Quem ganhou e quem perdeu no 1º semestre do ano

Estudo mostra que alguns modelos dominaram seus segmentos, e que híbridos e elétricos ganharam fôlego no mercado

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Fernando Calmon
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Na classificação entre os 16 segmentos do mercado brasileiro, estudo tradicional organizado desde 1999, a novidade é o desempenho dos híbridos e elétricos chineses. O elétrico Seal, por exemplo, dominou quase 90% entre os sedãs grandes. A BYD emplacou 21% entre os híbridos com o Song Plus e 31% dos elétricos com o Dolphin. No entanto, todos os modelos elétricos, somados, representaram apenas 2,9% do total das vendas.

Outros modelos predominantes no mercado, que alcançaram mais de 50% de participação, foram Toyota Corolla (72%), BMW Séries 3 e 4 (68%), Fiat Strada (56%) e Porsche 911 (54%). Ainda merecem destaques os BMW M2 e M3 e M4, que somados responderam por 55% das vendas entre os esportivos.

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O Toyota Corolla respondeu por nada menos que 72% das vendas em seu segmento
Crédito: Divulgação
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As disputas pelas lideranças continuaram muito fortes. Mas enquanto o VW Polo consolidou-se entre os compactos, outro produto da marca alemã por muito pouco deixou de seguir na ponta, pois o T-Cross somou 11,5% das vendas contra 11,2% do Creta. Foram apenas 987 unidades de diferença no semestre, ou 164 unidades por mês em média. Outra luta equilibrada: Jeep Compass (31%) e Toyota Corolla Cross (30%), com uma diferença média de 157 unidades a cada mês.

Os chineses, por seu lado, protagonizaram uma boa batalha entre os híbridos. O BYD Song Plus venceu o Haval H6 por uma diferença mensal de 166 unidades. Já o BYD Dolphin Mini, entre os elétricos, ficou apenas dois pontos percentuais atrás do Dolphin, ou 92 unidades por mês ao longo do semestre. Graças à chegada do Dolphin Mini de cinco lugares, agora em agosto, o compacto deve liderar no balanço final de 2024.

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O Dolphin Mini trava uma disputa particular com o irmão maior Dolphin pela liderança entre os elétricos
Crédito: Ricardo Rollo/Webmotors
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O ranking da coluna tem critérios próprios e técnicos com classificação por silhuetas. A referência principal é a distância entre-eixos, além de outros parâmetros. Sedãs de topo (baixo volume) e monovolumes (oferta reduzida) ficam de fora. A base da pesquisa é o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), e são citados apenas os modelos mais representativos (mínimo de dois) e de maior importância dentro do segmento. A compilação foi feita por Paulo Garbossa, da consultoria ADK.

  • Hatch subcompacto: Mobi, 48%; Kwid, 38%; Dolphin Mini, 14%. Elétrico entra na disputa.
  • Hatch compacto: Polo, 26%; Onix, 19,4%; HB20/X, 18,7%; Argo, 17,7%; Yaris, 6%; C3, 4,5%; 208, 4,4%; City, 3%. Líder Polo avançou.
  • Sedã compacto: Onix Plus, 30%; Cronos, 17%; Virtus, 15%; HB20S, 14,8%; Yaris, 10%; City, 6,2%; Versa, 6%; Logan, 1%. Onix Plus ainda firme.
  • Sedã médio-compacto: Corolla, 72%; Sentra,11%; Jetta, 7%. Corolla longe de ameaças.
  • Sedã médio-grande: BMW Série 3/4, 68%; Mercedes Classe C, 17%; Audi A5/S5/RS5, 5,5%. Mantida folga dos BMW.
  • Sedã grande: Seal, 87%; Panamera, 8%; Taycan, 3%. Elétrico Seal, amplo domínio.
  • Esportivo: BMW M2, 29%; BMW M3/M4, 26%; Mustang, 20%. BMW se impôs.
  • Esporte: 911, 54%; 718 Boxster/Cayman, 34%; Corvette, 4%. Território consolidado Porsche.
  • SUV compacto: T-Cross, 11,5%; Creta, 11,2%; Tracker, 10,6%; Kicks, 10,3%; Nivus, 9,5%; Renegade, 8,6%; HR-V, 8%; Fastback, 8%; Pulse, 7%; Tiggo 5x, 5%; Duster, 4%; T-Cross quase perde a ponta.
  • SUV médio-compacto: Compass, 31%; Corolla Cross, 30%; Tiggo 7, 13%. Compass sob ameaça.
  • SUV médio-grande: Song Plus, 19%; H6, 17%; SW4, 15%. Novo líder é híbrido plugável.
  • SUV grande: Cayenne, 21%; BMW X5/X6, 19%; XC90, 13%. Cayenne volta à ponta.
  • Picape pequena: Strada, 56%; Saveiro, 24%; Montana, 13%. Nada ameaça Strada.
  • Picape média (carga de 1.000 kg): Toro, 23%; Hilux, 22%; Ranger, 13%. Toro por um fio.
  • Híbridos: Song Plus, 21%; H6, 19%; Corolla Cross, 15%. Liderança apertada.
  • Elétricos: Dolphin, 31%; Dolphin Mini, 29%; Ora 3, 12%. Amplo domínio BYD.
  • Marcas no exterior desaceleram planos para elétricos

    Não se trata de movimento generalizado ou muito profundo, porém denota prudência entre os fabricantes que se apegaram com grande ardor ao lançamento de vários modelos de EVs (veículos elétricos) ao redor do mundo. A desaceleração das vendas, que ocorre este ano, acendeu uma luz amarela, com tendência para vermelho.

    Mesmo na China, onde há a maior concentração de produção de elétricos no mundo, já se conclui que há marcas demais apostando todas as fichas. O suporte do governo com subsídios explícitos ou ocultos pode arrefecer sem aviso prévio. A ordem agora é exportar a qualquer custo.

    Porsche Taycan 2
    As vendas do elétrico Porsche Taycan diminuíram nos EUA, na Europa e na China
    Crédito: Divulgação
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    Pode ser um sinal de que o mercado interno não permaneceria tão exuberante e a atual guerra de preços pode dizimar muitos fabricantes - estimados em mais de 100. Cautela parece ser palavra de ordem e não faltam exemplos. A Ford foi uma das primeiras a comunicar uma mudança de planos tanto nos EUA quanto na Europa. No continente europeu, a empresa americana admitiu que as ações eram ambiciosas demais.

    Marin Gjaja, CEO de eletrificação, disse que os clientes da marca deixaram antever este cenário. Nos EUA, já se tinha anunciado que uma fábrica projetada para veículos elétricos irá produzir mesmo picapes com motor a combustão.

    A Porsche reconheceu seu otimismo além da conta. Agora, admitiu um ajuste às respostas sinalizadas pelos compradores. No semestre recém-encerrado a queda nas vendas do Taycan, seu primeiro elétrico, foi de 51% na Europa, EUA e China. Aqui, vendeu apenas 69 unidades no primeiro semestre, apesar de, em 2021, ter se tornado o primeiro modelo elétrico a liderar um segmento (sedãs grandes) no ranking da coluna.

    A Mercedes-Benz, altamente entusiasmada com elétricos, também mudou de ideia e decidiu olhar para os híbridos plugáveis. A BMW sempre disse que ia continuar a fornecer o que o mercado pede e isso inclui modelos com motores de combustão interna. A GM igualmente voltou atrás e decidiu investir em modelos híbridos plugáveis em tomada nos EUA.

    A filial brasileira pegou o gancho da matriz e anunciou híbridos convencionais para os mercados interno e externo. A Stellantis e a VW já seguiam a mesma diretriz. Elétricos, claro, estão nos planos das três maiores, embora nenhuma acene uma previsão de data.

    Neste cenário confuso quem se destaca positivamente é a Renault, que criou a divisão Horse específica para MCI. O CEO do grupo francês, Luca de Meo, tem insistido junto à União Europeia que o ano de 2035 fixado para o fim das vendas de modelo a combustão necessita de "flexbilidade".

    Volkswagen Polo GTS 2024
    O Volkswagen Polo GTS não custa barato, mas seus atributos exclusivos garantem diversão
    Crédito: Ricardo Rollo/Webmotors
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    VW Polo GTS resgata clássico modo de dirigir com alma

    O refinamento do Polo GTS é parte do sucesso do hatch, que assumiu e manteve a liderança neste segmento (21% do total do mercado), que só perde em importância para os SUVs compactos (25%). Esta versão tem preço de R$ 153.790 - valor realmente salgado, que se torna um limitador em suas vendas para algo em torno de 5% da linha.

    Para começar, o motor turbo flex de 1.4 litro, 150 cv e 25,5 kgf.m (ambos os combustíveis) é suficiente para acelerar de zero a 100 km/h em 8,3 segundos. É o mais rápido entre os hatches. O câmbio é automático epicíclico de seis marchas com trocas por borboletas no

    volante. O câmbio manual descartado reflete os tempos atuais. Não chega a colar as costas no banco, porém garante uma diferenciação frente aos outros hatches. Instigante mesmo, o ronco do motor.

    As suspensões mais firmes com molas, amortecedores e barra antirrolagem específicas para esta versão dão conta do recado, sem que chegue a incomodar quanto ao conforto de marcha. Necessário ter algum cuidado adicional com buracos em razão dos pneus de perfil baixo 205/45 R18. A velocidade máxima declarada é de 205 km/h.

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