Prevista para chegar por aqui em 2024, a 6ª geração do Honda CR-V aos poucos é apresentada em outros mercados. Com sete versões, sendo seis delas movidas pelo motor 1.5 turbo e uma última, a topo, pelo mesmo conjunto híbrido e:HEV do Accord, o modelo assume outro patamar em estilo, equipamentos e tecnologias.
De acordo com os nossos colegas australianos do Carsales, o modelo é o retorno à "melhor forma" para a fabricante japonesa, uma vez que seu conjunto acerta em cheio no público familiar. A quantidade de versões com opções de sete lugares, além da lista de itens de segurança, jogam a favor do SUV médio, que tem preços partindo de 44,5 mil dólares (R$ 225 mil, em conversão direta).
O valor diz respeito a versão VTi X de cinco lugares. A partir dessa opção, o preço chega perto dos 57 mil dólares - cerca de R$ 288 mil - na versão topo de cinco lugares movida a gasolina, e que oferece tração nas quatro rodas. O motor usado nessa e nas demais abaixo é o 1.5 litro.
Já a versão topo do SUV, que é equipada com o conjunto híbrido e:HEV RS de cinco lugares, é comercializada por 59.900 dólares, o que representa pouco mais de R$ 303 mil, em conversão direta. Por lá, é pouco mais do que é cobrado, por exemplo, pelo Nissan X-Trail e-Power, que custa cerca de 3 mil dólares a menos (R$ 15 mil).
Para justificar o preço maior, o Honda tem de série na versão híbrida apimentada um visual exclusivo, com grade em preto brilhante, rodas de 19 polegadas com acabamento escurecido, escape duplo cromado na traseira, iluminação full-LED e moldura das caixas de roda na cor do carro.
Em itens de comodidade, o modelo tem chave presencial, botão de partida, espelhos rebatíveis, som Boose com 12 alto-falantes, ar digital de duas zonas, teto solar panorâmico e banco elétrico aquecido com ajuste de oito posições. O interior da versão tem couro com costuras em vermelho nos bancos, painel, volante, console e painéis de porta.
O apelo ao público familiar fala alto quando o assunto é segurança. Nesse quesito, a Honda entregou bastante ao equipar o CR-V com o conjunto mais moderno de segurança ativa do pacote "Honda Sensing".
A tecnologia inclui os novos radares de maior campo (foi de 50° para 90° de raio), que proporcionam melhorias em vários sistemas. Caso dos controles de cruzeiro adaptativo (ACC), de manutenção de faixa, de reconhecimento de sinais e placas, do farol alto automático e da frenagem automática de emergência.
A lista também inclui imponentes 11 airbags, sendo dois frontais, dois de joelhos para motorista e passageiro, um entre os bancos dianteiros, dois laterais dianteiros e mais dois traseiros, e ainda dois de cortina - que começam na fileira dianteira e se estendem até os últimos ocupantes.
Em tecnologia, o SUV médio também é bem recheado. A central multimídia de nove polegadas tem GPS integrado e com atualizações over-the-air (OTA), além do já tradicional espelhamento sem fio via Android Auto e Apple Car Play.
Todo o sistema pode ser controlado por comandos de voz acionados ou pelo volante, onde também estão os controles do painel de instrumentos digital. A câmera de ré do modelo tem guias dinâmicas, mas deixa a desejar por não ter visão 360° como acontece com concorrentes. O mesmo vale para a ausência do head-up display.
As versões com o motor 1.5 VTEC turbo de quatro cilindros em linha rende 190 cv de potência a 6.000 rpm e 24,7 kgf.m de torque, numa faixa entre 1.700 e 5.000 rpm.
Já a versão e:HEV usa um conjunto formado pelo motor 2.0 i-VTEC de quatro cilindros, ao lado de outros dois motores elétricos. Juntos, rendem até 207 cv de potência e 34,1 kgf.m de torque - é o mesmo conjunto do Accord Hybrid já avaliado por nós, aqui no Brasil.
A transmissão para os dois conjuntos é a mesma: automática do tipo CVT.
Nossos parceiros do Carsales tiveram a oportunidade de conhecer de perto a nova linha do CR-V e rodaram com a versão híbrida do SUV. Foram poucos quilômetros a bordo do modelo, mas nesse período foi possível perceber a facilidade para se guiar o grandalhão de quase 1.800 quilos.
Apesar do peso elevado, o modelo apresenta rodar fluido e desenvolvimento satisfatório do conjunto motriz. A entrega de potência é suave e imediata, o que facilita uma condução ágil. A dinâmica do SUV também é bem agradável, transmitindo confiança e previsibilidade ao motorista.
O sistema de modos de condução com três opções (Eco, Normal e Sport) fornece um pouco mais de diversão caso você queira, mas na maior parte do percurso o conforto ao rodar afastou a necessidade do vigor adicional.
A transmissão é suave e direta, sem falhas e silenciosa. As suspensões do tipo McPherson na dianteira e multilink na traseira reforçam o rodar suave, independentemente do piso. De forma geral, o desempenho, a dinâmica e os demais aspectos do CR-V permitem que o SUV seja uma boa opção não só para o público familiar.
Por dentro, o Honda CR-V 2023 híbrido representa um avanço para a marca japonesa. O design é agradável, funcional e intuitivo, enquanto a ergonomia é confortável.
Em tecnologia, contudo, o interior do SUV pode não agradar aos motoristas que buscam por gadgets mais modernos. O CR-V apenas "acompanha" o mercado atual, sem inovar.
A cabine do SUV é espaçosa e garante bom espaço para até três adultos na segunda fileira, com conforto. Há boa quantidade de porta-objetos, e duas portas USB na segunda fileira. O porta-malas do SUV tem 531 litros de capacidade.
A resposta mais simples à pergunta de quase 60 mil dólares, cerca de R$ 303 mil, é que depende. Na prática, tudo precisa ser colocado na balança e aqui entram a necessidade pelo tamanho médio e as preferências estéticas.
O segmento é cheio de alternativas, mas a Honda fez o possível para impressionar os motoristas, especialmente em design. O visual é imponente e o interior é descomplicado.
Combinado ao conjunto híbrido e à transmissão CVT, esses são ingredientes para que o CR-V híbrido e toda a gama reposicione a Honda no radar do segmento.