Novas propostas para resolver briga da placa preta

Federações querem criar duas categorias diferentes para os colecionadores de clássicos: originais e preparados

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André Deliberato
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Uma grande disputa tem acontecido entre colecionadores de carros clássicos e fãs da antiga placa preta no Brasil - que deixou de ter essa cor desde o lançamento da placa Mercosul, em 31 de janeiro deste ano.

O que acontece: a resolução 780 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) definiu regras para as novas placas e literalmente aposentou a placa preta. Ela se transformou em uma peça branca, igual às convencionais, mas com números e letras pintados de prata.

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Obviamente, os colecionadores de carros clássicos não gostaram do novo visual "por ser muito parecido com o do modelo tradicional", como diz Orlando Curto, apresentador e criador de um canal do Youtube chamado "Paixão por Antigos".

Tem mais uma reclamação: as novas regras também permitem que carros antigos modificados, portanto longe do estado de originalidade exigido para a obtenção da "placa preta", possam utilizar a licença de carro de colecionador. Esse movimento levou muitos "antigomobilistas" a dizerem que esses modelos têm a "placa treta".

Nova Placa Preta
Nova "placa preta" não é preta, embora colecionadores queiram reverter essa ideia
Crédito: Reprodução
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Placa preta: duas propostas

A briga foi criada. Depois disso, duas propostas foram criadas para resolver esse conflito.

1. Logo da FIVA

A primeira ideia foi da própria FBVA (Federação Brasileira de Veículos Antigos) para o Denatran: colocar o logo da FIVA (Federação Internacional de Veículos Antigos) abaixo da bandeira do Brasil.

2. Placa toda preta

Uma segunda opção foi enviada recentemente por um colecionador filiado à FBVA. Sua sugestão é pintar toda a placa Mercosul de preto e manter letras e números em branco. A ideia ganhou tanta força que existe um abaixo-assinado com mais de 20 mil assinaturas para sua promoção.

O grande problema é que a legislação atual, de maio de 1998, abre margens para dúvidas, já que não especifica qual é o percentual de originalidade necessário ou como deve ser feita a vistoria de um carro clássico para que este consiga obter a placa preta.

"Uma (sugestão de) mudança na resolução já foi protocolada pela FBVA e ainda aguarda a aprovação do Contran. Esperamos que a partir de abril de 2021 a gente possa ter regras mais claras", explica Curto, do canal Paixão por Antigos.

A ideia é que exista uma distinção entre clássicos originais e modificados, cada um com sua placa preta específica - a pintada de preto com letras brancas (ou mesmo com o logo da FIVA) para os modelos originais e a branca com letras prateadas para os carros antigos mexidos. A ver.

Placa Preta
Placa preta clássica quer "voltar" às ruas, mas dentro dos padrões de design da chapa Mercosul
Crédito: Reprodução
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Moto e caminhão pode ter placa preta?

Essa é uma dúvida que já ouvimos algumas vezes. Moto, caminhão e ônibus também podem ter placa preta? A resposta é sim.

Segundo o Denatran, todo veículo automotor com mais de 30 anos emplacado pode receber a placa preta se passar por vistoria e comprovar sua originalidade.

A comprovação vem da própria Resolução 56 do Contran, de 1998. Segundo o documento, a placa preta tem como objetivo preservar veículos antigos de intervenções que possam comprometer sua originalidade e valor histórico. E nele, o texto não faz distinção entre carros, motos, ônibus ou qualquer outro tipo de veículo automotor - e nada disso foi alterado com as novas placas Mercosul.

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