Sim, admito, estou bem curioso para acelerar o modelo.
O novo SUV de entrada da marca alemã, que ficará posicionado abaixo do Nivus, terá conjunto mecânico de carro de entrada. Em outras palavras, será equipado com as mesmas opções de motores e câmbios do Polo. Estamos falando de:
- Motor 1.0 de três cilindros flex, aspirado
- Motor 1.0 de três cilindros flex, turbo
- Câmbio manual de cinco marchas
- Câmbio automático de seis velocidades
Volkswagen Tera: algumas apostas
Os SUVs têm o talento de acabar com segmentos. Mataram os hatches médios, os sedãs médios não vivem os melhores de seus dias atualmente, e agora parece ser a vez dos hatches compactos sofrerem com o poder de sedução dos utilitários esportivos.E o Tera chega em parte com essa missão: roubar vendas de hatches compactos, inclusive de seu próprio irmão, o Polo. O "SUVinho" tem todas as condições de matar, por exemplo, as versões Comfortline e Highline do Polo, que hoje partem de R$ 120.490 e R$ 131.650, respectivamente.
Acredito, no entanto, que o Polo Track sobreviverá. Isso porque os dois (Polo Track e Tera) podem formar um dupla comercial forte e muito interessante, que nenhuma outra marca tem. Enquanto o Track se focará todas as suas forças nas vendas diretas, estratégia que a Volks trabalha muito bem com modelos como Saveiro, T-Cross e o próprio Polo, o Tera entrará com força no varejo, papel hoje que o Polo vai bem, mas não brilha.
De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores ( Fenabrave), em 2024 o Polo registrou 140.177 emplacamentos. Deste total, 95.763 (68,3%) foram em vendas diretas e apenas 44.414 (31,7%) no varejo. Nas vendas diretas, o hatch da Volkswagen foi simplesmente o mais vendido no ano passado, superando até mesmo sua arquirrival, Fiat Strada. Já no varejo, não passou da sexta colocação. E dentro deste universo das vendas diretas, veja a importância do Polo Track. De acordo com uma fonte ligada ao mercado, neste tipo de comercialização focada em frotistas, locadoras e público PcD (Pessoa com Deficiência), a versão Track foi responsável por 62,4% do total. Ou seja, o modelo tem uma posição consolidada. No varejo, sua representatividade foi de 49,6%, uma fatia também bastante relevante.
Quem também poderá sobreviver à chegada do Tera é o Polo Sense, que tem um preço extremamente competitivo (R$ 107.890) e tem um custo-benefício bem interessante, com lista de equipamentos com itens relevantes, como central multimídia VW Play, e conjunto mecânico formado por motor turbo e câmbio automático.
Resumindo, o Tera chega estrategicamente não para ser o carro mais vendido do Brasil, mas para ocupar um espaço no varejo onde a Volkswagen pode ser ainda mais forte. E, sim, dependendo do preço poderá figurar facilmente entre os carros mais vendidos do País, beliscando um top 5 - o que eu, particularmente, acredito.
Mas, diz aí nos comentários, o que você acha que vai acontecer? Bora trocar uma ideia!
O Tera não é uma visão completamente inovadora...
Um SUV de entrada para substituir um hatch é uma estratégia nova, mas a Volkswagen não é pioneira no Brasil. Uma marca que já fez bem esse movimento foi a Citroën com o Basalt.O SUV cupê chegou para atuar ao lado do C3, carro de volume da marca francesa no Brasil. No entanto, com preço competitivo (é atualmente o SUV mais barato do Brasil)e uma preferência nacional pelos SUVs, o Basalt em poucos meses tomou o posto se veículo mais emplacado da Citroën, hoje vendendo quase que o dobro do hatch.
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