O ano de 2020 mal começou e o Salão do Automóvel de São Paulo, que só acontece em novembro, já sofreu um duro golpe. Oito grandes marcas decidiram por não montar estandes na mostra e outras ainda podem seguir o mesmo caminho.
BMW, Chevrolet, Citroën, Jaguar, Land Rover, Peugeot, Toyota e Volvo já anunciaram que não estarão no Salão de São Paulo 2020. A última a confirmar a desistência, a Chevrolet seguiu o discurso das outras marcas: vai focar em novas experiências para os seus clientes, inclusive no âmbito digital.
Outro fator que tem pesado em desfavor do Salão do Automóvel é o custo. Conversas informais com executivos de grandes marcas apontam que a operação custa de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões - só para reservar um espaço grande.
Para piorar, devido à legislação brasileira, os fabricantes não podem vender veículos diretamente para o público do salão. Uma regra que dificulta ainda mais o retorno do investimento.
A debandada não é exclusiva do Brasil. Diversos outros salões pelo mundo têm perdido a representatividade em consequência dos altos custos envolvidos - como Detroit e Paris. Com nichos cada vez mais específicos, as marcas preferem investir diretamente em potenciais clientes com exclusividade.
É possível que outras marcas tomem o mesmo caminho e o Salão de São Paulo 2020 seja um dos mais vazios dos últimos anos. Aguardemos pelas cenas dos próximos capítulos.