Você sabia que a Mercedes já foi Honda?

Descubra quais são as origens da vencedora equipe e dos demais times que compõem o atual grid da Fórmula 1

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Marcus Celestino
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A Fórmula 1 terá na próxima temporada dois "novos" times. Mas, por que "novos"? O uso das aspas é justificado pelo fato de que as equipes ainda terão os mesmos proprietários. A Renault atenderá por Alpine e a Racing Point passa a ser chamada de Aston Martin. No entanto, em suas essências, as escuderias não mudam em quase nada.

A Alpine é uma divisão da Renault. Ao rebatizar seu time de Fórmula 1, a empresa francesa tem como objetivo dar mais visibilidade à subsidiária, que convive nos últimos anos com rumores de que terá suas operações encerradas.

No caso da Aston Martin, Lawrence Stroll une, ao menos para ele, o melhor de dois mundos. Um dos proprietários da tradicional marca britânica, o bilionário canadense também é o poderoso chefão da Racing Point. A reformulação do time é uma acertada estratégia de negócios por parte do investidor, que pretende tirar a empresa associada à James Bond do buraco o quanto antes.

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Aston Martin e Alpine, contudo, não são casos isolados. À exceção de Ferrari, Williams, McLaren e Haas, todos os times do atual grid da Fórmula 1 passaram em dado momento por um processo de mutação. Embora, ao contrário das duas novidades de 2021, tenham mudado de dono, as equipes mantiveram operações, estrutura e legado das predecessoras. Vejam só as "árvores genealógicas" das escuderias:

Mercedes

A Mercedes que hoje faz parte do grid "nasceu" da Tyrrell. A equipe teve muito sucesso no início da década de 1970, conquistou um mundial de construtores e dois títulos de pilotos com o escocês Jackie Stewart.

Em 1999, após anos de crise financeira, a velha fábrica foi adquirida pela British American Tobacco e a equipe passou a se chamar BAR (British American Racing). No final de 2005, a Honda comprou a escuderia e a transformou na Honda Racing F1 Team.

Temporadas medíocres aliadas à crise econômica mundial de 2008 fizeram com que os japoneses pedissem o boné. Ross Brawn, hoje diretor esportivo da Fórmula 1, assumiu o espólio da equipe e a renomeou como Brawn GP.

A Brawn é dona de uma das histórias mais incríveis da categoria. O time disputou uma única temporada, a de 2009. Seus pilotos foram o inglês Jenson Button e o brasileiro Rubens Barrichello. Empurrado por motor Mercedes e dotado do polêmico difusor duplo, o BGP 001 deu à equipe o título de construtores. Além disso, Button conquistou pela escuderia seu primeiro e único mundial.

Ainda em 2009, Ross Brawn chegou a acordo com a Mercedes-Benz e vendeu o time para a empresa alemã, que manteve a fábrica em Brackley. Assim, as flechas de prata voltaram ao grid da Fórmula 1 em 2010, com Nico Rosberg e Michael Schumacher como pilotos. O resto da história você já conhece.

Rubens Barrichello correu por três temporadas na Honda e também fez parte do vitorioso 2009 da Brawn
Crédito: Commons/ Wkimedia
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Red Bull

A Stewart disputou seu primeiro grande prêmio em 1997. Na temporada inaugural, a dupla de pilotos da equipe fundada por Sir Jackie era composta por Rubens Barrichello e Jan Magnussen, pai de Kevin Magnussen. Em 1999, a Stewart foi vendida para a Ford, que reformulou o time e o renomeou para Jaguar.

O fabricante norte-americano decidiu se desfazer da equipe após cinco decepcionantes temporadas, com dois míseros pódios. É aí que entra o conglomerado do ramo de bebidas. A empresa austríaca compra a Jaguar e a transforma em Red Bull Racing, que passa a disputar o campeonato mundial em 2005.

Rubinho em ação pela Stewart, em 1999, no GP do Canadá; equipe de Sir Jackie virou a Red Bull
Crédito: Commons/ Wikimedia
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AlphaTauri

Não satisfeita com uma só equipe na Fórmula 1, a Red Bull decide investir em um "time B". Em 2006, a gigante austríaca assume o espólio da Minardi, simpática equipe que estava na categoria desde 1985 e jamais havia conquistado um pódio.

Paul Stoddart, então dono da Minardi, condicionou a venda da equipe à manutenção de suas operações na pequena cidade de Faenza, na região da Emilia-Romagna. A Red Bull acatou o pedido, comprou o time e o transformou na Toro Rosso.

Na temporada 2020 a escuderia passou por nova reformulação, mas, dessa vez, seguiu com o mesmo dono. A Toro Rosso passou a atender por AlphaTauri, mesmo nome da marca de moda fundada em 2016 pela Red Bull.

Argentino Gastón Mazzacane pilota o M02, em 2000; anos depois, Minardi foi vendida para a Red Bull
Crédito: Commons/ Wikimedia
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Alpine

A Alpine já tem muita história na Fórmula 1, acredite. As origens do time remontam à Toleman. A primeira equipe do tricampeão mundial Ayrton Senna estreou na categoria em 1981. Quatro anos depois foi vendida para a Benetton, empresa italiana de moda.

A Benetton Formula fez parte do grid da Fórmula 1 entre 1986 e 2001. Pela equipe, vale lembrar, Michael Schumacher conquistou seus dois primeiros títulos. A Renault comprou a escuderia em 2000, mas só a rebatizou em 2002. Em 2005 e 2006, o time venceu o mundial de construtores e o de pilotos, com o espanhol Fernando Alonso.

No fim de 2010, a Renault anunciou que o Grupo Lotus e a Genii Capital haviam adquirido as ações da equipe. Com isso, em 2011, a escuderia passou a ser chamada de Lotus Renault - o que causou uma grande confusão

A renomeação da escuderia gerou uma disputa jurídica com o Team Lotus, que já havia disputado a temporada anterior com o nome Lotus. O salseiro só foi resolvido no fim do ano, quando a equipe do empresário malaio Tony Fernandes anunciou que atenderia por Caterham a partir de 2012.

No mesmo ano, o "segundo time Lotus" passou a se chamar Lotus F1 Team. E assim foi até 2015, quando a Renault comprou a equipe de volta e lhe deu o nome de Renault F1 Team. A partir de 2021, como já comentei lá em cima, a escuderia atenderá por Alpine. Que zona, não?

Alpine tem em sua origem a Toleman, primeira equipe do tricampeão Ayrton Senna na Fórmula 1
Crédito: Divulgação
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Alfa Romeo

A tradicional marca italiana compete com a licença da Sauber, que começou a disputar a categoria em 1993. Em 2006, a equipe passou a atender por BMW Sauber, após a empresa alemã ter adquirido o time suíço.

A BMW abandonou o navio após uma temporada tenebrosa em 2009, e vendeu a equipe de volta para Peter Sauber. Em 2018, a Alfa Romeo firmou parceria técnica com o time que, no ano seguinte, passou a ser chamado de Alfa Romeo Racing.

Felipe Massa estreou na Fórmula 1 pela Sauber, hoje Alfa Romeo
Crédito: Divulgação
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Aston Martin

O time Aston Martin que disputará a temporada 2021 tem como base a Jordan, equipe que entrou na categoria em 1991. A escuderia fundada por Eddie Jordan foi vendida em 2005, e se tornou a Midland. Dois anos depois, a holandesa Spyker assumiu o comando.

Em 2007, o empresário Vijay Mallya adquiriu a equipe baseada em Silverstone, que passou a se chamar Force India. Em 2018, o time entrou em administração jurídica e, no mesmo ano, foi comprada por consórcio liderado por Lawrence Stroll.

Assim nasceu a Racing Point que, embora corra sob nova licença, manteve os ativos da Force India. Ano que vem, como já mencionei, atenderá por Aston Martin. Sua dupla de pilotos será formada pelo tetracampeão mundial Sebastian Vettel e por Lance Stroll, o "filho do homem".

Com o 198, Jordan conquistou dobradinha histórica no grande prêmio da Bélgica de 1998
Crédito: Reprodução
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Toda a última quarta-feira do mês a coluna Chicane traz reflexões e histórias do mundo do automobilismo, em especial a Fórmula 1, com Marcus Celestino.

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