Rodar com um SUV de luxo é algo para poucos, especialmente quando falamos de um médio e híbrido do tipo plug-in, como o Audi Q5 PHEV, que vem com a sigla "TFSIe" - o "e" indica a eletrificação.
O modelo custa atualmente R$ 517.990. É caro, sabemos. Mas realmente entrega o que promete. Além do ótimo nível de luxo e do bom espaço de SUV médio, ainda pode ser extremamente poderoso e ao mesmo tempo econômico.
Duvida? Então siga com a gente nessa avaliação para entender como o carro consegue fazer isso. Você também pode clicar aqui e conferir minha avaliação com a versão S-Line Black, com motor térmico.
Rival de BMW X3, Mercedes-Benz GLC, Volvo XC60, Porsche Macan e outros SUVs e modelos de luxo da faixa de R$ 400 mil a R$ 600 mil, o Q5 está em sua segunda geração - que foi reestilizada no Brasil em 2021, quando a Audi também decidiu trazer a carroceria "acupezada", chamada de Sportback.
Hoje importado do México, tem quatro versões de acabamento e duas de carroceria, sendo que a variante com caimento de cupê só chega nas versões mais caras, chamadas de Performance.
Vice-líder do segmento de SUVs médios de luxo - atrás somente do Volvo XC60, o mais vendido de 2023, com 4.335 unidades -, o Q5 também foi o carro mais emplacado da Audi no ano passado, com 2.175 unidades. O Porsche Macan completou esse pódio, com 1.308 registros na temporada.
Sucesso absoluto na visão da empresa, que já mirava nesse objetivo em 2022.
O carro, a meu ver, encanta por três grandes motivos: pelo bom espaço interno; pelo desempenho excepcional combinado a um consumo surpreendente; e pelos ótimos níveis de luxo e de segurança. Vamos falar sobre esses aspectos, um a um.
O SUV é realmente espaçoso. São 4,66 m de comprimento, 1,89 m de largura, 1,66 m de altura e 2,82 m de entre-eixos, com porta-malas de 550 litros para o Q5 SUV e 510 litros para o Sportback.
Quem vai atrás parece sentar em uma sala de estar. E o caimento mais acentuado do teto não afeta em nada o espaço para a cabeça, já que os bancos têm inclinação mais "deitada", justamente para o conforto dos ocupantes.
É por isso que o sacrificado nessa história é o porta-malas, que tem 40 litros a menos na configuração Sportback.
Em suas versões convencionais, o Audi Q5 vem com o motor 2.0 turbo da família TFSI, de 249 cv e 37,7 kgf.m de torque. Já o híbrido plug-in combina dois motores: um 2.0 TSFI reajustado, de 252 cv e 37 kgf.m de torque, e um elétrico síncrono de imãs, que rende 143 cv e 35 kgf.m de torque.
Em conjunto, os dois rendem 367 cv e 50,9 kgf.m, sempre acoplados ao câmbio automatizado S-Tronic de sete marchas e dupla embreagem, e ao sistema de tração integral.
Com esse conjunto, o carro acelera de zero a 100 km/h em 5,3 segundos e chega à velocidade máxima de 210 km/h no modo mais agressivo. Exatamente: cinco segundos para um SUV híbrido com proposta familiar!
Na função puramente elétrica, a velocidade máxima é de 135 km/h e a autonomia máxima varia de 56 a 62 quilômetros, no ciclo WLTP - pouco mais de 30 quilômetros de acordo com o padrão do Inmetro.
Isso significa que você pode ir ao trabalho e voltar para casa, se a distância entre um e outro for menor que 20 quilômetros, sem quase gastar gasolina.
Por ser plug-in, você também pode "espetar" o carro em um dos dois (ou nos dois) pontos de parada - para facilitar a recarga, a Audi ainda oferece um sistema compacto de carregamento de garagem.
Calma: o modelo também pode ser recarregado em tomadas residenciais, desde que sejam adequadas ao padrão usado pela Audi - o TIPO 2 (IEC 62196).
Agora vamos às impressões: a sensação de luxo ao entrar na cabine do Q5 é ainda mais sentida nas versões mais caras. Repare que o formato do painel foi pensado na maior comodidade do motorista, que tem tudo à mão.
Dá para ajustar a altura do banco por comandos elétricos e o volante em altura e profundidade, o que é ótimo para quem gosta de dirigir em uma posição mais altinha. Assim como no Q3, as versões mais caras do Q5 procuram oferecer muito conforto e tecnologia.
Desde a versão de entrada, o carro vem de série com ar-condicionado de três zonas, carregador de celular por indução, retrovisor anti-ofuscante, sistema de áudio com oito alto-falantes de 80W, a central multimídia MMI Touch, piloto automático, painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas, bancos dianteiros com ajustes elétrico, chave presencial, start-stop, volante multifuncional, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros - atrás com câmera de ré - e faróis e lanternas em LED.
Com o aumento de preço e a evolução das versões, o Q5 passou a oferecer o kit visual de incrementos da linha S Line, sistema de navegação (GPS), som com 10 alto-falantes e 180W, controle de cruzeiro adaptativo (ACC) e sistema de aviso para saídas de faixa, bancos dianteiros esportivos e traseiros rebatíveis, rodas exclusivas, faróis full-LED com função matricial e teto solar panorâmico.
Nas configurações mais caras, como essa testada, tem equipamentos de auxílio à condução como o sistema que corrige o volante em escapadas de faixa (chamado de Audi Side Assist com "Exit Warning") e o de alerta de colisão traseira com assistente de tráfego reverso, além de revestimento do teto preto e memorizador de posição para o banco do motorista e do volante, que tem base plana.
Mas é claro que há opcionais: rodas de 20 polegadas, lanternas de OLED, sistema de som premium da Bang&Olufsen e o head-up display são alguns deles.
O carro é bem esperto por culpa do turbo. É realmente gostoso de tocar: sabe fazer curva, freia muito e principalmente arranca como se não fosse um utilitário de mais de duas toneladas, e sim um hatch na flor da idade com vontade de engolir o asfalto.
A combinação dos motores poderosos com o câmbio bem acertado é um tesão.
E o consumo? Acredite: com o modo AutoHybrid (função automática que privilegia o motor elétrico), chegamos a fazer medições que encostaram nos 35 km/l. Média. Na cidade.
Notou que escrevi "média"? Isso significa que, em alguns trechos, o número foi até maior, batendo até em um pico de 72 km/l durante mais de dois minutos. Imagine...
Com a bateria descarregada, portanto somente com o motor 2.0 turbo, nosso número caiu para 8,6 km/l em regiões urbanas e para 11,4 km/l na estrada. Números até que razoáveis para o peso do SUV.
Resumo da ópera: o Q5 conquistou o que queria por mérito próprio. É o Audi mais vendido do Brasil, é gostoso de dirigir, confortável, esportivo, econômico e tecnológico.
É caro? Sim. Mas não se for comparado aos valores dos principais concorrentes, como Volvo XC60 (R$ 449.950), BMW X3 (R$ 433.950), Porsche Macan (R$ 475 mil) e Mercedes-Benz GLC (R$ 459.900), por exemplo.
Portanto, se um SUV médio premium estiver nos seus planos, vale dar uma olhada nesse camarada.