Lembra do Reliant Robin, aquele carrinho estranho de três rodas que ficou famoso graças ao incrível programa Top Gear, em que Jeremy Clarkson acelerava o modelo que tombava em alta velocidade? Ele também participou da série Mr. Bean por "rivalizar" com o Mini do protagonista. Pois agora pense nele só que "ao contrário" fisicamente e bem menor. Este é o Kers Wee.
O projeto, no entanto, é brasileiro e inovador. E seu objetivo é grande: se tornar o carro elétrico mais barato do Brasil - título que hoje pertence ao JAC E-JS1, mas que pode mudar em breve. Veja as fotos e note que o modelo parece um carro cortado ao meio visto de frente - a traseira, por sua vez, tem mais jeitão de triciclo. A ideia, de acordo com os idealizadores, é vendê-lo por R$ 93 mil.
Antes de pensar no veículo como um carro para se usar em todos rolês maiores e até viagens, se acalme. A ideia, segundo os desenvolvedores, é que o modelo seja um veículo de aplicativos ou para locações de trajetos curtos, algo interessante para cidades com grandes e movimentados centros urbanos. A cabine, por exemplo, só recebe duas pessoas.
"Não temos como fugir disso. Nosso planeta cobra atitudes ambientais sadias. Precisamos fazer algo e o Wee é uma ferramenta essencial para que essa evolução de pensamento ocorra", explica Carlos Motta, engenheiro idealizador do negócio e CEO da Kers.
Mas como esse carrinho funciona e de onde surgiu essa fabricante chamada Kers? A empresa é, na verdade, uma startup paranaense que desenvolve o projeto do Wee há mais de 15 anos. "A Kers foi criada para encontrar soluções ambientais sustentáveis e o Wee é um produto que está deixando de ser sonho para virar uma realidade", complementa o executivo.
O termo Wee vem do inglês/escocês e quer dizer "minúsculo". Já Kers vem de "Kinetic Energy Recovery System", uma inspiração no sistema de recuperação de energia cinética dos carros da Fórmula 1. Em números, a marca promete autonomia de 200 quilômetros e recarga total em no máximo 8 horas.
De acordo com a Kers, o Wee tem tecnologias 100% brasileiras, construídas e pensadas após a união entre a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e o Instituto Brasil de Mobilidade. Os pesquisadores da universidade foram responsáveis pela parte elétrica e pela automação, que fizeram que fosse possível transformar o carrinho em um veículo autônomo.
Tem mais coisa curiosa: o Wee traz um recurso que identifica se o motorista estiver bêbado pelo jeito de rodar com o carro (segundo métricas de aceleração e desaceleração), estaciona e liga o pisca-alerta de modo autônomo para avisar os demais que há um "problema". Ah, o carro também consegue identificar falhas mecânicas via internet 5G e fazer a manutenção de forma automática se este dano for elétrico.
O Kers Wee teve apoio do governo do Paraná, que financiou cerca de R$ 300 mil do projeto e agora espera lucrar com participação nos royalties caso o carrinho tenha sucesso. A origem do modelo é paranaense e sua estreia foi em Cascavel (PR), onde também acontece o Show Rural, uma das maiores feiras de tecnologia e agronegócio do mundo.
Em uma entrevista para o jornal O Fato, Carlos Motta, o idealizador, afirmou que o projeto do Wee deve gerar 300 empregos diretos e poderá criar até 3.000 empregos indiretos. A produção do carrinho, se emplacada, deverá ser feita na cidade de Maringá (PR).
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