A Volkswagen aproveitou o evento comemorativo dos 65 anos de presença da marca no Brasil, realizado na última sexta-feira na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), para mostrar pela primeira vez a segunda geração do Tiguan com especificações para o nosso mercado.
O SUV médio chega na segunda quinzena de abril, dentro de cerca de três semanas, com importação do México e sempre na configuração com entre-eixos longo, de 2,79 m, com cinco ou sete assentos. A título de comparação, o Tiguan de primeira geração tem 2,60 m entre os eixos.
Com preços ainda mantidos em segredo, o novo Tiguan será oferecido com motor 1.4L ou 2.0L, sempre turbinado, mas a marca ainda faz segredo se eles serão a gasolina ou flex. Como o Tiguan "antigo" e o Jetta já vinham do México com a unidade de 1,4 litro com tecnologia bicombustível, é provável que ela seja flex também na nova geração do utilitário esportivo. O motor 1.4L rende 150 cv de potência e 25,5 kgf.m de torque, enquanto o 2.0 entrega 180 cv e 32,6 kgf.m. A transmissão será automatizada DSG de dupla embreagem, com seis marchas na motorização menor e sete na maior.
O exemplar exibido na fábrica paulista aparentemente é da versão Highline, de topo, com sete assentos e motor 1.4L, como a inscrição 250 na tampa do porta-malas permitiu constatar. O número indica o torque do propulsor em newtons-metro, que, convertido para a medida utilizada no Brasil, significa que o carro tem 25,5 kgf.m. Com essa motorização, o Tiguan tem apenas tração dianteira, pois não traz na tampa traseira a inscrição "4Motion", que designa os modelos da VW com tração integral - ela deverá ser de série com o propulsor de dois litros.
A reportagem do WM1 teve a oportunidade de olhar o carro por dentro e constatou que a cabine é muito parecida com a do Golf, que compartilha a plataforma modular MQB. O Tiguan exibido no evento traz painel de instrumentos analógico (o digital deve ser oferecido como item opcional) e central multimídia com tela de oito polegadas - aparentemente, traz a mesma tecnologia de controles por gestos e compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay na recém lançada linha 2018 do Passat.
Pablo Di Si, presidente da Volkswagen para o Brasil e América do Sul, anunciou que o novo Tiguan é o quarto modelo dos 20 lançamentos previstos da Volks até 2020 no país, frutos de investimento de R$ 7 bilhões - antes do utilitário, já chegaram nos últimos meses o novo Polo, o Virtus e a Amarok V6.
Desses 20 lançamentos, afirmou o presidente, 13 serão fabricados no Brasil, dois na Argentina e cinco serão importados de outros países.
Além disso, a segunda geração do Tiguan será o primeiro dos cinco SUVs inéditos que a marca está preparando para lançar no país. Questionado pela reportagem, Pablo Di Si confirmou que os próximos utilitários a chegarem ao país serão o T-Cross, com início das vendas em 2019, e o Tarek, com lançamento em 2020.
"O T-Cross será mostrado este ano no Salão do Automóvel de São Paulo e o Tarek chega em 2020. Os outros dois SUVs ainda serão confirmados", afirmou o executivo. Di Si não quis responder se esses utilitários serão o Atlas e a recém apresentada nova geração do Touareg. Mais simples e maior que o Touareg, o Atlas apareceu em um slide da Volks no ano passado como um dos lançamentos previstos para a América do Sul.
O T-Cross será produzido em São José dos Pinhais (PR) sobre a mesma plataforma MQB do Polo e do Virtus, com o mesmo entre-eixos de 2,65 m do sedã, enquanto o Tarek terá fabricação na Argentina, com porte semelhante ao do Jeep Compass, com o qual vai concorrer.
Texto: Alessandro Reis