Os faróis escamoteáveis foram uma tendência aerodinâmica e estilística entre os anos 1960 e 1990, época em que eram vistos principalmente em carros esportivos e de luxo. Embora sejam associados a modelos de alto desempenho que marcaram época, no entanto, nenhum automóvel utiliza esse recurso há pelo menos duas décadas.
O primeiro carro a utilizar faróis escamoteáveis foi o norte-americano Cord 810, em 1936. A marca dizia que o conjunto óptico, acionado por manivelas no painel, ficava escondido nos para-lamas dianteiros por razões aerodinâmicas.
No começo dos anos 1940, o DeSoto foi o primeiro modelo equipado com faróis escamoteáveis com comando elétrico, mas as restrições orçamentárias causadas pela Segunda Guerra Mundial obrigaram os fabricantes de automóveis a reduzir os custos de produção. Com isso, a DeSoto teve de adotar faróis convencionais integrados à carroceria do carro.
Nas décadas de 1960 e 1970, muitas marcas apostaram nos faróis escamoteáveis para melhorar a aerodinâmica de seus esportivos, uma vez que a área frontal do carro fica mais "limpa" quando o conjunto óptico está recolhido. Ao mesmo tempo, a legislação de alguns países estabelecia uma altura mínima para os faróis, medida que favorecia a iluminação escamoteável, que já ficava posicionada nessa altura obrigatória e não afetava o design do carro.
Alguns modelos se tornaram icônicos nessa época, como BMW M1, Chevrolet Corvette Stingray, Ferrari 288 GTO, 348 e F40, Fiat X1/9, Lamborghini Countach, Lancia Stratos, Lotus Esprit e Porsche 928.
Nos anos 1980 e 1990, os faróis escamoteáveis foram largamente adotados pelas marcas japonesas em modelos, como Honda NSX, Toyota Celica, Supra e MR-2, Nissan Silvia, Mazda Miata, entre outros. Essa tendência dos carros nipônicos inspirou até mesmo alguns modelos norte-americanos da época.
No Brasil, os fora-de-série Corona Dardo e os modelos da Miura eram equipados com faróis escamoteáveis.
Além de elevar os custos de produção dos carros por exigirem mecanismos de acionamento, os faróis escamoteáveis e seus motores elétricos ocupavam muito espaço na área frontal dos veículos, o que restringia a área necessária para integrar elementos de segurança, como estruturas de absorção de impacto em caso de colisão. Além disso, esse tipo de farol poderia comprometer a nota dos carros em testes de impacto.
Por afetarem a segurança dos automóveis em caso de acidente, os faróis escamoteáveis deixaram de ser utilizados gradualmente. A quinta geração do Chevrolet Corvette e o Lotus Esprit, ambos de 2004, foram os últimos modelos de produção equipados com conjunto óptico escondido na carroceria.