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Chinesas e Caoa de olho no inventário da Ford

Quatro montadoras asiáticas estão interessadas nas fábricas da Bahia e do Ceará. Grupo brasileiro pode ser acionista

por Fernando Miragaya

As fábricas da Ford no Brasil nem bem esfriaram e já tem montadora chinesa de olho nelas. Pelo menos quatro grandes marcas do país asiático se movimentam para produzir carros em Camaçari (BA) e Horizonte (CE), um dia depois de o fabricante norte-americano anunciar o fechamento das linhas de montagem. Nesta ofensiva, o Grupo Caoa surge como possível acionista das empreitadas.
Segundo fontes de mercado, Great Wall, Changan, GAC Motor e Geely estão interessados em ficar com o espólio da Ford, ou seja: produzir nas duas unidades nordestinas. A Caoa negocia com as empresas no intuito de formar uma sociedade nos moldes que estabeleceu com a Chery - em 2017, a empresa brasileira comprou 50% as operações da chinesa por aqui.
Além de entrar como acionista, o grupo - que produz Chery e Hyundai e representa a Subaru por aqui - já estaria em negociações com o Governo da Bahia. As marcas chinesas, por sua vez, também atacam em outras frentes e podem entrar diretamente no negócio, sem intermediários - até porque a Caoa tem a Chery, rival destas empresas.
Ainda de acordo com fontes, a Great Wall estaria "na liderança" nesta corrida. Um dos principais fabricantes de automóveis da China, a gigante asiática "namora" há bastante tempo o Brasil e teria mais agilidade e recursos para iniciar uma produção em solo brasileiro até 2022.

SUVs e picapes


A ideia é fabricar SUVs da família Haval, como a nova geração do H6, lançada em agosto. Com 4,61 m de comprimento, 1,86 m de largura, 1,72 m de altura e 2,69 m de entre-eixos, é um pouco maior que o Jeep Compass e atuaria no segmento de utilitários esportivos médios. Lá fora, o H6 usa motores 1.5 e 2.0, com 120 e 140 cv de potência e caixa automatizada de dupla embreagem e sete marchas.

Outro modelo que pode ser produzido por aqui é o Haval H2. Este brigaria na base do mercado, com Nissan Kicks, Volkswagen Nivus, Renault Duster e cia. São 4,36 m de comprimento e 2,56 m de entre-eixos, porte parecido com o do... futuro falecido Ford EcoSport.

A Great Wall também atacaria no segmento de picapes médias com sua divisão GWM, mercado, a propósito, que a marca domina na China. A linha Pao, ou Série P, inclusive, já tem registro no INPI. O modelo concorreria com Toyota Hilux, Chevrolet S10 e a Ford Ranger.

No páreo


A Changan, que já esteve entre nós inicialmente como Chana (lembra?), é outra com forte desejo de voltar. E também se vale de extenso portfólio de SUVs. Globalmente, são oito utilitários e crossovers diferentes. O mais provável para cá seria o CS15, outro para competir no segmento de entrada, e o CS35, que apontaria na categoria de Hyundai Creta, Honda HR-V e VW T-Cross.
Outra que já esteve por aqui foi a Geely, mas de forma (muito) rápida. O Grupo Gandini, que importa Kia para o Brasil, lançou o sedã EC7 e o subcompacto GC2 (aquele que parece um ursinho panda) em 2014, mas os carros não vingaram nem um ano por aqui. Também tem uma linha bastante variada de modelos, inclusive SUVs.

A GAC Motor já bateu ponto em diferentes Salões de Detroit e também pode atacar com utilitários esportivos. A linha GS tem SUVs de porte compacto até médios com oito lugares, como o GS8, por exemplo, que seria um concorrente do Chery Tiggo 8.
Bom lembrar que recentemente o Grupo Caoa anunciou investimento de R$ 1,5 bilhão em sua fábrica de Anápolis, onde produz os SUVs da linha Chery, além dos Hyundai ix35, Tucson e HR. O aporte servirá para a renovação de modelos da marca chinesa, novos carros da sul-coreana e para um modelo da divisão de luxo da Chery, a Exeed.

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