Quanto vale uma porta para você? R$ 200? R$ 2 mil? Ou, por que não, R$ 200 milhões? É este último valor que Fiat investiu na reestlização da Fiat Strada 2014, que tem como destaque a adoção de uma terceira porta tipo suicida que facilitará o acesso ao banco traseiro. Sejamos justos, é claro, que o valor também inclui face-lift, um pequeno aumento na capacidade de volume da caçamba e só. Motor, câmbio, espaço interno e estrutura são exatamente as mesmas do modelo atual. Disponível nas versões Working, Trekking e Adventure, a Strada vem equipada com motores 1.4, 1.6 e 1.8, respectivamente. Parte de R$ 33,7 mil na Working de cabine simples, chegando aos R$ 54,3 mil da Adventure cabine dupla. Seria essa nova porta capaz de manter a Strada atraente o suficiente para se manter líder diante da Saveiro?
Ao que os números indicam, sim. A Strada parte para o décimo terceiro ano seguido de liderança no segmento. Quase quatro anos após o seu lançamento, a versão de cabine dupla se tornou a mais vendida entre as três possíveis da Strada, com 50% das vendas — a cabine simples fica com 30% e a estendida com 20%. Com um espaço traseiro não muito generoso para os ocupantes, afinal estamos falando de uma picape pequena, a Strada de cabine dupla é usada para o trabalho, pequenos trajetos ou transporte de crianças. A montadora percebeu em pesquisas que uma terceira porta facilitaria o acesso e então retirou a coluna B do lado direito e a trocou por uma porta do tipo suicida, com abertura em direção inversa à porta dianteira.
Para facilitar a ergonomia de quem precisa abrir a porta estando sentado no banco traseiro, a nova peça tem um ângulo de abertura maior que o da dianteira, são 80 graus contra 68 graus. A novidade só pode ser acessada com a porta dianteira aberta, já que a maçaneta se esconde na parte interna da nova porta, o que segundo a Fiat contribui para a segurança e também o visual externo da Strada. Aliás, os mais dispersos podem até não perceber a presença de uma porta olhando do lado de fora. A novidade dobrou o espaço de acesso para a picape, que passou de 0,5 m² para 1 m². Entrar na parte de trás da picape se tornou mais fácil, sobretudo com o banco dianteiro reclinado para frente.
Mas nem tudo são flores já que o cinto de segurança preso à porta traseira pode causar algum incômodo. Isso porque ele também está preso a uma barra metálica no assoalho, o que permite que ele se movimento e se torne um leve obstáculo. Portanto antes de entrar na picape, é necessário estar de olho nele. Por dentro, as laterais ganharam dois novos porta-trecos, com destaque para um espaço capaz de transporta um copo ou uma pequena garrafa. A estrutura também recebeu reforços para manter a rigidez da carroceria, já que a coluna foi extinta. “Fizemos reforços estruturas no teto e também no chassi para que suportassem a ausência da coluna, sem contar que a porta também faz o papel de coluna quando o carro está fechado”, explica o diretor de engenharia da Fiat, Carlos Eugênio Dutra.
O espaço para as pernas continua o mesmo não muito generoso, mas aceitável para curtas distâncias. Não há, porém, o sistema isofix para transportar cadeira de crianças. Ainda dentro da picape é possível perceber algumas novidades visuais, como o novo volante e uma leve mudança nas linhas do painel. A versão topo de linha avaliada Adventure passa a contar também com a evolução do câmbio automatizado Dualogic Plus. Outra novidade da picape está no incremento do volume de caçamba de todas as versões, que ficou 8 cm mais alta. É possível perceber a diferença pela tampa traseira visivelmente mais alta.
São 120 litros a mais que a versão antiga no modelo de cabine dupla, enquanto a cabine estendida cresceu em 110 litros e a simples 100 litros. O espaço total de cargas passa a ser de 680 l, 910 l e 1.220 l, respectivamente. A tampa traseira passa a ter um alto-relevo para diferenciar-se do modelo antigo, enquano as lanternas são horizontais agora, e não invadem a tampa. Embora novo, o conjunto luminoso lembra um pouco as peças usadas pelo Fiat Adventure — antigo Palio Weekend Adventure. Sob o capô, os modelos levam os mesmos motores das últimas versões. A Working dispõe apenas do 1.4 de 86 cv e 12,5 kgfm de torque, enquanto a Trekking, que passa a oferecer o diferencial blocante Locker, traz um motor 1.6 e.Torq de 132 cv e 16,8 kgfm de torque.
A versão avaliada Adventure é a única a oferecer o 1.8 e.Torq de 132 cv e 18,9 kgfm de torque (etanol). Como não mudou mecanicamente, ela continua com um bom desempenho, principalmente na estrada, onde o motor mostra fôlego suficiente para ultrapassagens. Nas curvas, porém, a altura e as rodas aro 16, calçadas, com pneus 205/60, mostra um balanço de suspensão já conhecido dos modelos da Fiat, o que não chega a causar insegurança. Disponível em onze cores diferentes, a picape contará com uma nova linha de 40 acessórios da Mopar, antiga divisão da Chrysler que passa a ser adotada pela Fiat. O destaque fica por conta do extensor de caçamba e da central multimídia com Bluetooth, sinal de televisão e DVD-player. O teto-solar também será um opcional a partir de janeiro.
A Working praticamente utilizada apenas para o trabalho corresponde por 55% das vendas, enquanto a Adventure tem 35% das vendas, seguido da Trekking com apenas 10%. A versão de trabalho recebeu modificações para ficar mais atraente, como um para-choque exclusivo para ela na cor preta, com design bem mais bruto do que as versões Trekking e Adventure. O motor 1.4 segue sendo a única possibilidade, que atende bem ao trabalho. Ela custa a partir de R$ 33.750 ou R$ 190 a menos que os R$ 33.940 da Volkswagen Saveiro. A Fiat, porém, é R$ 1.360 mais cara que a Chevrolet Montana, que parte de R$ 1.360.
Confira os preços das versões:
Working 1.4 cabine simples - R$ 33.750
Working 1.4 cabine estendida - R$ 36.870
Working 1.4 cabine dupla - R$ 42.330
Trekking 1.6 cabine dupla - R$ 48.360
Adventure 1.8 cabine estendida - R$ 49.480
Adventure 1.8 cabine dupla - R$ 54.360
