O Civic chegou à décima primeira geração no fim do mês passado. Depois de um hiato de mais de um ano — a produção da linha anterior se encerrou em dezembro de 2021 —, o modelo enfim foi apresentado ao público em versão única, importado, com motorização híbrida e por mais de R$ 244 mil.
Bem longe do valor cobrado pelos representantes da geração anterior, que sempre foi admirada por seu bom espaço interno, mecânica confiável, ótima dinâmica ao volante e estilo ousado. Quem se esquece das lanternas em formato de bumerangue?
O visual era marcante por se distanciar bastante do visto na nona geração. As lanternas com assinatura em LED nas extremidades, o capô inclinado e o caimento do teto na coluna "C", que deixavam o sedã com um ar de cupê, faziam do então novo Civic um carro "jovem".
Era um toque de esportividade para um modelo até então mais racional. Mas não se resumia ao visual - outros elementos faziam do "Civic 10" um modelo mais interessante que seu antecessor.
A chegada do motor 1.5 turbo, de 173 cv e 22,4 kgf.m era um desses exemplos. A motorização era usada apenas na versão topo, a Touring. A transmissão nesse conjunto era a automática do tipo CVT de sete velocidades. Com a dupla, o Civic conseguia acelerar de zero aos 100 km/h em apenas 8,6 segundos. Já a máxima era de 208 km/h.
Eram números bem superiores e bem mais empolgantes que os 10,9 segundos das versões mais potentes da geração anterior, que usavam o 2.0 aspirado, de 155 cv e 19,5 kgf.m. Mas este motor foi mantido na décima geração para as demais versões: Sport AT e manual, EXL e EX.
Em 2020, a décima geração ainda trouxe mais alegria aos amantes da velocidade com a volta da versão esportiva SI. O cupê apimentado usava uma versão fuçada do motor 1.5 turbo, que, nele, rendia 208 cv de potência e 26,5 kgf.m de torque. O motor era associado a um câmbio manual de seis marchas. Com o conjunto, o zero a 100 km/h era feito em 7,2 segundos e a máxima ficava na casa dos 238 km/h. Um esportivo de verdade!
O espaço interno, que antes já era bom, melhorou na décima geração. O sedã ficou 3,2 cm maior no entre-eixos, passando a 2,70 m, além de ter dado um salto considerável no tamanho do porta-malas: o espaço para bagagens cresceu de 449 litros para 519 litros.
A lista de equipamentos e o acabamento interno também ficaram melhores na virada de geração. De série, o Civic tinha seis airbags (frontais, laterais e cortina), ar-condicionado digital automático, faróis de neblina, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, rodas de liga e piloto automático.
O acabamento tinha volante em couro com costuras e soft touch em diversos pontos do painel e console, isso mesmo na versão de entrada. O que mudava era o revestimento dos bancos, que na versão Sport era em tecido, mas passava a ser de couro nas mais caras.
De forma geral, o Civic de 10ª geração representou um salto para o sedã da Honda e trouxe boa parte dos clientes de volta para a marca. Seu design, aliás, mesmo após esses quase sete anos, segue atual. E acreditamos estar longe de parecer defasado.
O desempenho é outro fator que faz do modelo uma opção interessante no mercado dos usados, especialmente para quem busca um carro espaçoso e divertido de dirigir. Dá para levar a família numa viagem e ainda se divertir ao volante. Soma-se a isso a fama de ser um carro que dá poucos problemas mecânicos.
Por tudo isso, podemos cravar que o Civic de 10ª geração é uma ótima opção atualmente. Com o curto tempo desde o fim da produção, em dezembro de 2021, ainda encontramos unidades em ótimo estado de conservação no mercado. Algumas, inclusive, com baixa quilometragem.
No estoque da Webmotors, encontramos unidades com preços a partir dos R$ 80 mil. Vale ressaltar que quase todas abaixo do preço cobrado pelo modelo atual. Fizemos uma lista com alguns modelos pouco rodados e com preço bacana.
O primeiro Civic que encontramos é da versão EX, com motor 2.0, de 2019, que tem apenas 39.700 quilômetros rodados. Anunciada pelo proprietário de Sâo Paulo por R$ 109 mil, a unidade passou por todas as revisões em concessionária e ainda está na garantia de fábrica. O valor mencionado é cerca de R$ 6 mil abaixo do valor da Tabela Fipe.
Também encontramos uma unidade versão LX, ano 2021, com apenas 31 mil quilômetros rodados, anunciada por R$ 115 mil. O valor pedido pelo proprietário de São Paulo é pouco mais de R$ 5 mil menor do que visto na tabela Fipe. Assim como o anúncio anterior, esse modelo passou por todas as revisões em concessionária da Honda e está na garantia.
Por último, achamos uma unidade da versão Touring, com motor 1.5 turbo, ano 2019, anunciada por um proprietário de Boa Vista (PR). O dono pede R$ 129 mil pelo carro, que rodou apenas 24 mil quilômetros. A unidade tem como diferenciais alguns acessórios instalados pelo dono, como soleira iluminada, aerofólio e luz ambiente em LED azul no interior.
Pelas fotos, é possível ver que a condição do carro, de forma geral, é ótima. O valor também está cerca de R$ 6 mil abaixo da Fipe. Segundo o dono, a garantia original era de três anos, mas foi alongada por mais dois anos e essa condição pode ser negociada.