Híbrido popular? Embora pareça uma realidade distante, a possibilidade de comprar um carro compacto eletrificado está mais próxima de se tornar realidade. Visitamos a fábrica da Stellantis em Betim (MG) para conhecer as tecnologias híbridas que chegarão a partir de 2024 aos carros brasileiros do grupo.
A Stellantis dá a esses híbridos flex o nome de Bio Hybrid. Tecnologias que chegam inicialmente combinadas aos motores da família Firefly e que são pensadas para atingir maior eficiência em termos de emissões quando abastecidos com etanol.
A tecnologia pensada para os modelos de entrada é chamada pela Stellantis de... Eco Hybrid. Um híbrido leve de 12 Volts: nela, o alternador é trocado por um pequeno motor elétrico de 4 cv, pensado para garantir empuxo extra em arrancadas, além de permitir que o start-stop entre em ação antes da parada completa do veículo.
É uma tecnologia semelhante à escolhida pela Audi, na motorização híbrida-leve dos modelos A3, A4 e A5.
Já o estágio seguinte é chamado de Bio Hybrid e-DCT. Do tipo autocarregável e pensada para carros mais sofisticados, combina a tecnologia híbrida leve com um motor adicional de 48 Volts e 22 cv, acoplado a um câmbio automatizado de dupla embreagem.
Esse conjunto permite que o automóvel seja capaz de rodar por distâncias ainda mais longas que o híbrido leve Bio Hybrid, ainda que sem a grande autonomia 100% elétrica dos plug-in.
Novidade em um produto Stellantis, é uma tecnologia semelhante à usada pela Volkswagen no Golf GTE, ainda que sem a alimentação da bateria via tomada.
Vale reforçar que o lançamento desses híbridos mais simples não vai tirar de cena os modelos elétricos e plug-in já importados pelas marcas da Stellantis.
Tudo isso é parte do plano estratégico Dare Forward 2030, no qual o grupo industrial pretende chegar ao fim da década com um ambicioso mix de vendas de 60% de híbridos e elétricos no mercado brasileiro.
Com isso, não está descartada a produção local de carros híbridos plug-in e também dos 100% elétricos.
Presidente da Stellantis para a América do Sul, Antonio Filosa destaca que os primeiros protótipos dos Bio Hybrid já estão em testes. Mas a empresa ainda não divulga quais serão os primeiros modelos a trazer a novidade.
O executivo destacou que as tecnologias estarão disponíveis para todas as marcas do grupo - que no Brasil produz modelos das marcas Citroën, Fiat, Jeep, Peugeot e Ram -, cabendo às diretorias e cada uma decidir quais delas são mais convenientes.
Mas Filosa destaca que as tecnologias Bio Hybrid devem chegar inicialmente a carros das marcas de grande volume do grupo. Algo que, em bom português, pode ser entendido como Fiat e Jeep.
Os dois "protótipos" tecnológicos mostrados pela Stellantis em Betim estavam montados em plataformas dos modelos Fiat Pulse (Bio Hybrid) e Fastback (Bio Hybrid e-DCT).
Mas os executivos destacavam que essa era apenas uma coincidência, e os protótipos não seriam os primeiros híbridos brasileiros da Stellantis. Ou seriam?
Para nós, do WM1, a tecnologia híbrida-leve deve chegar inicialmente no Pulse, enquanto a Bio Hybrid e-DCT deve ser reservada para um modelo da Jeep.