A Triumph Speedmaster ainda não aparece no site brasileiro da marca inglesa, mas a moto já está à venda no país. Fontes ligadas à marca nos informaram que as concessionárias já recebem as encomendas, e que inclusive duas unidades já foram até vendidas.
O preço? Segundo essas mesmas fontes, o valor sugerido é de R$ 61.490. Abaixo, portanto, das estimativas de R$ 90 mil a R$ 97 mil que fizemos em janeiro deste ano, levando em conta o preço da moto lá na Inglaterra. E é um valor bastante competitivo, já que a insere de forma atraente no "espaço vazio" que existia entre a Kawasaki Vulcan 650 S, única custom média à venda no país e que já bate nos R$ 50 mil, e as Harley-Davidson, que começam na casa dos R$ 100 mil.
Por outro lado esse preço bota a Speedmaster na mesma faixa, por exemplo, da Kawasaki 900 RS, que não é custom mas é retrô, e fica na mesma categoria classic/custom para efeito de concorrência de mercado. De toda forma a concorrência não é direta, já que a Speedmaster é da família Bonneville e deve atrair mais quem curte moto de visual retrô, porém com uma pegada custom - a 900 RS é retrô, mas é naked.
A vinda da Speedmaster foi confirmada primeiramente durante o Festival Interlagos 2021, realizado em novembro do ano passado - conforme revelamos com exclusividade aqui.
A Speedmaster é uma nova tentativa da Triumph de absicoitar parte do segmento custom. A marca já vendeu por aqui o modelo Thunderbird V-Storm, que tinha um grande motor bicilíndrico de 1.699 cm³, 98 cv de potência a 5.250 rpm e torque de forçudos 15,9 kgf.m a ótimos 2.950 rpm.
Além dela, também apostou na enorme Rocket 3, então em sua primeira geração - com aquele incrível motor de três cilindros em linha longitudinal e 2.3 litros de capacidade volumétrica. Esta, inclusive, voltou a ser vendida no país em sua nova geração, lançada em 2020 - com motor maior (2.5 litros!) e estilo menos clássico e mais "power custom".
Agora é a vez da Speedmaster 1200. A versão que vem para o Brasil é a standard - na Inglaterra também existe a Gold Line. Nessa configuração, a moto existe nas cores vermelha (minha preferida, claro!), preta e preta com branca. Segundo nossa fonte, para cá vêm as duas primeiras.
Com visual meio custom, meio clássico, a Speedmaster demorou para vir: surgiu lá fora em 2002 com motor bicilíndrico de 790 cm³. Em 2005, cresceu para 865 cm³ (aquele mesmo das Bonneville T100 vendidas no Brasil), em 2008 ganhou injeção eletrônica e em 2018 cresceu de novo, para 1.200 cm³ - que permanece até hoje.
Esse motor é o mesmo de outros modelos Triumph da linha Bonneville que já são vendidos por aqui, o que vai facilitar o pós-venda. Bicilíndrico e com 1.200 cm³, comando simples no cabeçote e refrigeração líquida, rende 78 cv de potência a 6.000 rpm e o bom torque de 10,8 kgf.m a 4.000 rpm.
Mas a Triumph Speedmaster tem muitas particularidades. A começar pelo estilo com o tal toque custom - é mais baixa e comprida que as Bonneville tradicionais, e também tem guidom um pouco mais largo e alto. Além disso, tem pneus gorduchos (150/90 R16 na frente e 150/80 R16 atrás), dois escapes com ponteiras retas, rodas raiadas, tanque em forma de gota, para-lamas curtos e bancos do piloto e do garupa separados e com alturas diferentes.
Outras especificações importantes da moto são o câmbio de seis marchas com embreagem assistida e secundária por corrente, a suspensão dianteira com garfos japoneses Showa, a traseira monochoque RSU com ajuste de pré-carga, e os freios com disco duplo Brembo na frente e simples Nissin atrás - com ABS, naturalmente.
Com 2,42 metros de comprimento, 91 cm de largura, 1,05 m de altura e 1,50 m de entre-eixos, a Speedmaster também tem banco do piloto a 70,5 cm do solo e 263 quilos de peso seco. O tanque só leva 12 litros de combustível, o que proporciona uma autonomia relativamente pequena - cerca de 260 quilômetros com o consumo médio prometido de 21,7km/l - com gasolina europeia. Por outro lado, os intervalos de manutenção são bem extensos - a cada 16 mil quilômetros.
Alguns quitutes presentes na moto - assim como em outras Triumph - são a iluminação full-LED com luz de rodagem diurna (DRL), o controle de tração, os dois modos de pilotagem (road e rain), o acelerador eletrônico (sem cabos), o controle automático de velocidade e o imobilizador eletrônico. O painel, por sua vez, é composto por um único mostrador, mais simples do que a moto merece: tem velocímetro analógico, um display digital com as informações básicas e quatro luzes-espia fora do mostrador.
Por fim, mas não menos importante, provavelmente a Triumph venderá aqui, em suas concessionárias, parte da imensa lista de acessórios que existe para a Speedmaster. Há desde guidom mais alto a para-brisa, passando por encosto de garupa, alforges, faróis auxiliares, bagageiros tipo grelha e pedaleiras plataforma, entre outros itens. Nem todos ficam bacanas mas, se equipada com sabedoria, a moto ganha ainda mais charme.