A Volkswagen anunciou nesta terça-feira (28), durante uma live transmitida da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), que vai comercializar os modelos elétricos ID.3 e ID.4 na América Latina. A data para a chegada desses carros à região, no entanto, ainda não foi definida.
"As primeiras unidades do ID.3 e ID.4 desembarcam inicialmente no Brasil e na Argentina, e também serão apresentados para os principais mercados da região em exposições, clínicas com clientes e test-drives com jornalistas”, explicou Thomas Owsianski, presidente e CEO da Volkswagen da Argentina e vice-presidente de Vendas e Marketing da marca para a América do Sul.
Segundo a Volkswagen, o plano de mobilidade sustentável na América Latina é apoiado em três pilares complementares: carros elétricos, híbridos e flex. A estratégia teve início em 2019, com o lançamento do Golf GTE, o primeiro modelo híbrido plug-in da marca na região. O passo seguinte foi o lançamento do e-Up, versão elétrica do compacto lançada este ano no Uruguai, país com uma das melhores infraestruturas para veículos movidos a eletricidade no mundo.
“O Golf GTE nos ajudou a colher importantes informações sobre o mercado, a infraestrutura e locais para a recarga das baterias”, revelou Pablo Di Si, presidente da Volkswagen América Latina.
Focada em modelos eletrificados na Europa e nos Estados Unidos, a Volkswagen vai iniciar essa transição na América Latina, a partir do Brasil, com modelos híbridos movidos a etanol. Segundo Di Si, o país “foi escolhido pelo Grupo Volkswagen para liderar um centro de pesquisa e desenvolvimento para o etanol e outros biocombustíveis, com foco nos mercados emergentes – uma vez que o etanol emite até 80% menos CO2 (dióxido de carbono) que a gasolina”.
De acordo com o executivo, a Volkswagen investirá também no desenvolvimento de tecnologias complementares às motorizações híbridas e elétricas. “Faremos isso em parceria com o governo, a agroindústria e universidades. Acabamos de assinar um acordo com a Unicamp (Universidade de Campinas), para o apoio de projetos de pesquisas ligados ao etanol”, explicou o executivo.
Em entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo no mês passado, Di Si afirmou que os primeiros híbridos flex devem estrear em 2026.
“Os clientes da nossa região podem agora conhecer o que existe de mais moderno em eletrificação da marca Volkswagen no mundo”, afirmou Di Si. Dentro da estratégia de descarbonização da Volkswagen, que visa neutralizar as emissões de CO2 até 2050, modelos elétricos vão se juntar no futuro aos modelos híbridos e flex com etanol na região. “Teremos muitas novidades para a nossa região em termos de eletrificação rumo à mobilidade sustentável”, completou o executivo.
O ID.3 é o primeiro modelo feito na plataforma modular para veículos elétricos da Volkswagen, a MEB. Com porte de Golf, o carro elétrico mede 4,26 metros de comprimento, 1,80 m de largura, 1,55 m de altura e 2,76 m de entre-eixos. O porta-malas comporta 385 litros de bagagem.
Na Europa, o ID.3 é oferecido com três opções de baterias: 45 kWh, 58 kWh ou 77 kWh. Isso representa três níveis de autonomia: 330, 420 e 550 quilômetros, respectivamente. O que não mudam são os 204 cv de potência do motor elétrico e a tração traseira.
Na breve apresentação para a América Latina, a Volkswagen informou que o ID.3 tem autonomia entre 330 e 550 km e níveis de potência entre 145 cv e 299 cv, de acordo com a configuração.
Entre os itens, o hatch elétrico pode ser equipado com sistema multimídia com GPS, carregador de celular por indução, sistema de som Beats com oito alto-falantes e subwoofer, frenagem automática de emergência, frenagem pós-colisão, monitoramento de pedestres, assistente de mudança involuntária de faixa, frenagem automática em manobras, head-up display e comandos por voz. As rodas podem ser de 18, 19 ou 20 polegadas.
Já o ID.4 é um SUV de porte médio, que ostenta 4,58 metros de comprimento, 2,76 m de entre-eixos e acomoda 543 litros de bagagem no porta-malas.
Assim como o ID.3, o motor elétrico é instalado na traseira. O propulsor gera 204 cv de potência e 31,6 kgf.m de torque, força suficiente para atingir os 100 km/h em 8,5 segundos e velocidade máxima limitada em 160 km/h.
O SUV utiliza baterias de 82 kWh, que fornecem até 522 km de autonomia.