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Maçanetas embutidas: tendência futurista ou moda?

É de se imaginar que não ter maçanetas possa diminuir o arrasto aerodinâmico, mas até que ponto isso ajuda no consumo?

por André Deliberato

Sim, até maçanetas podem influenciar no consumo de combustível. Isso porque elas fazem parte do desenho aerodinâmico do automóvel, que influencia diretamente no arrasto que o carro precisa fazer para atravessar a barreira do espaço e do ar. Lembrou das aulas de física na escola?
Na prática, qualquer influência ou alteração no desenho natural das linhas do automóvel que leva o vento da frente para a traseira atrapalha esse número. Como os retrovisores, por exemplo.
Mas esse lance de esconder as maçanetas (ou embuti-las) é uma tendência futurista ou só moda? É isso que vamos descobrir.
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Maçanetas embutidas não são moda

Vamos voltar para os anos 1980, quando muitos carros usavam essa técnica de embutir maçanetas para que o desenho não atrapalhasse no consumo - ou seja, não falamos de uma moda temporária.
Naquela época, no entanto, as maçanetas não eram funcionais como as de agora - na maioria das vezes, eram encaixadas em espaços "fundos" criados nas portas.
O Uno Mille (que na época era só Uno) é um bom exemplo: um vão - ou até mesmo uma espécie de "buraco" formado por vincos - na porta guardava a maçaneta, que abria as portas quando levantada na vertical.
Atualmente, o Fiat 500e é outro que segue esse padrão: do lado de fora, o botão eletrônico que abre as portas fica sob uma espécie de "vão", que não cria um volume adicional na chapa da porta.

Isso posto, podemos confirmar que essa estratégia de maçanetas escondidas, camufladas ou até escamoteáveis não são moda, mas uma tendência que existe há muitos anos e que se revitaliza com o passar de gerações.
Mas, até que ponto ter duas maçanetas (ou quatro) escondidas interfere no consumo? Para saber isso, consultamos engenheiros da SAE e especialistas de fabricantes.
O consenso é que até 2,3% de combustível pode ser economizado quando as quatro maçanetas estão escondidas - como no caso dos SUVs Evoque e Velar, da linha de luxo Range Rover, da Land Rover.
No caso de carros em que só as maçanetas traseiras são acopladas (como no Honda HR-V e na Peugeot 206 Escapade, do começo do século), a melhora pode ser de até 1,1%.
Existem vários exemplos de carros nos quais as maçanetas são escondidas, seja por recurso eletrônico ou por estratégias de design. Mas uma coisa podemos concluir: essa é uma tendência que existe há décadas e que deve demorar para sumir, já que influencia diretamente no consumo de combustível.
E como as fabricantes procuram ideias para ser cada vez mais "verdes", eletrificados e também sustentáveis, pode apostar que esconder as maçanetas deverá ser um dos recursos cada vez mais aplicados por todas as fabricantes de automóveis. Essa é a nossa aposta.

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