Quando você ouve falar em picape, certamente se lembra de um automóvel grandalhão, desajeitado para as cidades e com consumo de combustível razoável. Pois a Ford acaba de lançar no mercado brasileiro a Maverick Hybrid, nova versão híbrida da picape monobloco, que é a antítese de tudo o que está aí em cima.
A Ford Maverick Hybrid estreia no mercado brasileiro com preço de R$ 244.890 e chega com a promessa de atrair um público que não necessariamente é o tradicional comprador de picapes.
Afinal, como será que a picape híbrida se saiu no uso diário? Confira nas linhas a seguir e não deixe de ver também o nosso teste em vídeo.
A Maverick FX4 e a Hybrid não são distintas apenas na motorização. Sem a tração 4x4, a picape híbrida se diferencia também pelo visual mais urbano.
Saem de cena as rodas de 17 polegadas com pneus borrachudos off-road e surgem rodas de 18 polegadas com pneumáticos feitos para o asfalto e de baixa resistência à rodagem. Na Maverick Hybrid, somem também os ganchos de reboque no para-choque dianteiro.
Um discreto logotipo "Hybrid" combina o pacote urbano da picape híbrida, que tem os mesmos 5,07 m de comprimento, 1,84 m de largura e 3,08 m de entre-eixos da FX4. Já a altura é de 1,67 m - 6 cm a menos que na irmã.
São medidas generosas para o padrão brasileiro. Mas que não chegam a tornar a Maverick Hybrid um incômodo na hora de rodar no trânsito congestionado ou parar no estacionamento do prédio ou do mercado.
A caçamba tem 938 litros de capacidade e leva até 659 quilos. Oferece mais espaço que a Fiat Toro, mas leva menos peso. Por outro lado, a área para cargas é bem versátil e feita para receber divisórias. Nas laterais, é possível armazenar pequenas tralhas em compartimentos com tampa.
Na cabine da Maverick Hybrid, o que chama a atenção é a ausência de materiais macios ao toque. É algo que certamente transmite uma sensação de robustez, e já era uma característica da FX4. Mas que parece estranho para um carro de quase R$ 250 mil disposto a conquistar um público mais urbano.
Para compensar, a Ford aposta em uma boa variação de cores e texturas e em um desenho bem ousado, o que garante um conjunto agradável - pelo menos ao olhar. A posição de dirigir é mais próxima à dos SUVs que à das picapes, numa pegada muito parecida com a adotada na Chevrolet Montana.
Um ponto de destaque na cabine da Ford Maverick Hybrid é o aproveitamento de espaço. O (bom) espaço para as pernas fica dentro da média do segmento. Mas a cabine é bem larga e alta, e certamente vai agradar aos ocupantes de maior estatura.
Além disso, sob o banco traseiro, a Maverick tem um porta-objetos de grandes dimensões, com 58 litros de capacidade. Para finalizar essa análise do interior, a ergonomia também merece destaque. Os bancos são confortáveis e é fácil achar uma posição ideal para guiar.
De série, a Ford Maverick Hybrid tem central multimídia com tela de oito polegadas, bancos de couro, ajustes elétricos no assento do motorista, faróis de LED com acionamento automático, ar-condicionado digital de duas zonas e chave presencial.
Já o pacote de segurança e tecnologia tem sete airbags, controlador de velocidade de cruzeiro, seletor de modos de condução, frenagem autônoma, câmera de ré, assistente de partida em rampas e controles eletrônicos de tração e estabilidade.
O conjunto motriz híbrido da Maverick Hybrid é composto por um motor 2.5 de quatro cilindros e um propulsor elétrico, que desenvolvem potência combinada de 194 cv e torque de 21,4 kgf.m.
Já o câmbio é automático, do tipo e-CVT, e a tração é dianteira. Híbrido do tipo autocarregável, dispensa a necessidade de tomadas externas para a pequena recarga da bateria de 1,1 kWh que fica posicionada sob o assoalho da cabine.
Ao olhar a ficha técnica, a expectativa é que a Maverick Hybrid seja muito mais mansa que a FX4, que tem um motor 2.0 turbo de 253 cv e 38,7 kgf.m de torque.
Mas a picape híbrida surpreende pelo desempenho. É claro que ainda fica atrás da Maverick 100% a combustão. Mas, principalmente no modo esportivo de condução, a picape entrega muita agilidade e sensação de que tem força de sobra. Uma prova disso é a capacidade de acelerar de zero a 100 km/h em 8,7 segundos.
O desempenho agrada bastante. Mas a parte mais bacana de rodar com qualquer híbrido é bater recordes de consumo. Nos números oficiais, a Maverick registra médias de 15,7 km/l (cidade), 13,6 km/l (estrada) e 14,6 km/l (combinado). Com um tanque de 57 litros, a autonomia passa dos 800 quilômetros.
Na prática, porém, os resultados são bem melhores. Usando a picape no dia a dia e também pegando alguns trechos rodoviários mais longos, consegui ultrapassar tranquilamente os 19 km/l de consumo médio.
Ajuda nessa tarefa de dirigir de maneira mais eficiente um muito útil indicador no painel, que mostra quando o carro está rodando no modo 100% elétrico ou quando o propulsor a gasolina entra em ação para impulsionar a picape.
A dica para extrair a máxima autonomia da Maverick Hybrid é dirigir a maior parte do tempo de pé leve, evitando acelerações bruscas, e deixar o carro rolar ao se aproximar de um sinal fechado. Dicas de direção econômica que, aliás, servem também nos carros a combustão.
De resto, a Maverick Hybrid é tão legal quanto a FX4. Feita sobre a mesma plataforma do SUV Bronco Sport, a picape híbrida tem comportamento dinâmico muito mais próximo ao de um bom utilitário esportivo que ao de um modelo tradicional com caçamba.
A direção é leve e precisa, enquanto a suspensão - independente nas quatro rodas - tem um acerto equilibradíssimo: não chega a ser macia como a da grandalhona F-150 Platinum, mas é bem confortável e ao mesmo tempo muito competente para segurar a carroceria em curvas.
Em resumo: um carro que certamente vai arrancar sorrisos ao volante de qualquer um que goste de dirigir.
Primeira picape híbrida do mercado brasileiro, a Maverick Hybrid vai competir, pelo menos por enquanto, contra ela mesma.
Isso não apenas por conta da falta de concorrentes na mesma faixa de preço e tamanho. É que a Ford definiu uma estratégia curiosa para a Maverick Hybrid: a picape estreia por aqui no mesmo valor da versão Lariat FX4, que tem tração 4x4 e motor 100% a combustão.
Ou seja: a escolha da Maverick ideal para você acabou se tornando apenas uma questão de gosto. Se tivesse que escolher uma das duas, eu ficaria com a Hybrid.
Além da dinâmica de carro de passeio, a picape híbrida oferece ainda uma cabine espaçosa, boa lista de itens de série e um conjunto mecânico muitíssimo eficiente. É a fórmula perfeita para agradar até quem não é picapeiro.
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