Carros elétricos já faziam cada vez mais parte da rotina dos salões automotivos. Modelos EVs, híbridos e movidos a hidrogênio se tornaram maioria nos eventos. Veio a pandemia, as tradicionais mostras foram canceladas e a importância da mobilidade ficou mais em evidência. Não surpreende que o Salão de Frankfurt (quer dizer, de Munique!), que começa no próximo dia 7 de setembro, tenha mudado radicalmente.
A começar pelo nome. Agora é IAA Mobility (a sigla significa Internationale Automobil-Ausstellung), para marcar terreno de que o carro é mais um modal dentro das estratégias de locomoção da sociedade. É claro que muitos fabricantes não comeram mosca, e há tempos colocam a mobilidade na pauta, e os automóveis que estarão no Salão de Frankfurt (desculpe, Munique!) refletem bem este movimento.
Os veículos elétricos serão os protagonistas deste contexto, em especial os das chamadas marcas premium. Em seu quintal, os fabricantes alemães, obviamente, puxam o bonde. Só a Mercedes-Benz promete lançar seis modelos no IAA 2021, sendo que três serão elétricos e um, híbrido.
A expectativa é que a montadora mostre em Munique o EQE, o sedã-cupê elétrico médio-grande baseado no Classe E e com pegada esportiva. O modelo deverá ter duas versões, a inicial com o mesmo conjunto do EQS: 333 cv, 58 kgf.m, 0 a 100 km/h em 6,2 segundos e uma autonomia de surpreendentes 780 km.
A marca da estrela de três pontas ainda vai levar para o Salão de Munique outros quatro modelos politicamente corretos. É aguardado o primeiro AMG 100% elétrico - além de um híbrido da divisão de alta performance do grupo Daimler. Assim como a gama Mercedes-Maybach deve também debutar o seu veículo exclusivamente na tomada em forma de carro-conceito.
O Grupo BMW não fará muito diferente. A marca bávara vai expor nos seus domínios o iX5 movido a hidrogênio. Além disso, é aguardado o conceito de um sedã que indicará como será a próxima geração do Série 7. O modelo, a propósito, usará uma nova plataforma exclusiva para motores elétricos e híbridos.
Nem mesmo a Mini, que faz parte do grupo alemã, sairá das diretrizes. A marca britânica também terá seu conceito movido a hidrogênio em Munique: a Vision Urbanaut, uma minivan em forma de bolha que lembra um carrinho futurista de desenho animado.
A Audi acaba de dar uma prévia do Grandsphere, um sedãzão-conceito de luxo com 5,35 metros de comprimento. O modelo tem Nível 4 de condução autônoma e, quando não precisa do motorista, volantes e pedais ficam escamoteáveis para transformar a cabine em um "lounge de primeira classe", de acordo com a marca.
A Volkswagen vai aproveitar o evento para apresentar o ID.5 GTX. É o primeiro SUV baseado na plataforma MEB (Matriz Modular de Propulsão Elétrica). Trata-se do primeiro SUV cupê da marca alemã com propulsão totalmente elétrica. E o modelo, totalmente conectado, poderá receber atualizações de software remotamente.
Diversas outras marcas também vão dar o ar da graça no IAA Mobility 2021 com modelos plugados. A estrela do estande da Renault será o Megane-e Tech, a variante crossover e EV do seu modelo médio já bem próxima do modelo de produção - o carro deve ser lançado no ano que vem. A francesa ainda deve mostrar o conceito Renault 5, hatch elétrico com desenho retrô.
Teremos também alguns modelos mais familiarizados com o mercado brasileiro, porém sempre em variantes eletrificadas. É o caso da Kia, que vai fazer, em Munique, a apresentação oficial da versão híbrida plug-in da nova geração do Sportage (que chegará em breve ao Brasil), além do elétrico EV6. Já o Mustang Mach-E, SUV elétrico que a Ford trará para o Brasil em 2022, aparecerá no salão alemão em sua versão GT.