A Opel, tradicional marca de automóveis alemã que pertencia à General Motors e hoje faz parte do Grupo Stellantis, revelou que vai começar a vender oficialmente seus modelos na Colômbia e no Equador, mercados sul-americanos muito parecidos com o brasileiro. A empresa também vende carros no Chile, desde 2017, e no Uruguai desde o começo deste ano, mas nada no Brasil ou Argentina.
Dona de projetos conhecidos, como os finados Chevrolet Corsa, Astra e Meriva (criados pela Opel nos anos 1990), a marca, no entanto, não revela ter planos para o Brasil. Em contato com o Grupo Stellantis, a resposta oficial da empresa é de que o Grupo não comenta sobre projetos futuros. Mas venha com a gente neste exercício de imaginação: quais carros atuais da Opel combinam com nosso mercado?
Apesar de a Stellantis não falar sobre a possibilidade de ter a marca alemã no Brasil, o Grupo incluiu a Opel em uma série de vídeos próprios chamada "Marcas que Marcam", no Youtube, em que conta a história e a estratégia das divisões do grupo (veja o vídeo abaixo).
Principal responsável por vários projetos lançados no Brasil, como Vectra, Kadett, Omega, Monza e tantos outros modelos conhecidos que a Chevrolet vendeu por aqui, a Opel foi criada de forma independente em 1862, começou a fazer carros em 1899 e foi comprada pela GM em 1929. Tornou-se a divisão europeia da empresa na Europa. Em 2017, a marca foi adquirida pelo Grupo PSA, que desde o início deste ano pertence à Stellantis.
Nos países onde acaba de desembarcar, a empresa vai começar a vender os principais modelos de seu atual lineup. No Equador, a marca vai comercializar Corsa, Crossland, Grandland X, Combo e Vivaro - estes dois últimos são comerciais e mais voltados a vendas para empresas, e não para o consumidor final.
Na Colômbia, a gama é mais compacta: Crossland, Grandland X e Vivaro. São cinco lojas por lá, contra duas no Equador. Mas, afinal, quais carros combinariam com nosso mercado? Fizemos uma lista com cinco deles.
SUV compacto com porte de Volkswagen T-Cross, Jeep Renegade, Hyundai Creta, Nissan Kicks, Honda HR-V e tantos outros modelos dessa categoria, o veículo da Opel pode até ser considerado o sucessor do Meriva. Apostamos que seria o principal modelo da marca por aqui. Usa a mesma plataforma que o Peugeot 2008 (na Europa) e tem o tamanho de um Chevrolet Tracker.
Para a América do Sul, chega importado com um motor 1.2 turbo de 110 cv (da mesma família que os propulsores PureTech da PSA Peugeot Citroën, de três cilindros) e com câmbio automático de seis marchas.
Este seria uma boa aposta só pelo nome, pelo amplo histórico que o Corsa deixou no Brasil durante os anos 1990, 2000 e início de 2010. Atualmente, o carrinho compartilha a base com o Peugeot 208 - que já é vendido por aqui, com produção na Argentina. Não tem configuração híbrida como alguns outros carros da marca, mas é muito econômico: com motor 1.2 a gasolina, faz até 23,3 km/l.
No Brasil, seria rival do carro mais vendido no país há cinco anos, o Chevrolet Onix, e de modelos como Fiat Argo, Toyota Yaris, Volkswagen Polo e Hyundai HB20, entre outros. E tem versão 100% elétrica também.
Se tem SUV compacto, por que não SUV médio? O Grandland X é o utilitário que compartilha plataforma com o Peugeot 3008, que acaba de ser renovado em nosso mercado - os modelos têm a mesma base e também usam o mesmo motor 1.6 THP (turbo de alta pressão) de até 165 cv e 24,5 kgf.m de torque, com câmbio automático de seis marchas.
Por aqui, o Grandland brigaria com Jeep Compass, Volkswagen Taos, Toyota Corolla Cross, Chevrolet Equinox, Ford Territory e demais utilitários com preços na faixa de R$ 150 mil a R$ 200 mil. Tem até versão híbrida, assim como o modelo da Toyota.
O Astra (por que não?) também seria uma boa pedida - mas entra em nossa lista mais pelo nome famoso. Hoje é vendido em carrocerias de cupê e perua. Poderia se tornar a única perua fora do mercado de luxo, embora saibamos que esses segmentos já não tenham tantos fãs por aqui...
Mas o Astra atual é lindo. Ou melhor, linda, já que é uma perua. Em Portugal, essa configuração de carroceria, chamada Sports Tourer, custa a partir de 25.570 euros (cerca de R$ 160 mil na cotação atual). É mais um carro que usa o moderno 1.2 turbo PureTech, só que com 130 cv.
Por que não considerar, também, a Zafira, hoje uma espécie de multivan do tamanho da Mercedes-Benz Vito? Recém-chegada aos dois mercados sul-americanos, o modelo tem versão 100% elétrica na Europa (chamada de Zafira-e-Life) e também carrega o histórico de ter sido um carro de muito sucesso por aqui durante os anos 2000.
Hoje, a Zafira só tem motores a diesel no Velho Continente (1.5 ou 2.0) ou a configuração eletrificada. Mas tem proposta bem familiar - segundo a Opel, "combina a flexibilidade com características excelentes e um aspecto premium, e por isso é uma das melhores opções para pessoas aventureiras". Discurso afinado, hein!?