um carro que terá uso predominantemente no asfalto, já que o seu público-alvo é mais urbano e interessado em conectividade e tecnologia embarcada.
Para atender essa demanda, o Commander conta com uma série de assistências de segurança, como detector de fadiga do motorista, controle de cruzeiro adaptativo com frenagem detecção de ciclistas e pedestres, frenagem autônoma de emergência, sensor de ponto cego, assistente de permanência em faixa e reconhecimento de placas de trânsito.
Além dos obrigatórios airbags frontais e do sistema antitravamento dos freios (a disco nas quatro rodas), o SUV conta com mais cinco bolsas infláveis: duas laterais, duas de cortina e uma para os joelhos do motorista, o que totaliza sete - se considerarmos os dois da frente.
Jeep Commander e concorrentes
A Jeep aposta as suas fichas contra o Mitsubishi Outlander e o Volkswagen Tiguan R-Line, mas também diz que o Commander pode concorrer contra SUVs de sete lugares na faixa que vai de R$ 180 mil a R$ 350 mil.O Outlander é oferecido nas versões HPE 2.0 de 160 cv (R$ 208.990) e HPE-S 3.0 V6 de 240 cv (R$ 255.990), ambas a gasolina, além da HPE-S 2.2 turbodiesel de 165 cv (R$ 283.990).
Já o Tiguan R-Line (R$ 236.090) é equipado com o 2.0 turbo a gasolina de 220 cv, câmbio de dupla embreagem e tração integral.
Embora custe menos (R$ 185.890), o Caoa Chery Tiggo 8 com o seu motor 1.6 turbo a gasolina de 187 cv também é visto como um potencial adversário do Commander Limited flex.
A Jeep espera vender cerca de 1.500 unidades mensais do Commander e, com isso, liderar o segmento de SUVs de sete lugares no mercado brasileiro. A marca diz que 60% das vendas ficarão concentradas nas versões a diesel (30% Limited e 30% Overland), enquanto as flex representarão os 40% restantes (20% Overland e 20% Limited).
Teste-drive a convite da Jeep
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