O Fit saiu de cena no Brasil em 2021 para dar lugar ao City hatchback. A escolha da Honda deixou muita gente ressabiada, uma vez que o modelo aposentado carregava uma legião de fieis consumidores. Diante deste impasse, o Webmotors na Gringa foi atrás da mais nova geração do Fit, chamado na Europa de Jazz. Será que ele é melhor do que o City?
A quarta geração do compacto foi lançada em 2020. De cara, fica claro que ela aposta em um visual mais carismático em relação ao modelo anterior. A grade parece uma extensão do capô, enquanto os faróis e as assinaturas em LEDs têm uma composição suave. São itens com formatos suaves que humanizam o carro. Parece até que ele tem um rostinho alegre.
Já o restante do visual remete aos tempos em que o Fit ainda era um monovolume. Essa sensação fica por conta do formato das lanternas e do acabamento da coluna "C". Já a tampa do porta-malas é chapada e praticamente acompanha a linha do para-choque.
O bagageiro tem 304 litros de capacidade. Portanto, é 36 litros maior em relação ao compartimento do City Hatch. Segue presente no carro o conceito da modularidade dos bancos. Isso quer dizer que é fácil para rebater os bancos traseiros, que ficam planos e aumentam a capacidade de carga para 1.200 litros.
A versão testada pela Webmotors é chamada de Crosstar, que seria equivalente ao Fit Twist ou até mesmo ao também aposentado WR-V. Entre os diferenciais estão rack de teto, rodas de 16 polegadas com visual exclusivo, além de toda a base da carroceria com acabamento em plástico fosco.
Por dentro, o Novo Fit tem uma atmosfera que ainda lembra muito a geração anterior e até mesmo o City. O para-brisa é extenso, o painel é simples, mas bem acabado e existe uma sensação de cabine espaçosa. Mas quais são os destaques? Primeiramente, o volante, que tem uma base simples e visual amigável, enquanto os botões são apresentados de maneira intuitiva.
Os bancos também merecem atenção. São confortáveis e oferecem até opção de revestimento impermeável. É possível escolher revestimento branco para os assentos e também para o painel. O acabamento do painel é de boa qualidade, mas dá a impressão de que a central multimídia foi simplesmente "colada", porque destoa do restante dos elementos.
Tem tela de nove polegadas, pareamento com Android Auto e Apple CarPlay sem fio e carregador de celular por indução. Já o painel de instrumentos é bem simples. Tem tela digital, mas pequena. O painel do City é mais sofisticado.
Entre os equipamentos de destaque estão piloto automático adaptativo, frenagem de emergência, sistema de manutenção em faixa, além de 10 airbags, sendo que um deles é frontal e central. Este visa evitar o impacto entre os ocupantes da frente no caso de colisões. Já a maior ausência fica por conta do teto solar.
Mas o ponto que merece maior destaque no Novo Fit é o consumo de combustível. Segundo a Honda, o compacto pode chegar a 20,8 km/l de consumo médio no cenário combinado entre ruas e estradas. A autonomia pode chegar a surpreendentes 864 quilômetros!
Isso ocorre graças a um sistema híbrido de três motores, que desenvolvem potência combinada de 109 cv, além de 25,8 kgf.m de torque máximo. O conjunto tem como base o propulsor 1.5 a gasolina de 87 cv. Em associação com um tradicional câmbio do tipo CVT, os motores impulsionam o Fit rumo aos 100 km/h em 9,4 segundos a partir da inércia. Já a velocidade máxima é de 175 km/h.
Na prática, o Fit mantém a conhecida pegada confortável e linear que deu o tom desde a primeira geração. Por outro lado, o mesmo pode ser dito em relação ao barulho em demasia causado pela transmissão continuamente variável, ou seja, que não tem escalonamento de marchas. Ao passo que o motor entra em uma rotação maior, também aumenta consideravelmente o ruído na cabine.
Como estamos falando de um carro que tem baterias posicionadas no assoalho, o centro de gravidade é mais baixo, o que torna a dirigibilidade mais agradável, mesmo que o hatch tenha naturalmente uma posição mais alta de guiar.
Graças, principalmente, ao torque elevado, o Fit de quarta geração é gostoso de dirigir e tem até uma tocada ligeira. Mas também fica nítido que se sente melhor em vias urbanas, uma vez que não é dos mais rápidos em retomadas nas rodovias.
Na França, o Fit gringo parte de 23.520 euros e pode chegar a 29.790. Ou seja, esses valores são equivalentes a algo próximo de R$ 123 mil e R$ 155 mil. O valor inicial é, portanto, semelhante ao praticado pela Honda do Brasil em relação ao City Hatchback.
E aí, bateu saudade do Fit ou o City Hatch é uma melhor escolha? Em suma, a maior vantagem do modelo disponível no Brasil é espaço. Com 4,34 metros de comprimento, o City é 25 cm mais comprido. E leva vantagem ainda no entre-eixos que, com 2,60 m, é 8 cm maior em relação ao Fit.
Já o modelo europeu é claramente mais urbano e tem uma característica mais carismática, em contraposição ao jeitão mais familiar do City. O fato é que embora possam ser bem diferentes esteticamente falando, ambos são muito semelhantes em termos dinâmicos e de
equipamentos.