O Fiat Punto chegou ao mercado brasileiro em 2007 para ser uma alternativa abaixo do Stilo. Montado sobre a plataforma 178 (a mesma do Palio), o hatch compacto compartilhava uma série de elementos mecânicos usados em outros carros da marca italiana vendidos aqui, mas entregava isso em uma "roupagem europeia".
Era uma pegada mais bem acabada, especialmente em elação ao irmão menor. Com isso, o Punto se tornou um carro desejado pelos consumidores do segmento hatch. Talvez por isso, o dois volumes tenha o estilo como um dos seus pontos mais elogiados pelos motoristas.
Mas a lista de equipamentos, o conforto a bordo, a dirigibilidade e a mecânica são outros pontos citados por quem já teve ou tem o hatch.
Nesse último quesito, aliás, o modelo fez valer a força da Fiat em entregar conjuntos confiáveis. Um exemplo é o 1.4 Fire, que fez parte de toda a linha, do lançamento em 2007 até o último ano de fabricação do Punto, em 2017.
Embora não tivesse um desempenho tão forte, o propulsor era confiável e tinha manutenção descomplicada. O quatro cilindros rendia até 85 cv de potência a 5.750 rpm, com torque de 12,4 kgf.m a 3.000 rpm.
Além do conjunto original Fiat, as primeiras linhas do hatch também ofereceram o motor trazido da Chevrolet, o GM Família 1, com 1.8 litro. O motor fazia a potência do Punto saltar para até 115 cv e 18,5 kgf.m de torque.
O repertório do hatch ficou mais interessante logo na linha seguinte, em 2010, com a entrada da versão T-Jet - até hoje desejada por muitos. Era equipada com um motor 1.4 turbo a gasolina, com injeção multiponto e duplo comando de válvulas no cabeçote.
A unidade entregava interessantíssimos 152 cv de potência com 21,1 kgf.m de torque, e ainda tinha câmbio manual de cinco marchas. Com a dupla, o modelo fazia de zero a 100 km/h em apenas 8,6 segundos. Antes, as duas versões disponíveis do hatch passavam fácil dos 10 segundos para atingir a mesma marca.
Depois da versão T-Jet, foi a vez da inclusão dos motores E.torQ 1.6 e 1.8, que aposentaram o 1.8 da GM. A linha 2010 também marcou a chegada das versões com câmbio automatizado Dualogic, que tanto no modelo quanto em outros Fiat jamais foi bem avaliada pelos usuários. Não por acaso caiu no esquecimento...
O design do Punto era seu ponto forte. Os faróis com formato pontudo, a dianteira de aspecto baixo e o leve caimento da coluna "C" davam uma pegada mais emotiva e moderna para o hatch. As lanternas verticais, instaladas nas extremidades do vidro, estava em alta na época.
A primeira mudança no visual aconteceu em 2012, quando o modelo ganhou novos para-choques, trocou a grade dianteira por um friso cromado e passou por um rearranjo dos faróis e lanternas.
O design, atual até hoje, acompanhava o que era feito na versão Evo do Punto europeu. Esse, aliás, foi o design do modelo até o fim da sua produção.
Já na primeira linha, o Punto oferecia equipamentos interessantes para a época, como o sistema Blue&Me que permitia conexão sem fio com celular e possibilita o uso de comandos de voz para controle de chamadas, reprodução de áudio e até funções do GPS do aparelho.
As versões mais completas, como a T-Jet, tinham uma lista bacana de equipamentos, mesmo para o mercado atual. A lista tinha ar-condicionado, trio elétrico (vidros, espelhos e travas), alarme e poderia sair até com seis airbags, sensores de estacionamento traseiro, faróis automáticos, controle de cruzeiro, bancos em couro, volante multifunção e teto solar panorâmico elétrico.
Como dissemos, o Punto sempre foi um modelo desejado no segmento dos hatches. As vendas do carro entre 2008 e 2013 deixam claro isso - no intervalo, o dois volumes chegou a emplacar mais de 40 mil unidades em dois anos. A competição, contudo, acabou freando esse avanço.
A primeira briga foi interna, com a chegada do Fiat Bravo, em 2011. E, depois, pelo lançamento de rivais de peso como Chevrolet Onix e Hyundai HB20, em 2014. À época, o Punto custava a partir de R$ 38.570, um valor bem superior aos das versões de entrada dos rivais.
No mercado atual de usados, a situação se inverte e o modelo passa a ser uma alternativa mais interessante. Vale destacar que, na nossa opinião, algumas versões podem ser melhor negócio mesmo contra modelos zero-quilômetro, como os subcompactos que partem de R$ 69.990.
É claro que é preciso ficar atento às condições do carro. Busque modelos bem cuidados e, se possível, com quilometragem baixa. Algo entre 60 mil e 80 mil quilômetros, a depender do ano do modelo, pode ser uma boa régua. O estoque da Webmotors tem algumas opções dentro desse perfil.
A primeira unidade que encontramos é da linha 2013, versão Essence, com motor 1.6 E.torQ 16V e câmbio manual. O modelo é anunciado por um proprietário de São Paulo (SP) por R$ 36 mil e tem apenas 54 mil quilômetros rodados. De único dono, o hatch tem rádio com Bluetooth e volante multifuncional.
Já o dono dessa versão Sporting 1.8 manual, ano 2014, pede R$ 42.900 para se desfazer do hatch. De acordo com o anúncio, a unidade está em Barra Mansa (RJ) e tem pouco mais de 80 mil quilômetros rodados. A versão esportiva tem cintos vermelhos, painel com acabamento diferenciado e pedais em aço escovado.
Se você busca potência, porém, a melhor alternativa é a versão T-Jet. Encontramos essa unidade, ano 2013, na cor amarela e com pouco mais de 73 mil quilômetros rodados no hodômetro. O modelo turbo é anunciado por um proprietário de Nova Friburgo (RJ) por R$ 54.900. Pelas imagens do anúncio, a condição do carro é impecável, tanto na pintura quanto no interior.