Lasanha: de roubada a negócio irresistível

Expressão hoje define modelos mais antigos que foram objeto de desejo quando eram novos e agora são boa oportunidade

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Guilherme Silva
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Para a maioria das pessoas, lasanha é apenas o tradicional prato de origem italiana, preparado com camadas intercaladas de massa, recheio e molho, geralmente servido nos almoços de domingo.

Já o pessoal mais aficionado pelo mundo automotivo costumava usar o termo lasanha como adjetivo para referir-se a carros que escondem reparos mal feitos sob camadas de tinta e massa plástica - daí a relação com a receita da nonna.

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Chevrolet Calibra é um carro que se encaixa dentro do conceito de lasanha
Crédito: Reprodução
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Mas há algum tempo, a expressão lasanha tem deixado de ser um termo pejorativo e passou a categorizar carros mais antigos, que foram objetos de desejo quando novos, mas com potencial para ser um bom negócio entre consumidores e públicos mais específicos, que não se importam tanto com as tendências do mercado. Entusiastas de modelos fora de linha ou de marcas e modelos menos conhecidos são alguns exemplos de “lasanheiros”.

Uma típica situação em que as lasanhas automotivas se tornam tão irresistíveis quanto um generoso pedaço de massa coberta por queijo e molho ao lado de um prato de salada é quando alguém fica na dúvida de comprar um carro novo de segmento de entrada ou usar o mesmo valor para colocar na garagem um modelo usado de categoria superior, geralmente mais completo e com motorização mais potente.

Um exemplo: por praticamente o mesmo valor de um Renault Kwid Life zero quilômetro (R$ 42.090) é possível comprar um imponente Hyundai Azera 2011, equipado com um potente motor 3.3 V6 de 265 cv e repleto de equipamentos de conforto e segurança.

Jetta Variant tinha motor 2.5 a gasolina com até 170 cv e câmbio automático de 6 marchas
Crédito: Divulgação/Volkswagen
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Se tiver boa procedência, o sedã sul-coreano pode ser uma boa compra para quem não se importa com a desvalorização e está disposto a bancar os custos consideravelmente maiores de manutenção, seguro e combustível de um carro de 10 anos. Por outro lado, o comprador adquire um produto superior pelo preço de um modelo popular.

Hyundai Azera 2011 é equipado com motor 3.3 V6 de 265 cv e repleto de equipamentos de conforto e segurança
Crédito: Divuolgação
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Mas antes de se render à tentação de uma lasanha (a automotiva), é preciso ficar atento para não ter surpresas indigestas. Pesquise com antecedência a viabilidade de manter um carro mais sofisticado (muitas vezes raro), a disponibilidade de peças e mão de obra especializada e, principalmente, se todas as despesas cabem no seu bolso.

Se uma lasanha ainda compromete o seu orçamento, o melhor negócio é optar por um modelo mais barato de manter e de maior liquidez no mercado. Mas se as suas finanças permitem fazer alguma extravagância, nada melhor que aproveitar as ofertas e se deliciar com essas iguarias automotivas.

(Atualizado em 11 de janeiro de 2023)

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