A principal virtude do Chevrolet Cobalt sempre foi a relação custo-benefício. Tirado de linha no início de 2020, o modelo era confiável, espaçoso, razoavelmente confortável e ainda tinha porta-malas latifundiário. Se nos primeiros anos não era lá muito bonito, ficou bem melhor quando passou por uma reestilização. Aí o conjunto da obra ficou ainda mais atraente.
Queridinho de taxistas e motoristas profissionais, o modelo chegou ao mercado na fase de renovação da Chevrolet, em 2011. Na época, a marca se despedia dos carros baseados na Opel e passava a adotar uma nova arquitetura.
Em sua primeira linha, ano 2012, o Cobalt tinha apenas uma opção de motor. Vinha com o conhecido quatro cilindros 1.4 Familia I, com comando de válvulas simples, correia dentada e injeção eletrônica multiponto. Combinado apenas com transmissão manual, de cinco marchas, o motor rendia até 102 cv de potência a 6.200 rpm e 13 kgf.m de torque a 3.200 rpm.
Na linha seguinte, o modelo ganhou um novo conjunto formado pelo motor 1.8, que era casado a um câmbio automático de seis velocidades. O conjunto mudou pouco a potência do Cobalt, que passou para 107 cv, mas entregava uma melhora sensível no torque, de 17 kgf.m, na mesma faixa de rotação do 1.4.
A motorização foi a mesma até 2017, quando a Chevrolet decidiu atualizar os motores para enquadrá-los nos novos padrões de eficiência energética. Com isso, os dois conjuntos aspirados ganharam potência e ficaram mais econômicos.
Usados ainda em outros modelos, como na minivan Spin e também no Onix, os motores eram manutenção e peças de reposição fáceis. Não que isso signifique que ele precisasse de manutenção frequente. Pelo contrário: relatos de problemas nos motores do Cobalt até hoje são raros.
Mas nem tudo são flores. A falta do indicador de temperatura do motor no painel é um dos motivos das queixas dos motoristas. Saindo do motor, a suspensão, um pouco mais dura, também sempre sofreu críticas. Mas pelo menos aguentava os trancos de nossa ruas esburacadas. Também houve relatos desgaste prematuro nos discos de freios.
Mas do espaço interno não há reclamações. O sedã tinha 4,48 m de comprimento, 1,73 m de altura e espaçosos 2,62 m de entre-eixos. Exceto para jogadores de basquete e outras pessoas muito compridas, havia espaço suficiente para cruzar e descruzar as pernas sem dificuldades dentro do carro.
E não parava por aí. Com 563 litros de capacidade, o porta-malas do Cobalt também era impressionante. Dava para colocar GNV e, mesmo assim, manter boa capacidade para bagagens. Daí o sucesso do sedã na praça.
No visual, o Cobalt ganhou pontos a partir da linha 2016, quando recebeu uma reestilização. A "virada" deixou dianteira e traseira mais atuais, com faróis e lanternas afiladas e elegantes - antes, o carro tinha "olhos esbugalhados". No interior, o sedã sempre foi um tanto básico, mas com acabamento honesto.
A lista de equipamentos do modelo sempre foi interessante. Nos últimos anos, por exemplo, tinha de série direção com assistência elétrica, airbags frontais, ABS, vidros e retrovisores elétricos, banco bipartido e ar-condicionado.
Também havia cintos de segurança três pontos para todos, assim como encostos de cabeça. Nas versões mais completas, o modelo adicionava sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, monitor de pressão dos pneus, faróis de neblina, rodas de liga leve e central multimídia My Link, com comandos no volante.
O conjunto era o suficiente para manter o modelo competitivo, mesmo três anos após sua partida. Comparado com modelos atuais, especialmente com as versões de entrada, o sedã pode ainda ser uma ótima alternativa para quem busca um carro espaçoso e bem-disposto.
É claro que é preciso procurar as unidades em bom estado de conservação e, de preferência, com quilometragem razoável. Nessas condições, encontramos algumas unidades no estoque da Webmotors.
A primeira unidade, na versão 1.8 LTZ, com câmbio manual, ano 2019, é anunciada por um proprietário de São Paulo (SP). De único dono e com apenas 49 mil quilômetros rodados, o sedã é anunciado por R$ 63 mil. O valor é cerca de R$ 3 mil abaixo do apontado na tabela Fipe. Nessa configuração, o sedã tem rodas de liga leve e interior em couro sintético marrom.
Em São João de Meriti (RJ), outro proprietário quer vender seu Cobalt, ano 2018, versão 1.8 LTZ, que tem câmbio automático, por R$ 58 mil. De acordo com o proprietário, o modelo só tem 40 mil quilômetros rodados e está anunciado por cerca de R$ 10 mil abaixo do valor pedido na Fipe por ter pendências de licenciamento e IPVA de 2022.
Nessa mesma linha, ano 2018, encontramos uma unidade com motor 1.4, versão LT, com pouco mais de 52 mil quilômetros rodados. O proprietário de Osasco (SP) pede R$ 54.900 pelo sedã, o que é pouco mais de R$ 3 mil acima da tabela Fipe. Além dos itens de série, o modelo tem rádio MP3 instalado pelo proprietário.