A nova geração da Ranger já está confirmada para o Brasil e essa notícia você já viu aqui no WM1, em janeiro.
A renovada picape chega no segundo semestre, importada de onde sempre veio: Buenos Aires, na Argentina.
É aí que está o ponto. A Ford nos levou para conhecer a "nova fábrica" de General Pacheco, totalmente reestruturada para receber a linha de montagem da nova geração.
Antiga - começou a operar em 1961, portanto há 62 anos -, a planta foi modernizada e agora usa processos de fabricação "conectados" (chamados de 4.0), que prometem novo padrão de qualidade.
A Ford quer, de fato, "surpreender" os consumidores.
"A Nova Ranger é resultado de um investimento de US$ 660 milhões (cerca de R$ 3 bilhões), aplicados em grande parte na transformação da planta de Pacheco, para se equiparar às fábricas da Ford mais modernas do mundo não só em termos de qualidade e eficiência, mas também de ergonomia para os operadores".
As palavras são de Martin Galdeano, presidente da Ford Argentina.
Graças à incorporação de tecnologias de manufatura 4.0, Pacheco é agora uma planta "digital", com informações disponíveis em tempo real. É a única onde a Ford produz veículos na América do Sul.
"A Nova Ranger será a melhor de todos os tempos, com atributos de performance e tecnologia que vão redefinir o segmento de picapes", garante Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul.
Por ora, sabemos somente que a nova geração será vendida em três versões: XL, XLT e Limited. A motorização segue sob sigilo. Mas podemos dizer que haverá versões com motor V6, para seguir a tendência do segmento.
Configurações eletrificadas, por enquanto, estão "fora dos planos", segundo Golfarb. "Embora a gente nunca possa dizer 'nunca'", entrega o executivo.
Vale lembrar que, em mercados internacionais, a nova Ford Ranger pode ser equipada com motores 2.0 turbodiesel de 150 cv ou 170 cv, com câmbio manual de cinco ou seis marchas, respectivamente; 2.0 biturbo diesel de 210 cv com câmbio automático de 10 marchas; ou com um V6 3.0 turbodiesel de 250 cv, também com câmbio de 10 velocidades.
Também já existe uma versão esportiva Raptor, que tem sob o capô um V6 3.0 biturbo a gasolina de 397 cv, atrelado a um câmbio automático de 10 marchas e com suspensão ultra preparada.
A picape de geração atual chega nas versões XL (a partir de R$ 230.490), XLS (a partir de R$ 228.590), Black (a partir de R$ 238.490), Storm (a partir de R$ 275.590), XLT (a partir de R$ 308.190), FX4 (a partir de R$ 308.190) e Limited (a partir de R$ 329.990).
É aí que entra o jornalismo do time do WM1. Como parte da transformação da planta, a capacidade anual foi ampliada em cerca de 70%, para 110 mil veículos/ano.
Por maior que seja a capacidade de crescimento, 110 mil Ranger para o mercado da região (América Latina) é muita coisa - lembrando que, no Brasil, a picape perde em vendas para Hilux e S10.
Em 2022, por exemplo, foram 20,5 mil unidades emplacadas, volume bem distante das 48,6 mil unidades da rival da Toyota.
Acreditamos que outro modelo (ou outros) deve passar a ser feito no local, portanto. A maior aposta, de acordo com orientações vindas de fontes ligadas à empresa, é em um SUV baseado na picape.
Algo como a GM já faz há muitos anos com S10 e Trailblazer, e a Toyota faz com Hilux e SW4 - e que a própria Ford já fez com Ranger e Everest.
Lembre-se: com a reformulação global da empresa, a Ford passou a focar sua produção em SUVs e picapes. Por que não imaginar que Bronco e Maverick possam ser feitos por lá? Hoje em dia, o SUV vem dos EUA e a picape, do México.
Mas não espere pela confirmação da Ford. Questionados, os executivos da marca silenciam sobre a produção de novos modelos, dizem que os turnos estão prontos para produzir a nova Ranger e que, como dissemos, por enquanto "não há planos" para outros carros.
Será?