Os "golfinhos" podem estar no topo das vendas da BYD, mas a marca quer mostrar que também sabe nadar com os tubarões. A BYD Shark, quer abocanhar um espaço dominado há anos por modelos consagrados como Toyota Hilux, Ford Ranger e Chevrolet S10.
Será que esse tubarão tem dentes afiados o suficiente para reinar no segmento ou ainda precisa nadar muito para alcançar as líderes?
Para método de comparação, entre janeiro e fevereiro deste ano, a Shark vendeu 172 unidades, ocupando a 22ª posição entre os comerciais leves mais vendidos do país, conforme os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Isso a deixa bem distante das líderes, como Toyota Hilux (3.963 unidades), Ram Rampage (2.633), Chevrolet S10 (1.936) e Ford Ranger (1.813).
Por enquanto, ela está só rondando as rivais, mas quer dar o bote para conquistar a coroa de vendas. Mas será que ela tem força para isso?
Logo de cara, o design da Shark impressiona pelo visual imponente e arrojado. Inspirada nos tubarões, a picape traz uma dianteira agressiva, com um filete de LED que atravessa toda a frente, remetendo à boca aberta do predador dos mares.
Na lateral, as linhas fluidas transmitem movimento, enquanto a traseira é marcada por lanternas que lembram uma nadadeira.
A picape também conta com estribos laterais e traseiros, rack de teto, antena estilo barbatana de tubarão (não poderia ser diferente|), e santo antônio que ajuda a valorizar o visual parrudo do modelo. As rodas de 18 polegadas completam o visual robusto da picape.
Na parte funcional, a BYD Shark traz um degrau embutido na tampa da caçamba, facilitando o acesso. Em capacidade de carga, carrega até 790 quilos, e é nesse aspecto que está o ponto fraco do tubarão.
Mas há uma explicação técnica para isso. De acordo com o CTB, para que um veículo seja enquadrado na categoria B da CNH, ele precisa ter um peso bruto total de, no máximo, 3.500 quilos. No caso da Shark, somente ela pesa 2.710 quilos. Dessa forma, restam apenas 790 quilos "de sobra" para que a picape continuasse sendo um modelo conduzido com CNH B.
Já volume da caçamba é de 1.200 litros e a capacidade de reboque fica na casa dos 2.500 quilos.
As demais dimensões também chamam atenção: são 5,45 metros de comprimento, 1,97 metro de largura, 1,92 metro de altura e um entre-eixos de 3,26 metros – para se ter uma ideia, quase dá para encaixar um Fiat Mobi entre os eixos da Shark, já que subcompacto da Fiat tem pouco mais de 3,50 metros de comprimento.
Sob o capô, a picape traz um conjunto híbrido plug-in composto por um motor 1.5 turbo a gasolina e dois motores elétricos, que juntos entregam 437 cv de potência combinada.
Com esse conjunto, a Shark acelera de 0 a 100 km/h em apenas 5,7 segundos, um desempenho impressionante para o segmento.
Mas o grande trunfo da Shark está na sua autonomia. Combinando o tanque de combustível de 57 litros e a bateria Blade de 29,6 kWh, a picape pode rodar até 840 quilômetros sem precisar reabastecer.
Se a ideia for rodar apenas no modo elétrico, a autonomia é de 57 km segundo o Inmetro, mas a BYD afirma que pode chegar a 100 km em condições ideais.
Sobre o consumo de combustível, em um teste real, entre cidade e estrada, onde não houve a intenção de atingir a maior autonomia, a picape registrou uma média de 45 km/l, sempre no modo híbrido.
Apesar do porte avantajado, a BYD Shark surpreende ao volante. A posição de dirigir elevada e os ajustes dos bancos facilitam a adaptação ao modelo. O motor responde bem às acelerações, entregando força com suavidade, e as trocas de marchas são eficientes.
Nas curvas, a Shark demonstra boa estabilidade, sem aquela sensação excessiva de rolagem da carroceria. A direção assistida é leve na cidade e firme em altas velocidades, garantindo segurança ao motorista.
Os sistemas de assistência à condução, como câmera 360° e sensores de estacionamento, ajudam bastante na hora das manobras, especialmente em locais apertados.
Se por um lado o tamanho pode intimidar quem nunca dirigiu uma picape desse porte, por outro, a tecnologia embarcada faz com que a adaptação seja rápida.
Além disso, o isolamento acústico da Shark é um dos destaques, tornando a cabine bastante silenciosa mesmo em velocidades mais altas.
A suspensão também é bem calibrada, oferecendo um rodar confortável, mesmo em pisos irregulares. No entanto, vale lembrar que, como toda picape média, o tamanho pode ser um desafio em cidades com ruas mais estreitas e vagas apertadas.
O interior da BYD Shark mescla tecnologia e robustez, oferecendo um painel digital de 10,25 polegadas, central multimídia giratória de 12,8 polegadas, head-up display e chave digital NFC. O sistema de câmera 360° e os comandos de voz agregam mais praticidade ao dia a dia.
Para os passageiros do banco traseiro, há espaço de sobra para três adultos viajarem com conforto, além de saídas de ar-condicionado, tomadas USB tipo A e C e até uma tomada 220V de 10A, útil para carregar equipamentos elétricos.
A BYD Shark é mais completa que as rivais em diversos aspectos, mas também cobra por isso. No Brasil, a picape está disponível em versão única, a GS, por R$ 379.800.
Para efeito de comparação, a Ford Ranger Platinum custa R$ 366.600, a Toyota Hilux GR-S sai por R$ 349.790 e a Chevrolet S10 High Country tem preço sugerido de R$ 319.990.
Outro diferencial interessante da Shark é a capacidade de fornecer energia para outros dispositivos. Assim como outros modelos da BYD, ela conta com entradas 220V tanto na cabine quanto na caçamba, permitindo carregar equipamentos de camping, ferramentas e até eletrônicos de grande porte.
Mas atenção: todas as tomadas são 220V, então pense bem antes de plugar seu equipamento. Aprendi da pior forma - por total falta de atenção minha e não de informação da marca - que alguns aparelhos não aguentam e podem queimar no processo!
Em relação aos custos de manutenção, a picape híbrida tem revisões programadas que devem ser feitas a cada 12 meses ou 12 mil quilômetros rodados, o que ocorrer primeiro. Passados oito anos ou 96 mil quilômetros, o custo total de manutenção é de R$ 18.570.
Já o seguro completo tem um custo médio de R$ 16 mil por ano, podendo variar conforme o perfil do condutor e a localização.
A BYD Shark chega ao mercado com uma proposta ousada: ser uma alternativa híbrida para as tradicionais picapes a diesel. Seu desempenho forte, autonomia generosa e alta tecnologia são pontos positivos. Por outro lado, o preço mais elevado pode ser um obstáculo para alguns compradores. E você, acha que a Shark tem fôlego para competir com as picapes líderes de mercado? Deixe sua opinião nos comentários!
BYD - SHARK - 2025 |
1.5 TURBO PHEV GS AWD AUTOMÁTICO |
R$ 379800 |
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