Chevrolet Spin Premier 2025 (7)

Chevrolet Spin 2025: primeiras impressões

A Chevrolet aproveitou a segunda reestilização da minivan para deixar o modelo mais tecnológico. Conseguiu?


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Nesses tempos de plataformas e mecânicas compartilhadas por vários modelos, a Chervolet Spin roda na contramão. É o único carro da filial brasileira feito na base GSV e também é o derradeiro com o veterano motor 1.8 8V. Mas dá para chamar de obsoleto? Isso aí é outra história. Ainda mais depois das mudanças feitas pela Chevrolet na linha 2025 da minivan.

Aliás, a marca da gravata dourada defende que o modelo mudou tanto que deixou de ser um monovolume para se tornar um crossover. Estratégias de marketing à parte, prefiro seguir usando a denominação original de carroceria.

Afinal, a Chevrolet Spin 2025 manteve a essência. E isso é muito bom. Conheci de perto a versão topo de linha Premier e revelo, abaixo, minhas impressões sobre o modelo.

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A Chevrolet Spin 2025 mudou muito?

Sim e não. Mantendo o formato da carroceria original de 2012, a Spin ganhou, nesta segunda (e mais profunda) reestilização, uma frente mais alta e com visual atualizado para a identidade de estilo mais recente da Chevrolet. Ficou com uma cara de SUV e incorporou, pela primeira vez, faróis de LED.

Já as laterais foram o ponto que menos mudou no desenho dessa Spin 2025. Mas só por fora, já que a Chevrolet alterou 42% das chapas internas e externas da carroceria, inclusive com a inclusão de novos reforços estruturais. Novas rodas de 16 polegadas com acabamento usinado e o pacote visual aventureiro (agora de série em toda a linha) completam o pacote.

Na traseira, as mudanças foram menos extensas que na dianteira. Apenas novas lanternas de LED e o acabamento central da tampa modificado e com linhas mais agressivas (mais uma vez, para ficar com cara de SUV). Eu, particularmente, ainda prefiro o desenho mais limpo da linha 2024.

A Chevrolet mexeu bastante na Spin, mas não reinventou a roda. Por isso mesmo, o resultado é um carro com praticamente as mesmas dimensões da "antiga" Spin Activ: 4,42 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,70 m de altura e 2,62 m de entre-eixos.

O painel está de cara nova e agora tem quadro de instrumentos digital e MyLink de última geração
Crédito: Divulgação/Fabio Gonzalez
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Como ficou o interior da nova Spin?

Foi para a cabine que a Chevrolet reservou as grandes novidades na Spin 2025. A minivan agora compartilha a arquitetura eletrônica com o SUV Tracker. Isso permitiu que o modelo passasse a sair de fábrica com itens típicos dos carros dos anos 2020, solucionando a (grande) defasagem do modelo nesse sentido.

Além do painel completamente redesenhado, o carro agora é equipado com quadro de instrumentos digital de oito polegadas (que é configurável) e também com a multimídia MyLink de geração mais recente, com tela de 11 polegadas, wi-fi nativo e espelhamento sem fio para smartphones.

Falando em equipamentos de conforto, chegou também com a linha 2025 o ar-condicionado automático e digital com saídas para o banco traseiro. A partida agora é por chave presencial, mas para abrir ou fechar as portas ainda é preciso apertar o botão correspondente na chave.

A Chevrolet aproveitou a reestilização para deixar o acabamento um pouco mais sofisticado
Crédito: Divulgação/Fabio Gonzalez
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A revolução mesmo está na lista de equipamentos de segurança e tecnológicos da Spin 2025. Incorporou airbags laterais e de cortina (este, do tipo grande, que se estende até os assentos do porta-malas), alerta de colisão com frenagem autônoma, monitor de pontos cegos e alerta de saída involuntária de faixa. Nada mal para um carro que está na mesma geração desde 2012...

Além do novo desenho e dos novos equipamentos, a Chevrolet aproveitou para fazer algumas melhorias no acabamento. Os plásticos rígidos continuam lá. Mas, agora, há boa variação e cores e texturas em várias superfícies. É possível, inclusive, acrescentar uma iluminação decorativa de LED para as portas e painel. Algo que passa a fazer parte da lista de acessórios de concessionária para o modelo.

Outra funcionalidade que continua presente na Spin é o banco traseiro corrediço e com ajuste de inclinação do assento. É possível priorizar o (ótimo) espaço para os passageiros ou preparar o carro para levar mais carga. O porta-malas tem capacidade de 756 litros na configuração com cinco lugares. Mas, nas versões de sete lugares, esse volume cai para 553 litros com os assentos adicionais rebatidos.

Carregador de celular por indução e ar-condicionado automático agora estão presentes na Spin 2025
Crédito: Divulgação
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Spin Premier 2025: equipamentos de série

Além dos itens citados acima, a Spin Premier 2025 é equipada com Isofix, coluna de direção com regulagem de altura, controlador automático de velocidade de cruzeiro, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, volante multifuncional, direção hidráulica, faróis com acendimento automático, sensor de chuva, carregador de celular por indução, vidros, travas e retrovisores elétricos e bancos de couro.

Spin 2025: mecânica

Aqui, a Chevrolet manteve a fórmula tradicional: o veterano motor 1.8 8V de 111 cv de potência e 17,7 kgf.m de torque, combinado com um câmbio automático de seis marchas. Esse conjunto permite ao carro acelerar de zero a 100 km/h em 11 segundos e chegar à velocidade máxima de 170 km/h.

A marca ressalta que fez mudanças na calibragem do propulsor e da transmissão - inclusive com a adoção do sistema de gerenciamento eletrônico do Tracker - com o objetivo de conseguir respostas mais ágeis e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo de combustível. Com gasolina, as médias são de 13,4 km/l (estrada) e 10,5 km/l (cidade).

Sem sombra de dúvidas, a permanência em linha do motor 1.8 é um dos pontos mais polêmicos da linha 2025. Afinal, modelos como o Onix e o próprio Tracker mostram que os motores 1.0 turbo de três cilindros são perfeitos para entregar boas doses de desempenho e economia sem grandes malabarismos.

A Chevrolet assume que a adoção de um novo propulsor até seria possível do ponto de vista técnico. Mas não era uma demanda do comprador padrão da Spin, que se mostra mais do que disposto a trocar cavalaria e economia extras pela relativa simplicidade mecânica e pelo baixo custo de manutenção do conhecido motor 1.8 aspirado.

Para completar a lista de mudanças técnicas da Spin 2025, a Chevrolet mexeu também na direção - que ainda tem assistência hidráulica - para deixar o conjunto mais direto. Já a suspensão, elevada em 1,6 cm, foi recalibrada para entregar mais conforto.

Spin 2025: impressões ao volante

Apesar da carroceria alta, a Spin sempre foi um carro familiar bem agradável de guiar. Esa característica permanece nessa linha 2025. Pudemos avaliar o modelo em um percurso de ida e volta, de cerca de 150 quilômetros, entre as rodovias que ligam as cidades de São Paulo e Ibiúna, no interior paulista.

Fazia bastante tempo que eu não guiava uma Spin. Então estranhei a posição bastante alta do assento. Se você é daqueles que gosta de dirigir vendo o mundo de cima, então a minivan da Chevrolet continua sendo uma ótima escolha.

Mas não é difícil de arranjar uma posição de guiar mesmo com o cinto de segurança fixo e a coluna de direção regulável apenas em altura. Aliás, o banco ficou bem confortável com a nova espuma selecionada pela marca para os assentos dianteiros.

O volante multifuncional agora é igual aos dos Chevrolet atuais e não é tão ergonômico na hora de acessar os comandos. Mas boa parte dos botões no painel está próximo do alcance das mãos mesmo para alguém com menos de 1,70 m, que é o meu caso.

A Spin 2025 manteve o banco traseiro corrediço e agora sai de fábrica com saídas de ventilação traseiras
Crédito: Divulgação/Fabio Gonzalez
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Só ficou um pouco distante a fileira de botões posicionados abaixo do comando de ventilação. A sorte é que lá estão os comandos para travar e destravar as portas ou ativar e desativar o alerta de mudança de faixa e o controle de tração. Ou seja: você não irá precisar deles a todo instante.

O quadro de instrumentos é completo e permite visualização fácil das informações. Dá pra mudar o layout usando um botão no volante ou as configurações da tela multimídia. Falando no MyLink, o sistema é bem intuitivo e também tem uma tela com boa resolução.

Com o novo acerto na linha 2025, a suspensão ainda tem um ajuste bem equilibrado entre dinâmica e conforto, e a direção é leve em manobras e precisa em altas velocidades -  mesmo sem ter assistência elétrica. O isolamento acústico da cabine também é bem satisfatório e ajuda a tornar a Spin um carro confortável para guiar.

Só senti falta, mesmo, de um motor mais potente. É que, apesar das melhorias, o motor 1.8 8V tem rendimento apenas suficiente para a proposta. Até vai bem no uso urbano, mas na estrada é preciso esticar as marchas para conseguir extrair um desempenho mais forte do propulsor de módicos 111 cv.

Não que eu esperasse um rendimento de esportivo da Spin. Afinal, estamos falando de um carro 100% racional e familiar. Mas é que o concorrente Citroën C3 Aircross entrega muito mais nesse sentido.

Mesmo sem um motor novo, a Spin 2025 ficou mais equipada e tecnológica
Crédito: Divulgação/Fabio Gonzalez
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Spin 2025: veredito

A Chevrolet não inventou na hora de mexer na Spin. Manteve aquilo que agradava ao cliente e mexeu nos pontos que precisavam ser mexidos. Na minha opinião, saiu melhor que a encomenda. Não que fosse muito difícil agradar à clientela, já que a taxa de fidelidade do cliente da minivan é de 70%. Segundo a própria marca, é a mais alta da linha atual de produtos da empresa.

Nessa versão topo de linha Premier, a Spin sai por R$ 144.990. Sempre com câmbio automático e apenas na configuração de sete lugares. Mas a linha ainda tem as configurações LT manual (cinco lugares), por R$ 119.990, LT automática (cinco lugares), por R$ 126.990, e LTZ automática (sete lugares), por R$ 137.990. Confira aqui as versões equipamentos da Spin 2025.

A Spin 2025 continua sendo um produto forte para enfrentar em pé de igualdade o novíssimo Citroën C3 Aircross. Algo surpreendente, levando em consideração que esse é o carro de passeio mais antigo da gama da Chevrolet no Brasil.

Mesmo antes da atualização, a minivan da marca da gravata fechou o primeiro bimestre de 2024 com 1.856 emplacamentos, enquanto o Aircross somou 223 unidades no mesmo período. Agora, o jogo fica ainda mais difícil para o "familiar" da marca francesa.

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