O compacto fabricado em Resende, no Rio de Janeiro, chega atualizado em março a partir de R$ 35.990 na versão Conforto, que oferece ar-condicionado e direção elétrica como itens de série. O valor sobe para R$ 37.990 na configuração S, que agrega travas e vidros elétricos. Já a versão mais completa SV (avaliada pelo WebMotors), vale R$ 40.990 e tem rádio com bluetooth, faróis de neblina, aerofólio, volante multifuncional e rodas de 15 polegadas.
O motor 16 quilos mais leve em relação ao de quatro cilindros (desenvolvido pela Renault e que ainda continua equipando o March Active) prima pelo bom nível de consumo de combustível. Faz 8,8 e 10,3 km/l no ciclo urbano e 12,9 e 15,1 km/l na estrada, sempre na ordem etanol e gasolina.
Apesar de econômico, não faz feio no quesito desempenho graças à nova curva de torque. Os 10 kgf.m ainda são os mesmos do motor antecessor, mas agora, entregues a 4.000 rpm. O interessante é que os números são os mesmos tanto com gasolina, quanto com etanol. A potência é de 77 cv alcançados a 6.200 giros.
O propulsor chamado tem bloco de alumínio e 12 válvulas. Consegue driblar bem os defeitos característicos dos motores tricilíndricos: mix de vibração e ruído. Mesmo durante trechos de aclive, o motor não ficou ‘gritando’ muito em função da operação em baixa rotação – por exemplo: a 60 km/l, o propulsor opera a 1.900 giros.
Outros ingredientes da receita bem sucedida preparada para o novo motor é taxa de compressão maior (11,2), contrapeso externo no volante e polia (que reduzem a vibração dos pistões), além de novo perfil para o coletor de admissão.
Enfim, o novo bloco encaixou muito bem em um veículo gostoso de dirigir, com boa ergonomia e suspensão confortável. O vacilo da Nissan foi não tê-lo implementado há nove meses, ou seja, desde lançamento do carro. Segundo o gerente de produto Jean Philippe Thery, não houve tempo para que o propulsor HR10 fosse colocado antes na linha de produção por conta de diversos trâmites a serem seguidos na fábrica.
A dificuldade em colocar um novo motor em produção é compreensível, mas imagine a frustração do comprador de um New March de quatro cilindros, que comprou um carro zerinho e vê ele defasado em menos de um ano...
Outro erro estratégico da Nissan é não cogitar um câmbio automático para o compacto a curto prazo, enquanto seus rivais principais já oferecem uma transmissão que dispensa o pedal esquerdo.
Desta forma, ficará difícil disputar em pé de igualdade com Fiat Palio, Chevrolet Onix, Volkswagen Gol, Hyundai HB20 e Renault Sandero. A previsão da Nissan é de que o New March tenha pouco mais de 3.000 unidades comercializadas por mês, sendo que o mix de vendas é dividido de maneira igual entre as linhas 1.0 e 1.6.
Em relação ao pós-venda do modelo, a montadora de origem japonesa afirma que haverá três anos de garantia sem quilometragem, assistência 24 horas gratuita por dois anos e mão de obra grátis nas duas primeiras revisões. Falando em revisão, a Nissan garante preço fixo válido para todo o Brasil e feitas a cada 10 mil quilômetros rodados ou 12 meses.
FUTURO INCERTO
O March Active, versão antiga do compacto continua à venda, mas tem futuro incerto. A Nissan gosta da ideia de obter volume por meio das vendas diretas, mas tem o discurso de que não quer brigar com as rivais em um mercado de carros pelados. A marca adiantou ainda que uma versão Active para o sedã Verda está descartada – o New Versa vai ser lançado nos próximos meses utilizando a mesma gama de motores do New March.
OPÇÃO 1.6
A gama de motores 1.6 também sofreu uma pequena alteração: o tanquinho de partida a frio foi abolido. Os preços desta linha também foram alterados. A novidade é que a versão inicial pede os mesmo R$ 40.990 que a versão topo de linha 1.0. A configuração intermediária SV vale R$ 43.990 e a completa SL está tabelada em R$ 47.490.
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