A notícia que tomou conta dos noticiários esta semana é sobre o Nissan Sentra. Sites especializados garantem que o sedã saiu de linha no Brasil há alguns dias, já que os lotes finais da atual geração do carro estão no fim nas lojas e a empresa não decidiu ou se manifestou, até agora, sobre a possibilidade de trazer a nova geração, que já existe lá fora - e que também é feita no México.
Fomos atrás da Nissan para tirar a dúvida porque, pelo que sabíamos até então, a nova geração estava nos planos da fabricante para o segundo semestre deste ano - com previsão de lançamento exatamente um ano depois da chegada do novo Versa, que aconteceu no final de 2020.
A Nissan foi enfática ao nos responder. O posicionamento oficial do fabricante foi o seguinte:
"A renovação do portfólio de sedãs faz parte da estratégia da Nissan no Brasil e está seguindo o ciclo natural de vida de cada produto. No caso do Sentra, o modelo segue nos planos da empresa, que ainda avalia fatores de adequação ao mercado e, por isso, não tem prazo para seu lançamento. Mas, a Nissan conta no país com o Novo Versa, que tem tamanho, conforto e tecnologia que o tornam muito competitivo mesmo contra modelos do segmento de sedãs médios."
Isso quer dizer o seguinte: a marca não descartou completamente o plano de trazer o novo Sentra, mas deixou claro que a oscilação cambial e a queda forte do segmento de sedãs médios são, por ora, impeditivos para a chegada da nova geração. Mas isso não quer dizer que já está na hora de dizer adeus ao carro, mesmo que ele tenha emplacado apenas cinco unidades de janeiro até agora.
Em contato com uma fonte ligada à marca, que preferiu não se identificar, a resposta foi diferente. "O Sentra vem importado do México, diferente de outros modelos que a marca faz aqui no Brasil. Então essa preocupação de lançar ou não a nova geração para a gente não é tão grande, já que pra nós não existem os custos de fabricação nacional, como os principais rivais".
"Principais rivais", nesse caso, são Toyota Corolla e Honda Civic, que são feitos por aqui - o Civic, aliás, é outro que deve passar a ser importado a partir de sua próxima geração, já que a busca pelo modelo caiu muito depois que SUVs compactos (em seu caso, o Honda HR-V) passaram a dominar o gosto familiar em nosso país e por todo o mundo.
"Foi por isso que nós preferimos priorizar a renovação do Kicks, hoje o carro-chefe da Nissan no Brasil", complementou nossa fonte. Vale lembrar que em 2022 a empresa japonesa também pretende oferecer um SUV menor que o Kicks para brigar em uma nova faixa de mercado que começou a nascer - e que hoje já tem Volkswagen Nivus, Caoa Chery Tiggo 2 e Honda WR-V, além de hatches aventureiros de suspensão elevada.
Mantida a previsão de chegada para o segundo semestre, o novo Sentra, seria mais um sedã médio com muito mais espaço, luxo e tecnologia no mercado brasileiro para competir contra os atuais e sofisticados Toyota Corolla Hybrid e Honda Civic Touring (turbo), assim como faz o Chevrolet Cruze, que vem importado da Argentina em lotes pequenos.
Além do visual totalmente renovado - e bastante agressivo, como podemos ver - o Sentra também recebeu assistências de condução, como controle de cruzeiro adaptativo e frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres.
A motorização 2.0 flex aspirada de 147 cv, no entanto, é algo que ainda pode ser mantida - não será dessa vez que um carro da Nissan passará a usar o moderno motor 1.3 turbo criado pela aliança e já utilizado por modelos da Renault e da Mercedes-Benz.