Uma notícia caiu em discussão de forma bacana aqui na redação há alguns dias. Nossos parceiros do portal Autología revelaram que a Chery deverá ter uma fábrica de EVs na Argentina - ainda não oficializada. A informação surgiu após a diretora da Câmara Argentina-Chinesa de Produção, Indústria e Comércio, Alejandra Conconi, revelar o plano ao jornal argentino El Litoral.
A confirmação do investimento para a construção da nova sede deve ser feita na visita do presidente argentino, Alberto Fernández, à China. Atualmente, a Caoa Chery tem apenas as estruturas de Jacareí (SP) e Anápolis (GO) no Mercosul. E o que isso influencia em nosso mercado? Foi isso que o WM1 foi descobrir.
Fomos atrás de fontes ligadas à marca e de uma resposta da própria fabricante a respeito de nossa pergunta: o que a possível sede argentina de carros elétricos pode trazer de benefícios ao mercado brasileiro, já que atualmente a Caoa Chery tem o Arrizo 5 como único EV importado para nosso país, vindo da China?
Vamos primeiro à resposta oficial da empresa, abaixo, na íntegra:
"A CAOA CHERY vê como positiva a possibilidade de uma fábrica de elétricos da Chery na Argentina para futuras trocas comerciais. Por enquanto, o foco da marca no Brasil é investir na fabricação de produtos híbridos. A CAOA CHERY acredita que a combinação de biocombustíveis com eletrificação permitirá redução rápida e eficaz das emissões de CO2 no curto prazo."
Agora, temos informações que vêm de pessoas ligadas a empresa que preferiram não se pronunciar. De acordo com essas fontes, a marca trabalha atrás do título de "carro elétrico mais barato do Brasil" - que hoje pertence a outra marca chinesa, a JAC, com seu compacto E-JS1 (de R$ 164.900). E isso poderia acontecer graças aos acordos comerciais entre Brasil e Argentina.
Além da taxa de importação menor (só por vir da Argentina, os carros desta nova fábrica deixariam de pagar 35% de taxa), a facilidade logística por vir de um país mais próximo também poderia facilitar vários processos e demandas - como acordo com fornecedores locais, inclusive.
"Para isso ainda é preciso vários acordos, até porque a Argentina também pode querer importar os produtos que fazemos aqui no Brasil em vezes de trazer e pagar mais caro da China", revela uma das fontes. Faz sentido.
Conforme revelado na Argentina, a fábrica da Chery no país vizinho, que ficará na província de Santa Fé, a cerca de 500 quilômetros da capital Buenos Aires, deverá ter capacidade construtiva de cerca de 50 mil automóveis por ano. "É um volume alto para o mercado local, por isso a exportação para o Brasil é muito provável", revela a fonte.
Um dos modelos que deve ser feito por lá é um subcompacto 100% elétrico para quatro pessoas, nos moldes do JAC E-JS1. São duas possibilidades, de acordo com a mídia argentina: uma nova geração do QQ e um outro carrinho chamado EQ1. Nossa aposta é de que o EQ1 seja o escolhido em um primeiro momento, já que é um modelo já prometido para o nosso mercado para 2022 mesmo.
O EQ1 é um carrinho simpático no visual - como todos os subcompactos que a Chery já produziu - que deve estrear por aqui em breve, por enquanto importado da China. Chamado de "formiguinha" no país asiático, ele tem 1.005 kg, 3,20 m de comprimento (são quase 50 cm a menos que um Renault Kwid, para se ter ideia), 1,67 m de largura, 1,59 m de altura e apenas 2,15 m de entre-eixos.
Entre os destaques técnicos, o EQ1 traz a carroceria feita em alumínio e o conjunto mecânico formado por um motor elétrico de 55 kW/h (de cerca de 75 cv e 15 kgf.m de torque), que permite que o modelo tenha desempenho ligeiro na cidade, velocidade máxima de 120 km/h e excelentes 400 quilômetros de autonomia. Segundo a Chery chinesa, a bateria pode ser recarregada de 0 a 80% em meia hora.
Além de tudo isso, o carrinho é bem equipado: vem com volante multifunções; tela tátil colorida na posição vertical de 10 polegadas; conectividade com celulares via Apple CarPlay e Android Auto e carregador sem fio; chave presencial; ar-condicionado com função automática e comandos de voz.
E o preço? Segundo fontes, o valor estimado é de R$ 120 mil a R$ 140 mil. Essa faixa de preço faria dele o EV mais barato do Brasil, mas vale lembrar que em 2022 a Renault também pretende lançar por aqui o Kwid EV, outro que almeja entrar nessa disputa pelo título de carro elétrico mais barato do país.
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