Por que os faróis escamoteáveis não existem mais?

Conjunto óptico que ficava escondido na carroceria dos carros foi sinônimo de estilo em décadas passadas

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Guilherme Silva
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Os faróis escamoteáveis foram uma tendência aerodinâmica e estilística entre os anos 1960 e 1990, época em que eram vistos principalmente em carros esportivos e de luxo. Embora sejam associados a modelos de alto desempenho que marcaram época, no entanto, nenhum automóvel utiliza esse recurso há pelo menos duas décadas.

Faróis do Cord 810, de 1936, ficavam escondidos nos para-lamas e eram acionados por manivelas
Crédito: Divulgação
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O primeiro carro a utilizar faróis escamoteáveis foi o norte-americano Cord 810, em 1936. A marca dizia que o conjunto óptico, acionado por manivelas no painel, ficava escondido nos para-lamas dianteiros por razões aerodinâmicas.

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No começo dos anos 1940, o DeSoto foi o primeiro modelo equipado com faróis escamoteáveis com comando elétrico, mas as restrições orçamentárias causadas pela Segunda Guerra Mundial obrigaram os fabricantes de automóveis a reduzir os custos de produção. Com isso, a DeSoto teve de adotar faróis convencionais integrados à carroceria do carro.

Nas décadas de 1960 e 1970, muitas marcas apostaram nos faróis escamoteáveis para melhorar a aerodinâmica de seus esportivos, uma vez que a área frontal do carro fica mais "limpa" quando o conjunto óptico está recolhido. Ao mesmo tempo, a legislação de alguns países estabelecia uma altura mínima para os faróis, medida que favorecia a iluminação escamoteável, que já ficava posicionada nessa altura obrigatória e não afetava o design do carro.

Alguns modelos se tornaram icônicos nessa época, como BMW M1, Chevrolet Corvette Stingray, Ferrari 288 GTO, 348 e F40, Fiat X1/9, Lamborghini Countach, Lancia Stratos, Lotus Esprit e Porsche 928.

 Lamborghini Countach foi um dos modelos icônicos que utilizou faróis escamoteáveis
Lamborghini Countach 25th Anniversary De 1989
Legenda: Lamborghini Countach foi um dos modelos icônicos que utilizou faróis escamoteáveis
Crédito: Divulgação
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Nos anos 1980 e 1990, os faróis escamoteáveis foram largamente adotados pelas marcas japonesas em modelos, como Honda NSX, Toyota Celica, Supra e MR-2, Nissan Silvia, Mazda Miata, entre outros. Essa tendência dos carros nipônicos inspirou até mesmo alguns modelos norte-americanos da época.

No Brasil, os fora-de-série Corona Dardo e os modelos da Miura eram equipados com faróis escamoteáveis.

Vendidos no Brasil, modelos da Miura eram equipados com faróis escamoteáveis
Crédito: Divulgação
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Por que os faróis escamoteáveis não são mais usados?

Além de elevar os custos de produção dos carros por exigirem mecanismos de acionamento, os faróis escamoteáveis e seus motores elétricos ocupavam muito espaço na área frontal dos veículos, o que restringia a área necessária para integrar elementos de segurança, como estruturas de absorção de impacto em caso de colisão. Além disso, esse tipo de farol poderia comprometer a nota dos carros em testes de impacto.

Por afetarem a segurança dos automóveis em caso de acidente, os faróis escamoteáveis deixaram de ser utilizados gradualmente. A quinta geração do Chevrolet Corvette e o Lotus Esprit, ambos de 2004, foram os últimos modelos de produção equipados com conjunto óptico escondido na carroceria.

Os Chevrolet Corvette estão entre os últimos carros que traziam faróis escondidos na carroceria
Crédito: Divulgação
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