Vendas sobem, porém importações crescem mais

Entrada de carros importados, principalmente por carros elétricos e híbridos cresceu 37,7% no primeiro semestre

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Fernando Calmon
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O Brasil está perdendo a batalha da balança comercial entre exportações e importações de veículos. Nos últimos anos, desde 2015 o País sempre alcançou superávit - com destaque em 2017. Mas, este ano, o crescimento das importações vai superar as exportações, segundo projeções da Anfavea.

Trata-se de uma combinação deletéria. Para manter o nível de empregos na indústria automobilística, é necessário que exportações compensem importações. Se o balanço for superavitário, melhor ainda.

No fechamento do primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período do ano passado, a produção total de veículos leves e pesados subiu apenas 0,5%. Passou de 1,132 milhões de unidades para 1,138 milhões de unidades. De janeiro a junho de 2024, as

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exportações caíram 28,3% e as importações subiram bem mais: 37,7%.

O resultado pífio deu-se em contraste com o firme aumento de vendas internas (varejo e atacado; leves e pesados), na soma de veículos nacionais e importados, que subiram

14,6%. Na realidade, o aumento das importações — nada contra isso, contudo de forma prudente — deu-se em razão de carros elétricos e híbridos, além de concentradas em marcas chinesas.

A BYD é a marca que mais tem importado automóveis para o Brasil - inclusive em navio próprio!
Crédito: Divulgação
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Híbridos convencionais e plug-in (somados 4,5%) e elétricos (2,9%) ainda representaram parcela muito pequena das vendas de veículos leves no primeiro semestre deste ano.

No entanto, a Anfavea defende uma volta imediata do imposto de importação de 35% para veículos elétricos e híbridos, sem o escalonamento em curso de 2024 a 2026. Será difícil o governo voltar atrás sobre o estabelecido.

A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) reúne hoje 10 marcas, entre as 50 que atuam no mercado brasileiro de veículos leves, pesados e máquinas, sem incluir motos.

Marcelo de Godoy, presidente da Abeifa, afirma que "medidas protecionistas ou barreiras alfandegárias artificiais são sempre ineficazes e prejudiciais para toda a cadeia automotiva". Mesmo discurso simplista de sempre. Mas ele tem razão em um ponto: "Além

disso, poderá prejudicar as relações com um parceiro comercial importante para o Brasil como a China".

A BYD é, de longe, a maior associada da entidade em vendas, no primeiro semestre: 32.572 unidades, 71%. A GWM vendeu menos, porém não se associou. Mas o otimismo extrapola. A chinesa já previu comercializar 120 mil unidades este ano e depois corrigiu para 100 mil. Só que a Abeifa projeta 94 mil veículos emplacados das 10 marcas em 2024. Uma das duas estará errada.

Lançamento da GM incluirá versão híbrida básica

O primeiro dos produtos incluído no plano de investimentos de R$ 1,2 bilhão para modernização da fábrica de Gravataí (RS) será, como esperado, um SUV compacto inédito que terá como base o Onix - ou seja, menor do que o atual Tracker.

O novo modelo está previsto para 2026. O que se antevê é uma versão híbrida flex básica com alternador e motor de arranque integrados, além de uma pequena bateria auxiliar. A GMB se convenceu, ao sondar clientes, que passar direto para carros elétricos no Brasil vai demorar em razão do preço alto e de uma rede de recarga incompleta. Um híbrido pleno para veículos maiores, a exemplo de Tracker, Montana, S10 e Trailblazer, deve chegar em uma segunda etapa.

A GM vai produzir um novo SUV, que será derivado do Onix. Será menor, portanto, que o Tracker
Crédito: Divulgação
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Fábio Rua, vice-presidente da GM, afirmou que o novo produto (não adiantou que se tratava de um SUV) está sendo desenvolvido pela engenharia da empresa, líder mundial para este projeto. Será exportado para países da América do Sul e México. No Brasil vai mirar, principalmente, em Renault Kardian, Fiat Pulse e, em breve, no modelo equivalente da VW.

Outra atualização esperada, segundo o site Autos Segredos, é a injeção direta de combustível no motor a combustão interna. Até agora, a Chevrolet era uma das poucas marcas a manter a injeção multiponto no duto de admissão por achá-la uma solução

de menor custo e suficiente. Porém, o tempo mostrou que se trata de uma mudança viável e necessária aos olhos do mercado. Deverá estrear já neste novo SUV.

No total, a empresa americana investirá R$ 7 bilhões no Brasil entre este ano e 2028 na renovação de seus modelos, introdução de tecnologias avançadas e agregação de novos negócios.

BYD avança com híbrido plugável Song Pro

SUV de porte médio da fabricante chinesa tem a seu favor o estilo atraente e o conjunto motriz. O sistema híbrido plugável a gasolina também é um recurso vantajoso, que se reflete em baixo consumo de combustível. Todavia, o alcance médio declarado

de até 1.100 quilômetros refere-se à antiga norma europeia NEDC, abandonada por pouco refletir a realidade e que caiu em desuso a partir de 2017. Sem sentido continuar a citá-la.

Pela norma brasileira NBR 7024, revista e utilizada pelo Inmetro, o alcance médio é de 780 quilômetros, mas na prática pode ser um pouco melhor com bateria totalmente carregada e o tanque de 52 litros cheio. Por outro lado, uma característica bem interessante informada pela BYD é a eficiência térmica de 43% do conjunto - comparável à dos melhores motores a diesel.

O BYD Song Pro chegou ao Brasil em duas versões, com preços de R$ 189.800 (GL) e R$ 199.800 (GS)
Crédito: Divulgação
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O Song Pro, na versão GS de topo que dispõe de uma bateria maior (18,3 kWh), entrega 235 cv de potência e 43,8 kgf.m de torque ao combinar, segundo a fábrica, o motor a gasolina de 98 cv e 12,4 kgf.m ao elétrico de 197 cv e 30,6 kgf.m. Bom lembrar que torque combinado tecnicamente não pode ser medido em aplicações em um mesmo eixo, embora

BYD insista.

A aceleração de zero a 100 km/h em 7,9 segundos comprova o desempenho muito melhor que o do Corolla Cross híbrido não plugável, limitado por seu motor flex de apenas 101 cv (etanol)/14,1 kgf.m associado a um motor elétrico 72 cv e 16,6 kgf.m com potência combinada de somente 122 cv.

Isso ficou claro na primeira e curta avaliação pelas ruas de São Paulo. O SUV chinês tem ótimo desempenho. Mas, ao partir da imobilidade, há um certo atraso na resposta ao acelerador, sem aquela reação fulminante dos elétricos. Impressiona o silêncio a

bordo com os vidros dianteiros de dupla camada para isolamento de ruído. Porém, ao rodar em asfalto irregular ou passar por lombadas, falta um acerto fino nas suspensões.

Também se destaca pelo espaço interno com distância entre-eixos de 2,71 metros, pouco menor que a do Song Plus. Os passageiros no banco traseiro, além do assoalho plano, dispõem de regulagem do encosto. Os bancos dianteiros são confortáveis e o do motorista tem regulagem elétrica (só na versão GS). O porta-malas acomoda 520 litros, mas não inclui estepe e perde espaço devido a uma maleta contendo o carregador portátil da bateria e seus cabos.

Preços do BYD Song Pro: R$ 189.800 (GL) e R$ 199.800 (GS).

Tags:Mercado
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