As montadoras trabalham o tempo todo no desenvolvimento de tecnologias para aprimorar o desempenho e o comportamento dinâmico dos carros. Entre os recursos técnicos criados está o eixo traseiro esterçante (ou direcional), geralmente aplicado em esportivos mais sofisticados, mas que também pode equipar outros modelos.
Esse sistema ainda não é muito popular entre os carros vendidos no Brasil, mas alguns importados que chegaram por aqui nos anos 1990 apresentaram o eixo traseiro esterçante ao nosso mercado. Citroën Xsara e Honda Prelude são alguns exemplos.
O esterçamento das rodas traseiras tem, basicamente, duas finalidades: dar mais agilidade em manobras em baixas velocidades e proporcionar mudanças de direção mais rápidas e precisas em velocidades mais altas.
No primeiro caso, as rodas traseiras são esterçadas, em alguns graus, para o lado oposto ao das rodas dianteiras. Com isso, o diâmetro de giro é reduzido, o que facilita as balizas e manobras em garagens.
Em altas velocidades, as rodas traseiras são direcionadas para o mesmo lado das dianteiras. Dessa forma, o carro fica mais ágil e estável em curvas rápidas.
Os Citroën Xsara e Peugeot 306 utilizavam um sistema simplificado chamado de CATT. O esterçamento das rodas traseiras funcionava de maneira passiva, sem nenhuma ligação com as rodas dianteiras ou intervenção de sistemas elétricos ou hidráulicos.
O CATT possuía pivôs articulados nos braços da suspensão traseira, que mudavam o ângulo das rodas de acordo com as forças provocadas pela movimentação do carro. Com isso, o comportamento dinâmico do veículo era favorecido pela alteração do ângulo das rodas traseiras.
Já os sistemas mais sofisticados atuam de maneira ativa: alternam o ângulo das rodas por meio da eletrônica. Parâmetros de velocidade do veículo, movimentação da carroceria, etc são analisados por sensores, que enviam essas informações a sistemas eletromecânicos instalados no eixo traseiro.
Mas não são apenas os automóveis que utilizam o esterçamento das rodas traseiras. Máquinas agrícolas e ônibus articulados também recorrem à tecnologia para facilitar manobras em espaços reduzidos.
No vídeo abaixo, a Porsche mostra o funcionamento do eixo traseiro esterçante da geração anterior do esportivo 911.