Mostramos recentemente aqui no WM1 os detalhes de todas as versões do novo Honda City, lançado em novembro, mas faltava dar uma volta no sedã para ver se o modelo realmente evoluiu em relação à geração anterior. Antes de falar como é dirigir a novidade, vale relembrar que as primeiras unidades do modelo chegam às concessionárias em janeiro em três versões: EX (R$ 108.300), EXL (R$ 114.700) e Touring (R$ 123.100).
Já a inédita variante hatchback, que substituirá o Fit em nosso mercado, terá os preços das versões EXL e Touring divulgados somente em janeiro, para chegar às revendas em março do ano que vem.
O Honda City é comercializado no Brasil desde 2009 apenas na carroceria sedã, que chega à sua terceira geração no país (a segunda estreou em 2014). Além do visual atualizado, o novo Honda City ficou ligeiramente maior que o antecessor.
Com 4,55 metros de comprimento, o novo City é 9,4 centímetros mais comprido e 5,3 cm mais largo que a geração anterior. A distância entre-eixos de 2,60 m, no entanto, foi mantida. Apesar do ganho de alguns centímetros na carroceria, o porta-malas teve a capacidade reduzida de 536 litros para, ainda bons, 519 litros. Segundo a Honda, o novo City é construído com uma estrutura 20,4% mais rígida e 4,3 kg mais leve que a antiga.
O nosso primeiro contato com o novo Honda City foi com a versão Touring, a mais completa. Ao vivo, na opinião do repórter, o carro é mais bonito que nas fotos. O desenho da carroceria tem elementos modernos, como os faróis e as lanternas de LED, mas segue o estilo tradicional com o qual o consumidor de sedãs está acostumado. Mas, bem que na configuração mais cara, o City poderia ter um jogo de rodas de diâmetro um pouco maior que o conjunto de 16 polegadas para conferir um toque de esportividade.
A cabine continua espaçosa para quatro adultos, mas os clientes das gerações anteriores perceberão uma sensível melhora no acabamento. Os plásticos aparentam uma qualidade superior, enquanto as portas e o painel contam com partes macias ao toque feitas de material que imita couro. Os botões que controlam o ar-condicionado digital são confeccionados de metal acetinado, mas o plástico preto brilhante do console da alavanca de câmbio é suscetível a riscar com facilidade.
Na versão Touring, o novo Honda City recebe bancos e painéis internos das portas revestidos de couro cinza claro. Muita gente ainda torce o nariz para esse tipo de material, uma vez que não dá para disfarçar a sujeira como em um interior com couro escuro. Contudo, é inegável como essa combinação de cores realça o ar de sofisticação de praticamente qualquer carro.
Sentado no posto do motorista, a sensação inicial do condutor é que o City está mais parecido com o Civic do que com o Fit, como ocorria nos modelos anteriores. A posição de guiar mais baixa agrada, sobretudo pela boa empunhadura do novo volante com regulagens de altura e profundidade. O painel mais baixo e os retrovisores externos, reposicionados das colunas A para as portas, ampliam o campo de visão do motorista e, consequentemente, melhoram a visibilidade à frente.
Após encontrar a posição ideal de dirigir e dar a partida no motor pelo botão no painel, percebe-se, nas primeiras arrancadas, que o novo motor 1.5 aspirado com injeção direta deixou o sedã mais ágil. Os 10 cv a mais, de fato, deram um fôlego extra ao City, mas o desempenho ainda é mais comedido que o dos propulsores 1.0 turbo de três cilindros de alguns concorrentes (Chevrolet Onix Plus, Hyundai HB20S e Volkswagen Virtus).
As respostas do motor nas retomadas dependem das reduções do câmbio automático CVT - que simula até sete marchas - para fazer o City ganhar velocidade. Nessa condição, o nível de ruído na cabine aumenta consideravelmente – o que é relativamente normal em carros com câmbio de variação contínua.
Construído com novos bloco e cabeçote, o motor de quatro cilindros identificado pela nomenclatura DI DOHC I-VTEC, entrega 126 cv de potência a 6.200 rpm e 15,5 kgf.m de torque a 4.600 rpm. Além da injeção direta de combustível, esse propulsor ainda recebeu duplo comando variável de válvulas.
A Honda diz que o desempenho do novo City não é tão inferior ao dos concorrentes turbinados, mas destaca que o seu carro atingiu médias de consumo melhores que os rivais. De acordo com os dados do Inmetro, o City sedã faz 9,2 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada quando abastecido com etanol. Com gasolina no tanque, os números são de 13,1 km/l em percurso urbano e 15,2 km/l, em uso rodoviário.
Em condições mais tranquilas, o City é um carro que embala fácil e cruza rodovias em velocidade de cruzeiro com bom nível de conforto e de silêncio. Além da boa estabilidade direcional em retas, o sedã se comporta bem em curvas de estradas sinuosas.
Segundo a Honda, as suspensões (McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira) foram equipadas com novos amortecedores que utilizam o próprio fluido e uma válvula extra para evitar pancadas de final de curso ao passar sobre buracos, por exemplo. O resultado é um carro com rodar mais macio, mas que ainda transmite segurança em mudanças de direção mais rápidas.
Outra novidade do novo Honda City são os controles de estabilidade e tração, inexistentes nas gerações anteriores – e que agora são obrigatórios por lei no país para modelos novos.
Todas as versões do City são equipadas de série com seis airbags, Isofix para a fixação de cadeirinhas infantis, câmera de ré e os já citados controles de estabilidade e tração. Na configuração intermediária EXL, o sedã recebe o LaneWatch, sistema que aciona uma câmera instalada no retrovisor do lado direito e mostra na tela de 8” da central multimídia a imagem do ponto cego do veículo ao acionar a seta.
Por sua vez, a versão topo de linha Touring adiciona faróis full-LED com acendimento automático, sensores de estacionamento dianteiro e o pacote de assistências de segurança Honda Sensing, que estreou no Brasil em 2018 no sedã grande Accord. Com isso, o sedã passa a contar com ajuste automático do farol alto, frenagem autônoma de emergência, controle de cruzeiro adaptativo e leitor de saída de faixa ativo com correção no volante.
O novo Honda City deu um salto de tecnologia em relação à geração anterior. Apesar de estar mais caro que os concorrentes, é o único modelo do seu segmento a oferecer um nível de assistências de condução capaz de fazer inveja a carros de categorias superiores. Uma pena que a Honda não aproveitou essa renovação do sedã para incluir o eficiente e elogiado motor 1.0 turbo de 122 cv e 17,6 kgf.m (números que poderiam ser incrementados com a tecnologia flex) do City vendido na Ásia.
Teste-drive a convite da Honda