Citroën C3 Aircross 7 lugares é um SUV que chega com a missão de roubar clientes de Chevrolet Spin e de utilitários esportivos de entrada.
O Citroën C3 Aircross 7 lugares merece ser considerado. Além de ter uma característica específica que o diferencia da grande maioria - levar o motorista e mais seis passageiros -, o SUV da marca francesa tem algo que todo mundo valoriza demais na hora de fechar negócio: preço competitivo!
Seu principal concorrente será a Chevrolet Spin, minivan flagrada recentemente pelo WM1 e que ainda em março passará por uma atualização no visual e de equipamentos (e continuará com preços interessantes, pode apostar). Ao mesmo tempo, o Citroën roubará clientes de utilitários esportivos de entrada. E aí estamos falando de Volkswagen Nivus, Fiat Pulse, Nissan Kicks e opções mais em conta de Chevrolet Tracker e Hyundai Creta.
O C3 Aircorss “tamanho família” é oferecido nas versões Feel (R$ 117.990), Feel Pack (R$ 127.990) e Shine (R$ 136.590). Repare que são as mesmas três configurações da opção para cinco ocupantes, e todas custam exatamente (e apenas) R$ 8.000 a mais. Não há opcionais, mas a marca oferece mais de 40 acessórios nas concessionárias.
Trata-se de uma sacada muito inteligente da equipe de vendas da Citroën, pois meio que induz o cliente a comprar as versões de 7 lugares. Além da diferença de preço não ser gigantesca, o C3 Aircross “GG” entrega uma modularidade na terceira fileira de bancos que permite transformá-lo em um C3 Aircross 5 lugares! Pois é, explico isso mais adiante...
Aqui vale mencionar que as duas opções (5 e 7 ocupantes) e as três versões (Feel, Feel Pack e Shine) usam motor 1.0 turbo de três cilindros (flex) e transmissão automática do tipo CVT que simula sete marchas.
O WM1 teve a oportunidade de testar a versão topo de linha Shine da configuração de 7 lugares por uma semana. E o pacote de equipamentos segue a linha do preço: é absolutamente racional. Mescla itens de conforto, comodidade e tecnologia dentro do necessário, apenas.
Destaque total para a rápida e intuitiva central multimídia com tela sensível ao toque de 10 polegadas, que espelha Android Auto e Apple CarPlay sem a necessidade de cabo.
Vale mencionar, também, carregamento de celular por indução (wireless charger), volante multifuncional, painel de instrumentos digital configurável, câmera de ré, rodas de liga leve de 17 polegadas, sensor de estacionamento traseiro, quatro airbags, ar-condicionado, vidro elétrico nas quatro portas, direção elétrica e limitador de velocidade.
O visual do C3 Aircross para 7 pessoas me agrada. A dianteira tem um desenho bem marcante, com as luzes diurnas (DRLs) de LED (cor branca). O erro está nos faróis baixo e de neblina serem lâmpadas halógenas (tom amarelo).
Nas laterais não há frisos, apenas vincos marcantes. A configuração cedida pela Citroën para a Webmotors era bitom, com teto branco. As rodas de 17 polegadas têm desenho bonito, e preenchem bem as caixas de roda, sugerindo um porte maior para o Aircross.
Os vincos marcantes também estão na traseira. A tampa do porta-malas parece enorme, muito por conta das lanternas serem pequenas e estarem posicionadas bem nas extremidades.
A resposta é sim. E essa é a principal qualidade deste Citroën , que mede 4,32 m de comprimento e 2,67 m de distância entre os eixos. Para melhor acomodar os dois assentos da terceira fileira, o banco da segunda fileira foi deslocado para a frente em 10 mm (sim, 1 cm), o que não prejudicou absolutamente em nada o bom ambiente para acomodar as pernas de um adulto de estatura mediana.
Já os bancos da última fileira são ideais para levar crianças. A galera com mais de 1,70 m já vai ficar um pouco incomodada, mesmo em trajetos curtos. Ponto positivo para a acessibilidade dessa terceira fileira: todos os comandos do banco da segunda fileira (bipartido 2/3) são práticos e de fácil manuseio.
Ah! Existem duas portas USB para a dupla do fundão, mas ambas estão do lado esquerdo, o que dificulta a vida de quem vai do lado direito.
Vale mencionar que é possível retirar os dois assentos da última fileira – tudo de maneira muito rápida e prática, tanto para remover quanto para colocar novamente. As peças são leves e de fácil transporte.
Com todos os bancos, o C3 Aircross não tem porta-malas. Então, nas viagens com capacidade máxima de ocupantes (7), um bagageiro de teto se faz totalmente necessário. Com apenas cinco ocupantes, por outro lado, o porta-malas leva até 493 litros. Com todos os bancos rebatidos, o volume salta para 1.080 litros.
Ponto positivo para a ampla porta traseira, que permite colocar objetos grandes, como bicicletas, por exemplo, e para o sistema de ventilação no teto que ajuda a mandar uma brisa para o pessoal que vai lá atrás. Importante: não é um sistema de ar-condicionado; é só ventilação.
Se o espaço é a principal característica do Aircross, o mesmo não acontece com o prazer ao volante. O Citroën se limita a ir e vir de maneira “ok” – e isso atende à proposta do modelo, é preciso reconhecer.
O motor 1.0 turbo de três cilindros e flex (chamado de Turbo 200) entrega até 130 cv de potência máxima a 5.750 rpm e torque de 20,4 kgf.m a 1.750 rpm, quando abastecido com etanol. A transmissão é automática CVT, e simula sete marchas.
No dia a dia, este conjunto é suficiente para entregar bom comportamento do carro nas arrancadas e retomadas. O modo Sport está à disposição, e deixa o carro com respostas ao acelerador mais rápidas, tornando o C3 Aircross mais esperto no trânsito.
Existe a possibilidade de trocas manuais pela alavanca, mas não há aletas atrás do volante – um sinal claro de que prazer ao volante foi um aspecto secundário para a Citroën durante o desenvolvimento.
Com relação a consumo, rodamos predominantemente na cidade durante a avaliação, com pequenos trechos de rodovia, e o número ficou um pouco acima dos 10 km/l (e o carro estava abastecida com gasolina).
A posição ao volante é naturalmente alta, mas você pode subir ainda mais e deixá-la muitíssimo alta. Somado a isso temos a ausência do ajuste de profundidade da coluna de direção (somente a de altura está disponível), o que dificulta um pouco mais encontrar a melhor posição.
A suspensão é algo que chamou a atenção. Com um ajuste mais para o conforto, é possível sentir uma leve inclinação da carroceria em frenagens mais bruscas e em curvas mais acentuadas, quando feitas em velocidades mais altas. No entanto, a capacidade de absorver as imperfeições e os buracos do asfalto é muito boa – não há batidas secas, por exemplo.
Neste ponto de encarar os desafios das metrópoles, o Citroën vai muito bem. Com bons ângulos de entrada (23,8°), de saída (32°), e altura livre em relação ao solo (233 mm), é possível abusar das lombadas e valetas que o C3 Aircross não raspa.
Ponto negativo para a falta de um ajuste de altura do cinto de segurança, da posição dos botões dos vidros elétricos traseiros (na parte de trás do console central, entre os bancos do motorista e do passageiro), e dos botões do limitador de velocidade, do modo Sport, das travas dos vidros e das portas.
O acabamento tem muito plástico, mas a fórmula é a mesma da Fiat: materiais de diferentes cores e texturas para dar uma sensação de requinte. Aqui, com certeza, é onde o C3 consegue levar um preço mais competitivo para o cliente.
A compra do C3 Aircross 7 lugares é racional, como escrevi no começo da avaliação. É uma escolha acertada para quem precisa realmente levar 7 ocupantes, e não tem bala na agulha para comprar Toyota SW4, Volkswagen Tiguan, Jeep Commander ou Caoa Chery Tiggo 8.
Também é uma escolha melhor que a opção de 5 lugares, pois com a modularidade dos assentos da terceira fileira, o Aircross 7 lugares facilmente vira um de 5.
Mas evoluções precisam ser feitas. Um acabamento mais refinado, uma posição ao volante com maior amplitude de altura, melhorar as posições de alguns botões e, é claro, desenvolver uma chave mais bonita que seja, pelo menos, canivete. Um sistema start-stop e aletas atrás do volante também seriam uma boa.
Resumindo, me parece que depois de anos, a Chevrolet Spin tem um adversário de peso. Vamos ver os próximos capítulos dessa novela.
CITROËN - C3 AIRCROSS - 2025 |
1.0 TURBO 200 FLEX SHINE 7L CVT |
R$ 138590 |
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