Esqueça a L200. O carro-chefe da Mitsubishi no Brasil mudou tanto que nem o nome da picape foi poupado. Chamado apenas de Triton, o modelo que tem 46 anos de produção mundial chegou à sexta geração com otimizações em todos os aspectos. O modelo está disponível em seis versões, com preços que vão de R$ 249.990 a R$ 329.990.
O WM1 realizou um teste-drive de aproximadamente 1.000 km com o lançamento, que entra em pré-venda em dezembro. A caminhonete foi até para a pista, como forma de avaliar o desempenho do novo motor 2.4 de 205 cv de potência a 3.500 rpm.
Quer troca de carro? Anuncie agora na Webmotors!
Embora tenha a mesma capacidade volumétrica da geração anterior, o conjunto biturbo a diesel, chamado de 4N16 Super High Power, foi completamente revisto. Feito totalmente em alumínio, ele está maior e 15 cv mais potente em relação ao 4N15. Já o ganho de torque é de 4 kgf.m, alcançando um total de 47,9 kgf.m entre 1.500 rpm e 2.750 rpm.
A transmissão da Aisin também foi recalibrada para trabalhar com o novo propulsor. Ela continua automática de seis velocidades. Existe ainda uma opção manual, com a mesma quantidade de marchas, disponível na versão de entrada GL, focada no trabalho.
É verdade que o sistema automático não tem 10 posições, como na Ford Ranger, mas dá conta do recado. O conjunto está bem ajustado ao motor e responde bem ao estilo de direção desejado pelo motorista. Somente em algumas poucas ocasiões o câmbio demorou a escalonar em trechos off-road. Isso ocorreu após uma sequência longa em que a terceira marcha não foi exigida.
De São Paulo (SP) rumo à Serra da Canastra, em Minas Gerais, ficou evidente como a L200 – ops, Triton – melhorou. Isolamento acústico impecável, direção direta e suspensão parruda e confortável (na medida do possível) chamaram a atenção no sobe e desce da região ecoturística.
Essas melhorias são consequência de um novo chassi, desenvolvido com materiais mais nobres, além de componentes mais robustos. A picape oferece 40% a mais de rigidez torcional em relação à geração anterior.
O uso de peças maiores também é o segredo para que a suspensão tenha um ajuste mais equilibrado entre conforto e robustez. A Triton transmite segurança em curvas de alta velocidade e se mantém tranquila em cenários extremos.
As otimizações estruturais permitem ainda que a picape tenha capacidade de reboque de 3.500 kg. No entanto, a Mitsubishi ainda não divulgou informações sobre o peso total do veículo, já que ele está em fase final de homologação. O mesmo vale para dados como capacidade da caçamba, consumo de combustível, velocidade máxima e aceleração de 0 a 100 km/h.
O lançamento, que começa a ser entregue em janeiro, ganhou assistentes de condução. Os principais incluem controle de cruzeiro adaptativo, assistente de manutenção em faixa, sensor de ponto cego, câmera 360º e sistemas que detectam possíveis colisões frontais ou traseiras.
Definitivamente, a parte dinâmica do modelo fabricado em Catalão (GO) é o ponto alto. Já o visual tende a dividir opiniões. O design, que segue o conceito Beast Mode (Modo Fera, em tradução livre), tem como objetivo transmitir um porte atlético e feroz. De fato, a picape chama atenção pelas ranhuras e musculaturas que permeiam toda a carroceria.
Mas a parte frontal peca pelo excesso. A grade é dividida em três partes, o que até sugere um ar retrô. Já o conjunto ótico é envolvido por um acabamento em formato de “C”. Ele conecta as luzes de posição, os projetores principais e as luzes de neblina. Tudo é de LED nas versões mais caras.
A iluminação também se destaca na parte traseira, com lanternas extensas que parecem uma espécie de escudo para as extremidades da picape, que cresceu em praticamente todas as dimensões. O modelo tem até 5,36 m de comprimento, com 3,13 m de entre-eixos. Já a largura chega a 1,93 m, enquanto a altura é de até 1,81 m.
O habitáculo também melhorou, mas ainda mantém uma perspectiva mais rústica. Tudo está bem encaixado, e os materiais que revestem áreas de contato, como volante e apoio de braço, são macios.
No entanto, o formato da maioria dos componentes é retilíneo, de modo que o motorista não se sente envolvido. Apesar de picapes médias estarem cada vez mais próximas de carros de passeio, ainda estamos falando de um veículo comercial leve. Porém, a Nova Ford Ranger mostrou como uma cabine de picape pode ser mais afável.
Na mesma linha segue a avaliação das telas digitais. A central multimídia de 9 polegadas tem uma programação antiquada e pouco organizada. A melhor solução é utilizar os sistemas de pareamento de smartphone Apple CarPlay e Android Auto. Infelizmente, o segundo só funciona por cabo.
Por outro lado, o cluster digital enriquece a experiência de guiar a Triton e oferece diversas informações. No entanto, ele poderia ser melhor explorado. A única apresentação mais atraente ocorre ao selecionar os modos de direção. São sete opções, que vão desde tocadas mais urbanas e econômicas até aquelas dedicadas a cenários extremos, como areia e rocha.
Mitsubishi Triton GL MT: R$ 249.990
Mitsubishi Triton GL AT: R$ 259.990
Mitsubishi Triton GLS: R$ 265.990
Mitsubishi Triton HPE: R$ 284.990
Mitsubishi Triton HPE-S: R$ 319.990
Mitsubishi Triton Katana: R$ 329.990