Os sedãs sofreram um duro golpe no mês de setembro. De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), nenhum três-volumes figura entre os dez carros mais vendidos do Brasil em 2024.
Além da liderança incontestável e absoluta de uma picape pequena, a Fiat Strada (101.450 emplacamentos nos nove primeiros meses do ano), o top dez do ranking é dominado pelos hatches, com cinco representantes (Volkswagen Polo, Chevrolet Onix, Fiat Argo, Hyundai HB20 e Fiat Mobi), e pelos SUVs, com quatro (Volkswagen T-Cross, Hyundai Creta, Chevrolet Tracker e Nissan Kicks).
Até o mês passado, o Chevrolet Ônix Plus, com bons números de vendas, se segurava entre os dez carros mais vendidos do país. No entanto, com um desempenho não muito forte em setembro, ficando atrás até mesmo do Fiat Cronos, o sedã da marca norte-americana acabou sendo superado pelo Kicks.
A última vez que um sedã não figurou entre os dez veículos mais emplacados do ano havia sido em abril.
E este cenário não muito promissor para os sedãs fica ainda mais nítido quando analisamos o mercado completo por carrocerias. Ainda segunda a Fenabrave, 47,99% dos carros novos emplacados entre janeiro e setembro de 2024 foram SUVs, um crescimento de 2,34 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2023, quando tinham 45,65% "do bolo".
Na segunda colocação aparecem os hatches pequenos, que saltaram de 27,20% de participação dos carros zero-quilômetro vendidos nos primeiros nove meses de 2023 para 28,76% - alta de 1,56 ponto percentual.
Na terceira colocação aparecem os sedãs compactos, com uma queda de market share. O segmento saiu de 8,55% em 2023 para 7,65% em 2024 – retração de 0,9 ponto percentual.
O interessante é que as outras categorias de sedãs também diminuíram de um ano para o outro. Os sedãs pequenos passaram de 4,97% de participação em 2023 para 4,13% em 2024 – queda de 0,84 ponto percentual. Já os sedãs médios retraíram de 3,25% de market share para 3% - retração de 0,25 ponto percentual.
E este cenário tende a se acentual, com os SUVs ganhando cada vez mais espaço na garagem dos consumidores brasileiros. Em alguns momentos do ano, a participação de vendas dos utilitários esportivos passou de 50%, ou seja, o potencial ainda é grande, especialmente quando olhamos para um calendário de lançamentos e constatamos que a grande maioria é de SUVs.