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Kers Wee

Kers Wee é o carro elétrico brasileiro de 3 rodas

Conheça o modelo compacto que tem duas rodas no eixo dianteiro, uma no traseiro e pretende ser o EV mais barato do país

André Deliberato

por André Deliberato

Lembra do Reliant Robin, aquele carrinho estranho de três rodas que ficou famoso graças ao incrível programa Top Gear, em que Jeremy Clarkson acelerava o modelo que tombava em alta velocidade? Ele também participou da série Mr. Bean por "rivalizar" com o Mini do protagonista. Pois agora pense nele só que "ao contrário" fisicamente e bem menor. Este é o Kers Wee.
O projeto, no entanto, é brasileiro e inovador. E seu objetivo é grande: se tornar o carro elétrico mais barato do Brasil - título que hoje pertence ao JAC E-JS1, mas que pode mudar em breve. Veja as fotos e note que o modelo parece um carro cortado ao meio visto de frente - a traseira, por sua vez, tem mais jeitão de triciclo. A ideia, de acordo com os idealizadores, é vendê-lo por R$ 93 mil.
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Quem é Kers Wee?

Antes de pensar no veículo como um carro para se usar em todos rolês maiores e até viagens, se acalme. A ideia, segundo os desenvolvedores, é que o modelo seja um veículo de aplicativos ou para locações de trajetos curtos, algo interessante para cidades com grandes e movimentados centros urbanos. A cabine, por exemplo, só recebe duas pessoas.
"Não temos como fugir disso. Nosso planeta cobra atitudes ambientais sadias. Precisamos fazer algo e o Wee é uma ferramenta essencial para que essa evolução de pensamento ocorra", explica Carlos Motta, engenheiro idealizador do negócio e CEO da Kers.
Mas como esse carrinho funciona e de onde surgiu essa fabricante chamada Kers? A empresa é, na verdade, uma startup paranaense que desenvolve o projeto do Wee há mais de 15 anos. "A Kers foi criada para encontrar soluções ambientais sustentáveis e o Wee é um produto que está deixando de ser sonho para virar uma realidade", complementa o executivo.
O termo Wee vem do inglês/escocês e quer dizer "minúsculo". Já Kers vem de "Kinetic Energy Recovery System", uma inspiração no sistema de recuperação de energia cinética dos carros da Fórmula 1. Em números, a marca promete autonomia de 200 quilômetros e recarga total em no máximo 8 horas.

100% brasileiro e até autônomo

De acordo com a Kers, o Wee tem tecnologias 100% brasileiras, construídas e pensadas após a união entre a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e o Instituto Brasil de Mobilidade. Os pesquisadores da universidade foram responsáveis pela parte elétrica e pela automação, que fizeram que fosse possível transformar o carrinho em um veículo autônomo.
Tem mais coisa curiosa: o Wee traz um recurso que identifica se o motorista estiver bêbado pelo jeito de rodar com o carro (segundo métricas de aceleração e desaceleração), estaciona e liga o pisca-alerta de modo autônomo para avisar os demais que há um "problema". Ah, o carro também consegue identificar falhas mecânicas via internet 5G e fazer a manutenção de forma automática se este dano for elétrico.
O Kers Wee teve apoio do governo do Paraná, que financiou cerca de R$ 300 mil do projeto e agora espera lucrar com participação nos royalties caso o carrinho tenha sucesso. A origem do modelo é paranaense e sua estreia foi em Cascavel (PR), onde também acontece o Show Rural, uma das maiores feiras de tecnologia e agronegócio do mundo.
Em uma entrevista para o jornal O Fato, Carlos Motta, o idealizador, afirmou que o projeto do Wee deve gerar 300 empregos diretos e poderá criar até 3.000 empregos indiretos. A produção do carrinho, se emplacada, deverá ser feita na cidade de Maringá (PR).

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