Quais os critérios que alguém com dinheiro “infinito” leva em conta para decidir o que colocar na garagem? Nessa faixa de mercado, tudo é muito subjetivo, porque esse tipo de consumidor tem grana para adquirir cada uma das opções disponíveis. Como se destacar, então? Quebrar recordes é uma opção.
Ou criar recordes, no caso da Bugatti com o Chiron. Além de ser o veículo de produção mais potente do mundo, ele se tornou o mais rápido a completar a prova de 0-400-0 em 42 segundos. Sim, ele estava parado, então acelerou até 400 km/h e freou até estar parado novamente em 42 segundos. Seu cérebro também explodiu?
Quem não teve esse problema foi Christian von Koenigsegg, que olhou para o número do Chiron e pensou: “podemos fazer melhor”. Sendo assim, colocou seu piloto no Agera RS e fez a mesma prova em 36,44 segundos, simplesmente. Quase 6 segundos mais rápido do que o “carro mais absurdo do mundo”. E com uma fração do dinheiro do Grupo VW. Parabéns, suecos.
Mas, agora que essa prova se tornou uma competição, ficamos imaginando quais carros teriam uma chance real de destronar a sueca e esquentar ainda mais a rivalidade pelo topo da “cadeia alimentar” e pelos clientes do famoso 1%.
O modelo de nome impronunciável da americana Shelby Super Cars foi pensado para substituir o já recordista Ultimate Aero TT, que atingiu 409,6 km/h em 2007, superando por 2 km/h o rei original, o Bugatti Veyron.
Contando com um V8 6.9 biturbo que giraria até 9.200 rpm e uma transmissão manual de 7 velocidades, estimava-se que ele atingiria 442 km/h, superando em 11 km/h o atual campeão de velocidade máxima, o Veyron SS. Agora só falta a SSC projetar bons freios para que ele volte a 0 logo, e claro, tirar o projeto do papel.
Depois que o Venon GT atingiu 435,2 km/h na pista do John F. Kennedy Space Center, o preparador (hoje muito mais do que isso) texano John Hennessey anunciou seu substituto, o Venon F5, claramente fazendo referência ao nível mais potente que tornados podem atingir.
O F5 será uma evolução do GT, e espera-se que produza por volta de 1.400 cv pesando os mesmos 1.244 kg (sacou a relação peso/potência?). Se o GT foi capaz de atingir os 435 km/h num espaço tão curto, a tarefa dos freios nem será tão difícil quanto parece.
Seu nome indica o peso/potência de 1 kg por cv de potência. E a sueca o considera o primeiro megacarro da história, já que seus 1.360 cv são equivalentes a 1 megawatt de potência.
Com apenas 7 em existência, nunca um deles foi realmente testado, mas estima-se que sua velocidade final seja de 451 km/h. Importante, caso ele tenha que defender o título do irmão Agera RS nessa competição.
O carro que transformou os 400 km/h nos novos 300 km/h e fez as pessoas considerarem lentos os carros que levam mais 3 segundos para atingir 100 km/h, já que fazia isso em 2,5 segundos, e atingia 407 km/h de final.
Depois desse fenômeno, já numa época de ambientalismo e supercarros híbridos cada vez mais focados na dirigibilidade (a Sagrada Trindade de LaFerrari, McLaren P1 e Porsche 918 são a maior prova dessa moda) do que em números crus, a Bugatti resolveu continuar “raiz” e criar o Veyron SS, o atual rei da velocidade final. Isso, claro, até que a Bugatti coloque o Chiron para herdar o trono.