O ano de 2021 ainda não terminou, mas vários modelos tiveram o seu ciclo de vida encerrado no Brasil. Enquanto alguns carros saíram de linha para dar lugar a modelos mais novos ou tiveram a sua fábrica desativada, outros simplesmente deixaram de ser importados devido ao baixo volume de vendas no país.
Confira a seguir a lista das baixas já confirmadas este ano e dos modelos que estão com os dias contados em nosso mercado.
Apesar de venderem bem, Ka e Ka Sedan foram descontinuados com o fechamento da fábrica da Ford em Camaçari (BA) no começo do ano. O hatch, aliás, era o modelo mais barato e foi o produto mais vendido da marca no Brasil no últimos dez anos. Atualmente, o portfólio da Ford no país é formado apenas por veículos importados, com a picape Ranger XL cabine simples que agora ocupa o posto de modelo mais em conta (R$ 194.690) da marca.
O modelo que praticamente estreou o segmento de SUVs compactos no Brasil, em 2003, o EcoSport é outro dos carros que saíram de linha em 2021, também vítima do fechamento da fábrica da Ford na Bahia. O SUV estava em sua segunda geração e vendia razoavelmente bem.
A dupla ainda é fabricada em Sorocaba (SP), mas apenas para exportação. Etios e Etios Sedan já andavam ofuscados pelo Yaris e deixaram de ser vendidos no Brasil para liberar espaço na linha de produção para o SUV Toyota Corolla Cross, modelo mais rentável e de maior apelo de vendas em nosso mercado.
O sedã compacto era vendido no país há cerca de uma década, mas só teve produção local em 2014. No ano passado, deixou de ser chamado de Versa para ser rebatizado como V-Drive, para ser comercializado como um produto de entrada e se distanciar de sua nova geração, importada do México.
Após 11 anos de produção, a atual geração da picapinha é outro dos carros que saiu de linha. O objetivo foi liberar espaço na fábrica da General Motors em São Caetano do Sul (SP). O nome Montana, no entanto, não será extinto. Na linha de produção no ABC paulista será feita uma nova picape compacta-média, já flagrada em testes, para competir contra a Fiat Toro a partir de 2023.
Lançado em 2014 com a expectativa de revolucionar o segmento de compactos no país, o Up não atingiu grandes volumes de vendas, embora se destacasse pelas qualidades técnicas. Por ter uma concepção mais sofisticada que a dos veteranos Fox e Gol, o compacto era considerado caro para a sua proposta, o que o impediu de brigar pelas primeiras posições do mercado.
Após 18 anos e mais de 1,8 milhão de unidades vendidas, o Fox saiu de linha no Brasil para a Volkswagen priorizar a produção do SUV compacto T-Cross na fábrica de São José dos Pinhais (PR). Apesar do bom custo-benefício das Connect e Xtreme, as únicas comercializadas desde 2017, o Fox perdeu o apelo de venda para modelos mais modernos nos últimos anos.
A segunda geração do hatch estreou no país em 2012, mas sempre teve vendas discretas. Nos últimos anos, o número de emplacamentos praticamente despencou com a chegada de concorrentes mais modernos e eficientes. O C3 será substituído pelo crossover compacto apresentado recentemente pela marca francesa.
O monovolume aventureiro nunca se destacou com grandes volumes de vendas, mas durou onze anos em nosso mercado como uma opção da marca frente aos SUVs compactos. Desde 2018, o Aircross enfrentava a concorrência interna do C4 Cactus, modelo mais atual. Ele também será substituído pelo crossover compacto que será lançado em 2022 como uma nova geração do C3.
A picapinha lançada em 1998, enfim, foi descontinuada. A ideia inicial da Fiat era mantê-la em linha como uma opção mais em conta à nova geração, mas o sucesso da novata, lançada em 2020, foi tão grande a ponto de a marca decidir pela aposentadoria definitiva do modelo antigo.
Entre os carros que saíram de linha este ano está o Sandero R.S., um dos modelos mais divertidos já produzidos no país, e que foi descontinuado após seis anos. Com os recentes aumentos de preços, o hot hatch passou a beirar a faixa dos R$ 100 mil e deixou de ser competitivo. Além disso, o seu motor F4R 2.0 flex de 150 cv não atende as novas normas de emissões.
O SUV era comercializado apenas na versão esportiva ST de 335 cv desde 2018. A Ford decidiu tirar o modelo de linha este ano devido ao baixo volume de vendas, agravado com a crise dos semicondutores, que desde ano passado prejudica a produção de automóveis em todo o mundo.
O SUV japonês se despediu do nosso mercado com uma edição limitada em 100 unidades. Todos os exemplares foram vendidos por R$ 356.900 cada. O Pajero Full Legend Edition saiu de cena com o pacote mais completo de equipamentos e motorização 3.2 turbodiesel de 200 cv de potência.
Desde o mês de agosto a Toyota não vende mais no Brasil o Prius. O híbrido, que era importado do Japão, deixou de fazer sentido para a marca pelo fato de o Corolla fabricado no país ter versões híbridas equipadas justamente com o conjunto motriz do Prius.
Toyota Camry
Assim como o Prius, o sedã grande saiu de cena em agosto. No entanto, o Camry deverá retornar em breve em versão reestilizada e híbrida, mais eficiente que o modelo equipado somente com o motorzão V6 aspirado de 310 cv.
Além dos carros que já saíram de linha no país este ano, ainda há uma lista de modelos que praticamente respiram por aparelhos, a espera apenas o término de 2021 para saírem de cena definitivamente.
Vendido no país desde 1984, o Uno ganhou a atual geração em 2010. Nos últimos anos, porém, o compacto perdeu muito espaço para os irmãos Mobi e Argo.
Sem mudar de geração há mais de uma década, o Voyage será descontinuado pelo fato de o motor 1.6 8V flex não se enquadrar nos novos padrões de eficiência energética, e emissões. Por não ter controle de estabilidade, o sedã também fica defasado em relação às novas regras de segurança.
À venda desde 2012, o Grand Siena estreou em nosso mercado como uma opção maior e mais refinada do Siena. O modelo ainda resiste em versões equipadas com os veteranos motores Fire 1.0 e 1.4, mas deverá sair de cena para abrir mais espaço ao Cronos na gama de sedãs da marca.
Todo ano o furgãozinho é candidato à aposentadoria, mas desta vez o Doblò deverá ser descontinuado de vez. Além do projeto defasado (o modelo estreou em 2001), que não atende as novas regras de segurança por não ter controle de estabilidade, o motor E.TorQ 1.8 flex também não se enquadra nas leis de emissões mais recentes e é mais um motivo para encerrar a produção da multivan. Além disso, a Fiat já tem planos de produzir no Brasil um novo veículo comercial para a América do Sul.