A capacidade off-road e a robustez podem ser considerados pontos pacíficos da Mitsubishi L200 Sport. Pois, na linha 2021, a montadora manteve as qualidades já consagradas e melhorou em quesitos que apresentavam desequilíbrio, como conforto na estrada e equipamentos tecnológicos.
O modelo está disponível em três versões tabeladas entre R$ 188.990 e R$ 232.990. Se considerarmos apenas as versões topo de linha, a L200 é mais cara do que os rivais diretos. Para sabermos se vale o investimento, rodamos aproximadamente 300 quilômetros com a configuração completona HPE-S.
Mas não podemos falar de desempenho sem antes mencionar as novidades estéticas. A junção de diversos elementos volumosos e cromados deram personalidade ao modelo e sanaram os problemas de design apresentados pela linha anterior da picape. Vale lembrar que a Mit precisou arranjar novas opções de grade para agradar aos consumidores, que torceram o nariz para a L200.
Agora a marca implementou o layout empregado na Pajero Sport para ter uma picape que transmite robustez e modernidade, sobretudo, por meio de um conjunto ótico ousado bi-LED. Boa solução também foi encontrada para o desenho traseiro, graças às lanternas verticais com adornos em LED.
Por dentro, as novidades são mais tímidas. Se concentram no volante de quatro raios com boa pegada e no painel central com disposição vertical. Embora tenha apenas um elemento emborrachado no console, o habitáculo do Mitsubishi passa mais sensação de modernidade do que a maioria das picapes médias, que ainda transmitem aspecto rústico.
Uma atualização seria bem-vinda ao computador de bordo do painel de instrumentos. Embora seja digital e de boa visibilidade, ele poderia apresentar mais informações ao condutor. Já a central multimídia de 7 polegadas da renomada marca JBL é intuitiva e equipada com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay.
Mas as maiores novidades tecnológicas ficam por conta de equipamentos dinâmicos. Agora, só a L200 Sport tem sensores de ponto cego como itens de série na categoria. Além disso, o modelo oferece alerta de colisão frontal, sistema de frenagem autônoma de emergência e alerta de colisão traseira em tráfego cruzado.
Alguns itens semi-autônomos ficaram de fora da lista, como câmera 360° (disponível no modelo gringo), além de piloto automático adaptativo, o famoso ACC. Este, no segmento, é uma exclusividade da Ford Ranger.
Todas as versões da Mitsubishi L200 Sport 2021 já vêm com caçamba com trava elétrica, volante e alavanca do câmbio em couro, ar-condicionado automático digital, central multimídia, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, além de bloqueio do diferencial traseiro.
Já a versão testada HPE-S tem também itens como faróis de neblina, aletas para troca de marcha, sensores de chuva e crepuscular, câmera de ré, assistente de descida, câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, 7 airbags, GPS, chave presencial, além dos já citados conjunto ótico em LED e equipamentos de segurança ativos.
Uma ausência sentida: o amortecimento da tampa da caçamba.
Agora, sim, o desempenho. Destaque para o modo off-road. Ele identifica o tipo de terreno a ser trafegado e entrega diferentes gerenciamentos de potência do motor, transmissão e frenagem, além de atuar no acionamento dos controles de tração e estabilidade. O sistema está disponível em quatro opções de pisos: cascalho, lama, areia e pedra.
A L200 Sport também passou a oferecer o controle de descida em rampa, sistema focado em terrenos íngremes de modo que o motorista não precisa pisar no freio em velocidades entre 2 e 20 km/h.
Já em termos mecânicos, a novidade está na transmissão automática de seis velocidades, em detrimento das cinco marchas disponíveis na linha anterior (que continua disponível nas lojas, agora na linha sob o nome L200 Outdoor).
Já o motor é comum a toda linha L200. É o mesmo 2.4 turbodiesel de 190 cv a 3.500 rpm, além de 43,9 kgf.m de torque a 2.500 giros. Eficiente, o propulsor ficou melhor encaixado com a nova transmissão e não passa das 2.000 rotações, mesmo ao rodar em 120 km/h.
Isso melhorou o consumo de combustível da picape. Com nota “C” na categoria, segundo o Inmetro, o desempenho médio é de 9,4 km/l na cidade, e 10,8 km/l, nas rodovias.
Corrobora com a boa performance da picape o novo acerto de suspensão, que visa transmitir mais conforto aos passageiros. A missão é cumprida com sucesso. O Mit parece mais assentado, com menor grau de trepidações em relação ao modelo anterior. Com ajuste duplo A na parte frontal e eixo de torção na traseira, o modelo só não alcança o mesmo patamar da Nissan Frontier, que tem sistema mais sofisticado.
Já em trilhas pesadas, a L200 Sport 2021 parece topar qualquer desafio. Sobe sem esforço terrenos íngremes e judiados como se nada tivesse acontecendo. Apoia-se nos bons números de ângulo de entrada, de 32°, além de 23°, no ângulo de saída. Já a capacidade de transpor vias alagadas é de 600 milímetros de profundidade.
Para quem se preocupa com a capacidade de carga, o modelo da Mitsubishi dispõe de 1,05 tonelada, a mesma da Chevrolet S10. Neste quesito, entre os modelos a diesel, o melhor índice é o da Volkswagen Amarok e seus 1.134 quilos de capacidade.
Com os novos atributos, a Mitsubishi L200 Sport tem tudo para agradar a um público maior no acirrado segmento de picapes médias, repleto de fãs fervorosos. Se antes o modelo podia se gabar de ter uma das melhores pegadas fora-de-estrada, agora está mais acertado e atraente para quem quer um veículo prazeroso para viagens mais amenas.