Um dos lançamentos do Salão de Detroit (EUA) que mais rendeu perguntas e comentários dos leitores do WM1 e nas postagens do Webmotors no Facebook foi a segunda geração do Hyundai Veloster, que chega ao mercado norte-americano no segundo semestre trazendo uma evolução do desenho original do hatch com perfil de cupê, que chama a atenção com as duas portas no lado direito e apenas uma no esquerdo.
Sem importações para o Brasil desde 2014 por conta das baixas vendas (foram emplacadas pouco mais de 13 mil unidades em dois anos e meio de mercado), o modelo lançado aqui em meados de 2011 não tem previsão oficial para voltar ao país nessa nova geração. Ainda assim, ele mantém um grupo considerável de fãs e de órfãos por aqui.
Por essa razão, vamos detalhar aqui as principais diferenças em relação ao modelo apresentado em Detroit e o Veloster que foi comercializado no Brasil. Já dá para antecipar que ele melhorou em quase todos os quesitos, a começar pela performance, considerada o calcanhar de Aquiles do modelo em nosso mercado.
Quando chegou ao Brasil em 2011, o Veloster de primeira geração (acima) foi anunciado pela Caoa, a importadora oficial da marca Hyundai no país, com motor 1.6 dotado de injeção direta de combustível , capaz de render potência de 140 cv. Logo soube-se que na verdade o hatch vinha com o mesmo motor do HB20, porém sem tecnologia flex, com injeção indireta de gasolina e potência abaixo de 130 cv - no compacto, que é bicombustível, são 128 cv máximos e 16,5 kgf.m. A potência e o torque inadequados para um carro de cerca de 1.200 kg e a propaganda enganosa acabaram rendendo processos contra a Caoa e piadas sobre o modelo, que passou a ser apelidado de "Vagaroster".
Na segunda geração, o hatch-cupê resolve esse problema. Na configuração menos potente, a mesma que foi comercializada aqui, sai de cena o motor 1.6 aspirado para dar lugar a uma unidade 2.0, também aspirada, que entrega 150 cv e 18,2 kgf.m, conjunto que casa bem melhor com o visual esportivo do Veloster. Nos EUA, essa motorização será vendida com transmissão automática de seis marchas, como no modelo "antigo", ou manual de seis velocidades.
O Veloster também manteve a versão Turbo, que chegou a ser cogitada para o Brasil e até apareceu no Salão do Automóvel de São Paulo em 2014, mas nunca veio para cá. Essa opção segue com o motor 1.6 turbinado e dotado de injeção direta, que continua rendendo 204 cv e 26,9 kgf.m, com caixa manual de seis marchas ou automatizada de dupla embreagem e sete velocidades.
Por fim, o Veloster ganhou, na opção mais cara, inédita preparação da N (acima), a divisão de alta performance da marca sul-coreana, trazendo propulsor 2.0 turbo de 279 cv e 35,9 kgf.m, gerenciado pela transmissão manual de seis marchas e suspensão ajustável. Independentemente da versão, a tração sempre é dianteira, como anteriormente.
Quem curte o visual do primeiro Veloster (acima) vai gostar do novo, que mantém as proporções gerais e a silhueta com grande caimento do teto na traseira, mais o já citado esquema de portas assimétricas, com duas no lado direito e uma no lado do condutor. Além disso, o novo modelo traz capô um pouco mais longo, reforçando a impressão de esportividade, enquanto na traseira a tampa do porta-malas perdeu os vincos arredondados que simulavam um prolongamento das lanternas - que, por sinal, trazem um desenho mais horizontal e harmonioso e agora avançam sobre a tampa do compartimento de bagagens.
A dianteira, por sua vez,f icou mais sóbria, perdendo os recortes exagerados dos faróis e trazendo grade hexagonal maior e mais rebuscada. Isso, associado ao capô mais longo e abaulado, deixou o Veloster com uma aparência mais esportiva. Abaixo, a traseira da nova geração, versão Turbo.
Quanto às dimensões, elas não cresceram muito. O carro ganhou 2 cm no comprimento, chegando a 4,24 cm, e 1 cm na largura, totalizando 1,80 m. A Hyundai informa que o modelo teve incremento de 1,5 cm de espaço para a cabeça. Ao mesmo tempo, a abertura do porta-malas segue estreita, restringindo o transporte de objetos um pouco maiores, um preço a ser pago pelo teto mais baixo e o perfil de cupê. A capacidade de carga do novo Veloster ainda não foi informada, porém não deve ficar muito distante dos atuais 320 litros.
O escapamento traseiro centralizado, outro detalhe valorizado no modelo, permanece nessa nova geração nas versões de entrada e Turbo, enquanto a N traz uma ponteira em cada extremidade do para-choque traseiro.
Agora construído sobre a mesma plataforma da nova geração do i30, que não veio até hoje para cá, o Veloster teve ao menos dois incrementos importantes no que se refere ao prazer de dirigir. Um deles é a troca do eixo de torção na traseira por um conjunto independente Multilink, o que beneficia a estabilidade e ajuda a deixar o carro "mais no chão em curvas"rápidas e mais fechadas. Trata-se de uma melhora considerável, que fica ainda mais interessante por conta das motorizações mais potentes.
Outra evolução no quesito dirigibilidade é a direção elétrica, que ficou mais rápida e responsiva de acordo com a Hyundai. Além disso, o modelo passa a contar com vetorização eletrônica de torque no eixo dianteiro para ajudar a contornar curvas mais facilmente e manter a estabilidade. Para completar, pela primeira vez o Veloster permite ser ajustado em diferentes modos de condução por meio de um seletor na cabine, que altera parâmetros de câmbio, direção e acelerador para uma pegada mais econômica ou mais esportiva.
Um detalhe que não está diretamente relacionado à dirigibilidade em si, mas é decisivo para quem gosta de acelerar, é o ronco do motor. O novo Veloster tem um sistema eletrônico que usa os alto-falantes do sistema de som para incrementar o barulho a cada acelerada mais forte, o que deve desagradar alguns puristas, mas agradar outros clientes.
A nova geração do hatch (acima) está bem mais avançada que a anterior, enquanto a cabine mantém o visual mais sóbrio dos modelos recentes da marca, com painel de instrumentos analógico e formas mais elegantes e menos curvilíneas no painel e no restante do interior do carro.
Quanto aos equipamentos, o Veloster tem uma infinidade de itens antes indisponíveis para o modelo, como carregamento sem fio de celulares, sistema de som premium da Infinity, head-up display colorido, central multimídia atualizada com tela sensível ao toque de até oito polegadas (agora compatível com Android Auto e Apple CarPlay), bancos aquecidos e outros itens, cuja disponibilidade varia de acordo com a versão ou a escolha de pacotes opcionais. Abaixo, a cabine do Veloster "antigo".
Quanto aos assistentes de condução para reforçar a segurança a bordo, o novo Veloster pode ser equipado com frenagem automática pré-colisão, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, assistente de permanência na faixa de rodagem, sensor de ponto cego, alerta de sonolência e farol alto automático.