Aceleramos o Lexus RX 350 que serviu a Paul McCartney

Músico certamente teve viagem confortável no SUV, porém, sem nenhuma grande emoção


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Sir Paul McCartney teve no Lexus RX350 o seu meio de transporte em São Paulo, durante sua última turnê realizada pelo Brasil, em novembro. Mais afeito a cores neutras e de tom azulado, a lenda viva da música, porém, teve de se satisfazer com a pintura vinho marcante da unidade que foi testada pelo WebMotors.

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O SUV tabelado em R$ 288.360, certamente, esbanjou conforto ao ex-Beatle. Couro de ótima procedência permeiam os bancos do modelo, bem como peças de alumínio e plástico bem acabados que cercam a cabine. Os 2,74 metros de entre-eixos da carroceria de 4,77 m ofereceram espaço para as pernas do astro. Entretanto, uma constatação frustante pode ter rondado à mente dele: “este carro não é muito diferente de um Toyota.”

Isso porque o modelo da submarca de luxo da montadora japonesa não surpreende. Não há identidade no RX. Isto é, falta aquela sensação única que deveria estar presente em qualquer marca premium. E Paul teria propriedade para dizer. Sua garagem já foi abrigo, por exemplo, de um Aston Martin DB5, um modelo único.

O músico não guiou o RX, mas se o fizesse, teria a mesma sensação de estar no banco de trás. Ou seja, muito conforto. O utilitário possui suspensão na medida, portanto, não é molenga nas curvas ou ao deparar-se com defeitos do asfalto.

Também não empolga. Apesar de números expressivos, o veículo tem desempenho linear e não passa segurança para efetuar ultrapassagens, ainda que sua ficha técnica mostre que os 100 km/h podem ser alcançados em 8,1 segundos. Também pudera, a caixa de câmbio é CVT (continuamente variável) e simula seis velocidades.

De fato, os 35,3 kgf.m a 4.700 rpm de torque máximo estão presentes apenas para que o carro não fique na mão em subidas ou retomadas. Apesar de V6 de 3,5 litros e 24 válvulas, o motorzão de 277 cv a 6.200 tem temperamento tranquilo.

Paul também poderia ter dificuldades para colocar o som para tocar singles novos como “Everybody Out There”. Isso porque a central multimídia é antiquada e segue layouts tradicionais dos veículos japoneses. O acionamento é feito por meio de um joystick pouco intuitivo. Um sonzinho desagradável também é emitido a cada operação. O novo sistema de operação que a Lexus implementou no crossover NX é bem mais fácil de operar e a central tem design mais moderno.

Falando em modernidade, o desenho do conjunto ótico dianteiro do RX 350 inspira novidade. Lembra olhos franzidos, possui contorno em LED e faz jogo com as linhas da grade, que transmite a identidade visual da Lexus.

Já o formato da carroceria e os itens dispostos na parte traseira são mais conservadores. Nada de ousadia. O mesmo conceito estético vale para a cabine. Quer algo mais antiquado que um relógio digital no console?

Se falta informação aos olhos, sobram itens de série. Há direção elétrica, volante multifuncional forrado em couro, ar-condicionado digital, central multimídia com DVD, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, tração 4x4, controle de tração, faróis de neblina, airbags frontais e laterais, controle de cruzeiro, entre outros itens.

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Apesar de extensa, a lista peca por não oferecer alguns mimos tecnológicos, além de sistemas de segurança. Ora, estamos falando de um carro que beira os R$ 300.000. Monitor de ponto cego e sensor de distância para o veículo da frente são exemplos de itens que fariam com que a tabela do carro condissesse com o que ele entrega em nível de equipamentos.

Uma boa notícia, entretanto, é que o RX 350 promete uma revolução em sua nova geração, já vendida em alguns países. Grade frontal imponente, conjunto ótico de xenon com design em formato de lâminas, linhas agressivas na lateral e lanternas em LED e bem desenhadas mostram um SUV com aptidão para a modernidade e condizente com os primeiros acordes estridentes de Revolution. Porém, a própria canção avisa: “irmão, você tem que esperar”, porque tal revolução não tem data para chegar ao Brasil. 

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