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Porsche Cayenne Turbo GT ainda é um SUV extremo

O Porsche Cayenne Turbo GT chega com um tapa no visual e melhorias mecânicas que deixaram (ainda mais) interessante

por Evandro Enoshita

Não há um entusiasta que não torça o nariz para os SUVs. Afinal, foram esses carros altinhos que tomaram a clientela de segmentos tradicionalmente cheios de opções maravilhosas, como os hatches médios e as station wagons. Mas há algumas exceções à regra. E uma delas é o Porsche Cayenne Turbo GT.
Essa é a versão mais extrema do novo Cayenne, que é como a Porsche trata por aqui a reestilização da terceira geração, lançada recentemente na Europa e que atualiza o visual do SUV (lançado em 2017) e do SUV-cupê (2019). Esta última, a única carroceria disponível na versão Turbo GT, que avaliamos nas próximas linhas.

O novo Porsche Cayenne Turbo GT:

Por fora

No primeiro contato, parece que o Porsche Cayenne recebeu apenas levíssimas mudanças no visual. Na dianteira, mudam os faróis, que agora tem formato mais retangular e são os avançados LED Matrix HD - que tem mais de 32 mil pixels por farol -, o capô e o para-choque, com entradas de ar mais agressivas e que passam a impressão da carroceria ter ficado ainda mais largo.
Não que fosse preciso, já que estamos falando de uma máquina com dois metros de comprimento. Por falar em dimensões, são 4,93 m de comprimento, 1,65 m de altura e entre-eixos de 2,90 m.

A lateral era um dos pontos mais felizes do design dessa carroceria cupê do Turbo GT. Felizmente, a Porsche não mexeu aqui. No lugar de caçar diferenças, deu para matar o tempo admirando as belíssimas rodas de 22 polegadas que não escondem os discos de cerâmica e as pinças. Um conjunto tão bem acabado que seria um pecado se estivesse oculto.
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Já na traseira, além de um novo difusor no para-choque, a grande mudança foi a adoção de novas lanternas. Elas seguem com o tradicional formato horizontal usado no antigo Cayenne e em outros carros da Porsche. Mas agora são esculpidas e tem um belo efeito tridimensional.

Por dentro

Se por fora é preciso ter olhar treinado para achar o que mudou, o mesmo não pode ser dito do interior. A cabine foi bastante atualizada, com várias mudanças inspiradas no elétrico Taycan.
O quadro de instrumentos agora é composto por uma tela curva de 12,6 polegadas, que faz companhia para a multimídia, de 12,3 polegadas, e para uma tela adicional (opcional) de 10,9 polegadas, que fica posicionada à frente do passageiro do banco dianteiro (copiloto?) e repete algumas informações da multimídia e até de telemetria.

A Porsche mexeu ainda no comando do câmbio. Sai a alavanca tradicional e entra um botão no painel. Não incomoda. Pelo contrário. É fácil de usar e está próxima da mão direita. Mas não fez a marca alemã desistir do uso das aletas para trocas manuais atrás do volante.
A marca passou a disponibilizar ainda novos materiais e opções de cores para o acabamento. O console central também foi alterado, com um novo comando de ventilação e um compartimento refrigerado para o carregador por indução para smartphones.

Já quando o assunto é espaço interno, não houve alterações, já que a cabine não sofreu mudanças em dimensões. O Cayenne mesmo nesta configuração cupê é um carro que leva de maneira bem confortável quatro adultos e ainda oferece 576 litros de espaço para bagagens.

Os faróis LED Matrix HD são itens de série nessa versão de topo Turbo GT

Equipamentos

O Cayenne Turbo GT tem em sua lista de equipamentos itens como o pacote de assistentes de direção, ar-condicionado automático de quatro zonas, faróis LED Matrix adaptativos, rodas de 22 polegadas, eixo traseiro direcional, freios de cerâmica, asa traseira móvel, teto de fibra de carbono, escape esportivo de titânio, sistema de som premium, multimídia, painel digital e bancos esportivos com aquecimento e ajustes elétricos na dianteira.
Como opcional, o Turbo GT pode ter a tela multimídia adicional para o passageiro do banco dianteiro, sistema de entretenimento para o banco traseiro e head-up display.

Mecânica

A reestilização veio acompanhada de importantes mudanças mecânicas. A começar pelo motor 4.0 V8 biturbo, que agora desenvolve 659 cv e 86,7 kgf.m entre 2.300 e 4.500 rpm. Ou 19 cv a mais do que no antigo Turbo GT.
Combinado com o câmbio automático de oito marchas e o sistema de tração integral, permite ao SUV acelerar de 0 a 100 km/h em 3,3 segundos e atingir a velocidade máxima de 305 km/h.
Outra novidade é no sistema de suspensão pneumática Porsche Active Suspension Management (PASM), que agora é de série em toda a linha e tem novos amortecedores com válvulas separadas para a compressão e a distensão. De acordo com o fabricante, o novo conjunto resulta em um ganho de desempenho e conforto.

Ao volante

Depois de conhecer o que mudou no Porsche Cayenne, chegou a hora de provar as mudanças na pista do autódromo Velocittà, no interior de São Paulo.
Foi uma verdadeira imersão no novo Cayenne, já que, além do Turbo GT, tivemos a oportunidade de guiar também a versão S, equipada com uma variação (um pouco) mais mansa do 4.0 V8, de "apenas" 474 cv.
Se a versão menos potente já impressiona pelo belo ronco desse motor de oito cilindros, a Turbo GT leva essa experiência a um patamar ainda mais alto. Do ponto de vista sonoro e sensorial.

Com o V8 roncando alto pelos tubos do escape de titânio, é preciso ter muito autocontrole para não abusar dos limites pessoais e do carro. Ainda mais com a patada que se segue aos comandos no acelerador. Mesmo com a tração integral, o Turbo GT tem uma traseira bem nervosa, embora não seja difícil manter o bicho em linha reta.
Mas foi nas curvas que o Turbo GT impressiona. O conjunto, de mais de 2,2 toneladas, inclina e joga menos que no "antigo" Cayenne. Foi só depois de uma volta rápida com o instrutor ao volante que pude confirmar que não rolou uma falta de coragem da minha parte. Os limites do carro que realmente foram atualizados pela Porsche.
Um ponto bacana desse Cayenne Turbo GT é que, nos modos de condução mais mansos, o SUV esportivo pode passar muito bem por um carro de luxo. Além da vasta lista de equipamentos, a suspensão fica mais macia e entrega bastante conforto, enquanto o motor trabalha de maneira bem silenciosa para um V8 tão potente.

Mercado

O novo Porsche Cayenne já está à venda no Brasil em três versões: Cayenne S (R$ 810.000), Cayenne S Coupé (R$ 840.000) e essa topo de linha Cayenne Turbo GT (R$ 1.385.000). Além dessas configurações V8, as versões híbridas plug-in já estão disponíveis em pré-venda, mas os carros chegam apenas em 2024.
A E-Hybrid combina um motor 3.0 V6 e um propulsor elétrico para desenvolver 470 cv, com autonomia 100% elétrica de 90 quilômetros. Sai por R$ 690.000 (SUV) e R$ 720.000 (Coupé) Já a Turbo E-Hybrid une o propulsor elétrico ao 4.0 V8 para atingir a potência combinada de 739 cv, com autonomia 100% elétrica de 82 quilômetros. Custa R$ 1.135.000 (SUV) e R$ 1.165.000 (Coupé).
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